sábado, 4 de fevereiro de 2017

Capitulo 1 - A Descoberta de um Grande Amor


No ano de 2003 Dona Ester uma mulher com 68 anos de idade em um domingo a tarde foi visitar Cristiane. Esta menina tinha nove anos, infelizmente ela pegou uma gripe forte e fazia dois dias que estava deitada na cama por causa da febre. Depois que esta senhora cumprimentou os pais desta menina a mãe dela a acompanhou até o quarto de sua filha. Quando dona Ester viu a Cristiane falou:
- Boa tarde Cristiane, você melhorou?
- A minha febre abaixou, mas estou com fraqueza no meu corpo, respondeu Cristiane.
- Daqui a alguns dias você ficará boa, eu lhe trouxe de presente o bolo de chocolate para ajudá-la a fazer uma boa alimentação, falou dona Ester e entregou uma tigela plástica a menina.
- Obrigada dona Ester, a senhora sempre foi uma pessoa generosa, falou Cristiane.
- Os sorrisos e as brincadeiras das crianças sempre trouxeram alegria a minha vida, falou dona Ester.
Esta menina sentou-se na cama, tirou a tampa da tigela, pegou um pedaço de bolo e o comeu. A mãe da menina também a agradeceu e levou o bolo a sala para o seu marido e filho também provarem esta comida deliciosa. Chateada Cristiane falou:
- Se eu não estivesse com esta gripe neste momento teria ido ao zoológico junto com os alunos da escola que estudo.
- Anime-se Cristiane porque ficar doente todas as pessoas ficam e geralmente em um momento inesperado, falou dona Ester.
- O que a senhora pretende fazer para me animar? Perguntou Cristiane.
- Vou lhe contar uma linda estória de amor, respondeu dona Ester.
Cristiane deitou-se na cama e falou:
- Estou preparada para ouvir a estória que a senhora vai contar para mim.
Dona Ester sentou-se na cadeira, sorriu e começou a contar a estória:
No ano de 1953 uma linda moça que se chamava Ester Moretti morava no campo de uma cidade que se chamava Cambé, localizada no estado do Paraná. Junto com o seu pai, a madastra e mais quatro meios irmãos moravam em uma casa simples de um sitio no Bratislava. Deram este nome a esse lugar porque era uma colônia de checoslovacos que vieram da Europa, eles homenagearam a sua cidade natal que se chamava Bratislava e fica na Eslováquia. No sítio em que morava tinha uns cinco alqueires e uma plantação com oito mil pés de café. O pai desta moça trabalhava como meeiro, depois que colhiam o café repartiam no terreiro com o dono do sítio a sua porcentagem desta colheita. A casa onde residiam além de ser pequena era feita com tábua e tinha uma simples pintura. No seu quarto os únicos móveis que tinha era um guarda-roupa pequeno e três camas de solteiro onde dormia junto com suas duas meias irmãs. O colchão era ruim, pois era enchido com palhas de milho. Durante o frio se aqueciam com os cobertores feitos com pedaços de panos velhos. A comida era feita em panelas velhas no fogão a lenha. Durante a noite esta casa era iluminada com lamparina ou um lampião. A alimentação era arroz com feijão e verduras ou legumes plantados no próprio sítio.
Ester carpia café quase o ano inteiro junto com as crianças. Ajudava na colheita do café, milho, arroz e feijão. Ela cuidava da horta, durante a noite e nos finais de semana ajudava a madastra dona Irene a fazer os serviços caseiros. O seu principal passeio era ir a Igreja no domingo uma vez por mês assistir a missa.
Como estavam no começo do ano de 1953 no segundo final de semana de janeiro teria uma festa na Igreja de São João. Ester tinha ganhado de presente de Natal da madastra Irene um vestido novo e o usaria neste dia. Naquele sábado ela se levantou da cama cedo, fez todos os serviços caseiros, enrolou o seu cabelo, a tarde ajudou a dar banho nas crianças e as arrumou. Então engraxou o seu sapato, tomou banho, limpou suas unhas, desenrolou os cabelos e colocou o vestido novo. Ester com os seus dezessete anos era uma moça bonita. Ela era morena, media um metro e sessenta e cinco centímetros de altura, pesava cinquenta e sete quilos, seus olhos eram castanhos escuros, os seus cabelos eram lisos, da cor castanho escuro e o seu comprimento chegava na cintura. O pai dela se chamava Geraldo, este homem foi ao pasto, laçou o cavalo e o levou a carroça onde colocou os arreios para esse animal puxar esse meio de transporte. Então chamou a família, eles subiram na carroça e foram à igreja do Bratislava. Naquela quermesse tinha muita gente, as barracas estavam todas enfeitadas. No salão da festa tinha muitas mesas e cadeiras, eram vendidos carnes assadas, pães e doces. O que mais animava esse evento era o famoso leilão de gado.    
Neste evento Ester viu alguns parentes e várias pessoas conhecidas. O que chamou a atenção dela foi que junto com o senhor Francisco e a dona Joana além dos seus cinco filhos estava um rapaz bonito que nunca tinha visto naquele lugar. Quando teve chance se aproximou do casal e sorrindo falou:
- Boa noite seu Francisco e dona Joana, tudo bem com a sua família?
- Boa noite Ester, graças a Deus estamos todos bem, respondeu o seu Francisco.
- Querida quero lhe apresentar o meu sobrinho Jorge que mora na cidade de São Paulo, falou dona Joana.
Sorrindo Ester pegou na mão direita dele e falou:
- Jorge prazer em conhece-lo.
O rapaz delicadamente segurou na mão direita dela, a beijou e falou:
- O prazer é todo meu.
O coração desta moça disparou, para disfarçar falou:
- Para quem mora em uma cidade grande como São Paulo o que você esta achando do Bratislava?
- Este lugar é muito animado e as pessoas são educadas, respondeu Jorge.
- Este rapaz veio passear e respirar o ar puro do campo, falou seu Francisco.
Dona Joana abraçou o rapaz e falou:
- Jorge é o orgulho da nossa família porque além dele ser um rapaz bonito e honesto ele é intelectual.
- Não exagere tia Joana, eu vou começar a estudar na faculdade daqui a dois meses, falou Jorge.
- Meus parabéns Jorge, pois até hoje nunca conheci ninguém que estudou em uma faculdade, falou Ester.
- Através dos meus estudos daqui a cinco anos me formarei e serei um excelente advogado, falou Jorge.
O seu Francisco convidou Ester para se sentar em uma cadeira que estava perto da mesa e ficar junto com eles. Contente ela aceitou o convite e conversaram por mais de cinquenta minutos. Então Irene se aproximou deles, os cumprimentou e falou a moça que iriam voltar para casa. Sorrindo ela se despediu dos seus amigos, acompanhou a madastra e se encontrou com toda a família e retornaram para casa. Ester se impressionou com o Jorge, naquela noite nasceu um novo sentimento no seu coração.
No domingo cedo Ester foi à casa do dono deste sítio ajudar a esposa dele a fazer os serviços domésticos. Depois do almoço Sônia uma menina de dez anos, a filha mais velha deste casal a convidou para irem ao campo verem o famoso jogo de futebol. Neste local se reuniam muitas pessoas vindas de vários lugares.
Assim que chegaram no campo o coração de Ester disparou porque o Jorge estava jogando futebol. Durante os próximos oitenta minutos a moça torceu para o time que o rapaz estava jogando. Com muita garra e velocidade o time do Jorge venceu de 3 X 2. Sônia estranhou o comportamento da moça e falou:
- Ester hoje você esta estranha porque torceu para o time daquele homem gordo ganhar.
- Se eu lhe contar um segredo você me promete que não vai dizê-lo a ninguém? Perguntou Ester.
Rindo a menina falou:
- Confie em mim porque sempre fui sua amiga.
Disfarçando Ester apontou sua mão direita ao Jorge e falou:
- Acho que me apaixonei por aquele rapaz.
- Ele é um rapaz bonito, quem sabe é ele que vai ser o seu futuro marido, falou Sônia.
- Se eu soubesse ler e escrever com o maior prazer escreveria um lindo poema ao Jorge, falou Ester.
- Minha amiga pare de reclamar porque eu posso ser o seu pombo correio, falou Sônia.
- Menina você me faria este favor e falaria o poema ao Jorge enquanto estiver a sós com ele para que nenhuma pessoa ouça a minha declaração de amor? Perguntou Ester.
- Ester me diga agora o poema para eu poder atender o seu pedido, respondeu Sônia.
Esta moça gostava de inventar poesias e sorrindo falou:
“Se eu fosse uma milionária
Te daria de presente roupas e automóveis
Mas como sou uma simples mortal 
Posso lhe dar de presente o meu coração!”
- Ual, este seu poema é demais, falou Sônia.
- Já esta ficando tarde e infelizmente preciso voltar para a minha casa, falou Ester.
- Fique tranquila porque arrumarei uma desculpa e falarei ainda hoje esse poema ao Jorge, falou Sônia.
As duas retornaram à casa do dono do sítio, passados dez minutos Ester voltou a pé a residência do seu pai. Na terça-feira a tarde ela ficou sabendo que no próximo sábado haveria um baile no sítio do senhor Francisco. Com a intenção de poder rever o Jorge pediu no mesmo dia ao seu pai se podia ir neste baile. Como esse homem havia bebido muita pinga ele gritou que a sua filha não sairia de casa sozinha. Na quarta-feira antes de escurecer Ester foi a casa de seus primos e perguntou se os dois rapazes e a irmã deles iriam neste evento. Eles responderam que sim, então ela pediu se seria incomodo se fosse junto com os seus parentes no sitio do senhor Francisco. A sua prima sorrindo disse que precisaria de uma companhia feminina para poder ir neste baile. O pai da moça era irmão do Geraldo, sorrindo este homem disse que pediria ao pai de Ester para deixá-la ir junto com a sua filha naquele passeio. Na sexta-feira à noite, os parentes da moça vieram passear na casa dela. Depois de muita insistência o senhor Geraldo a deixou ir no baile junto com os seus primos. 
No sábado cedo Ester abriu o guarda-roupa, pegou o seu melhor vestido e o lavou. A tarde quando já havia enxugado ela pegou o ferro, colocou nele as brasas de carvão e passou essa roupa. Quando havia anoitecido a moça pode tomar banho. Ela limpou suas unhas, desenrolou os cabelos e colocou o vestido porque os seus primos passariam naquela casa às vinte horas. No horário combinado os dois rapazes e a moça chegaram à residência do senhor Geraldo sentados na carroça. Ester se despediu dos seus familiares e subiu neste meio de transporte e foi com os seus primos ao sitio do senhor Francisco. Quando chegaram neste local havia muitas pessoas sorrindo. O baile seria feito no salão de festa, na porta tinha dois homens fortes que estavam prevenidos para evitar confusões e brigas nesse evento.
O coração de Ester disparou quando viu o Jorge, o rapaz estava vestindo um terno com gravata e nos seus pés tinha um bonito par de sapatos. Ele estava lindo, como muitas mulheres o rodeavam a moça teve dificuldade para cumprimentá-lo. Animando esse baile tinha um homem tocando sanfona para as pessoas dançarem forró. A cada inicio de música Ester ficava ansiosa porque estava esperando que o Jorge viesse chamá-la para dançar. Mas estava enganada, pois ele dançava todas as músicas com mulheres diferentes. Quando já havia desistido a uma hora e quarenta minutos o rapaz se aproximou dela e falou:
- Por favor, Ester você aceita dançar esta música comigo?
Sorrindo ela respondeu:
- É claro que sim.
Jorge pegou nas mãos dela e os dois começaram a dançar o forró, então o rapaz falou:
- Tive dificuldades de me aproximar de você esta noite.
- Jorge todas as mulheres que moram no Bratislava ficaram fascinadas por você, falou Ester.
- Queria lhe agradecer por ter pedido a menina Sônia para recitar aquele poema para mim, falou Jorge.
- Você gostou daquele verso que fiz em sua homenagem? Perguntou Ester.
- Adorei, Ester lhe achei uma poeta surpreendente, respondeu Jorge.
- Obrigado pelo seu elogio, falou Jorge.
- Ainda não tivemos chance, mas precisamos conversar em algum lugar exclusivo aonde ninguém nos perturbe, falou Jorge.
- Aqui no sitio do seu Francisco tem uma cachoeira, nos encontramos amanhã às quinze horas neste lugar, falou Ester.
- Amanhã às quinze horas irei nesta cachoeira me encontrar com você Ester, por favor, não me faça esperar em vão, falou Jorge.
- Sou uma mulher de palavra, desde agora estarei esperando por este momento, falou Ester.
Quando a música acabou o casal se despediu e Ester foi conversar com a sua prima. Às duas horas da manhã a moça e os seus primos voltaram para casa. No domingo às treze horas ela tomou banho, colocou um vestido, o par de sapatos e penteou os cabelos. No momento que saiu desta residência mentiu falando que iria à casa da Maria. Ansiosa esperou os minutos se passarem, às quatorze horas e trinta minutos se dirigiu a cachoeira. Quando ela chegou neste lugar esperou por um bom tempo e ninguém apareceu. Desanimada resolveu ir embora, quando caminhou uns cinco metros ouviu a voz do Jorge:
- Ester desculpe-me por ter atrasado, o meu tio Francisco e alguns amigos estavam jogando baralho e precisei inventar uma desculpa para poder sair daquela casa.
Desanimada esta moça falou:
- Eu pensei que você havia preferido  a companhia das outras mulheres do baile.
Ester os meus olhos apreciam apenas a sua beleza, falou Jorge.
Ela não resistiu aos seus impulsos, abriu os seus braços, saiu correndo e abraçou o Jorge. Ele também a abraçou e falou:
- Agora eu vou beijar a sua boca porque sinto vontade de fazer isto desde a primeira vez que a vi.
Ao acabar de falar essas palavras Jorge beijou a boca da Ester. Quando o casal parou de se beijar Ester falou:
- Este seu beijo foi um dos melhores momentos da minha vida.
- Ester eu estou apaixonado por você, falou Jorge.
- Jorge você é o dono do meu coração, falou Ester.
- Daqui a uma semana irei embora do Bratislava, mas será difícil ficar longe de você Ester, falou Jorge.
- Leve-me junto com você, falou Ester.
- Você poderá ir embora junto comigo se nós dois nos casarmos, falou Jorge.
- Mal nos conhecemos e não podemos dizer que em breve acontecerá o nosso casamento, falou Ester.
- O amor que sinto por você Ester é maior do que qualquer obstáculo que nos separa, falou Jorge.
Ester o abraçou, eles se beijaram novamente. Quando terminou o beijo a moça falou: 
“Antes de te conhecer
A solidão era a minha companheira
Agora que você esta do meu lado
Descobri o verdadeiro significado da felicidade
Quando digo eu te amo
Essas palavras são poucas
Para mostrar o amor que sinto por você
Terei a vida inteira
Para dizer e provar como lhe amo!”
Quando Ester acabou de recitar este poema emocionado Jorge falou:
- Ester eu também lhe amo demais.
O casal se beijou mais uma vez. Enquanto se beijavam apareceu neste lugar Geraldo acompanhado com mais dois homens. O pai da moça ficou nervoso vendo esta cena, apontou a espingarda para o rapaz e gritou:
- Cara o que você esta fazendo com a minha filha?

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