sábado, 26 de setembro de 2020

Uma Aluna Caipira

 Durante a minha infância e juventude morei em um sitio. A escola ficava longe de minha casa, para poder estudar precisava caminhar quatro quilômetros para ir e o mesmo tanto no retorno. Como os meus calçados chegavam sujos na escola e morava no sitio brincando os colegas de classe me apelidaram de caipira. Com esforço consegui terminar o ensino fundamental, mas precisei parar de estudar e ajudei a minha família trabalhando na roça. Devido a mecanização do campo me mudei para a cidade. Quando recordo a minha juventude me lembro que era feliz e não sabia. Eu subia nos pés de jabuticaba e manga para comer os frutos. No pomar tinha pés de laranjas, mamões, bananeiras e goiabas. Nos finais de semanas ia pescar no rio e me divertia brincando na água. No mês de junho fui nas festas juninas, tomei quentão, comi paçoca e rapadura. O vizinho Geraldo tocou sanfona durante vários anos e dancei bastante forró. Na escola por mais que estudei não consigo conjugar os verbos corretamente. Desde a minha infância sempre falo a mesma frase: Tadinhus di nois, a genti num tem grana pra paga as contis!

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário