quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Capitulo 3 - A Fuga de Ester

Ester ficou desesperada, pegou a sua filha no colo e a levou a cozinha. Passados alguns minutos o bebê se acalmou e parou de chorar. Algumas lágrimas saíram dos olhos dela enquanto falou baixinho a sua filha:
- Carolina irei me arriscar, mas livrarei nós duas deste pesadelo.
Ela devagar abriu a porta do seu quarto, Nestor havia se deitado na cama vestido com roupas imundas e estava dormindo. Tomando cuidado Ester pegou algumas roupas dela e da menina e as enrolou em um guardanapo. Então se dirigiu a cozinha e pegou uma pequena caixa de madeira e a abriu. Dentro dela tinha alguns pratos, no fundo tinha um pequeno pedaço de pano. Ela pegou este pano e o colocou na mesa. Assim que o abriu viu que havia conseguido guardar algum dinheiro escondido do seu marido. Ela enrolou novamente esse pano e o colocou no guardanapo junto com as roupas. Ester pegou um pequeno cobertor e colocou a sua filha nele. Rapidamente pegou o bebê e a pequena trouxa e saiu no meio da escuridão. A sua intenção era fugir para um local onde ninguém nunca a encontrasse. Por sorte naquela noite a lua estava cheia e clareava a estrada enquanto ela caminhava. Durante a madrugada chegou na cidade de Londrina. Então se dirigiu a rodoviária, comprou uma passagem de ônibus com destino a São Paulo. Por sorte o dinheiro que havia levado sobrou quase metade. Como estava com fome entrou no bar e comprou uma xícara de café e um pedaço de pão. As oito horas da manhã entrou no ônibus  e partiram rumo a cidade de São Paulo. Nesta viagem conheceu uma mulher de uns trinta anos que morava em um sitio na cidade de Rolândia. Chorando esta senhora falou que havia ficado viuva a quinze dias porque o seu marido teve ataque cardíaco. Esta mulher tinha cinco filhos, uma menina de nove anos de idade, outra menina de sete anos, um menino de seis anos, um menino de três anos e uma menina de um ano. Como estava sozinha o seu tio João a convidou para ir a cidade de São Paulo, pois a ajudaria a criar essas crianças. Esta mulher se chamava Isabel e fez amizade com a Ester que quase chorando contou que fugiu de casa porque o seu marido se embriagava, batia nela e ameaçou matar ela e a menina.  
Isabel sorrindo falou que ajudaria Ester no que precisasse, para disfarçar e não ser encontrada por seu marido falariam que ela também morava na cidade de Rolândia e havia ficado viúva. Assim que chegaram na cidade de São Paulo essas duas mulheres e as seis crianças pegaram um ônibus circular que as levou a periferia daquela cidade. O senhor João era dono de uma padaria e com o endereço pessoas chegaram na casa deste homem. Assim que o tio de Isabel a viu ficou feliz e abraçou a sobrinha e os seus filhos. Como já estava escuro esta mulher pediu ao tio João para ele hospedar Ester junto com a sua filha na casa dele por aquela noite. Ele concordou e as convidou para tomarem banho e jantarem na sua casa. Enquanto jantavam este homem falou que precisaria contratar novos empregados para trabalhar na sua padaria porque as vendas dos pães havia aumentado. Ester disse que como havia chegado naquela cidade precisaria arrumar um emprego para poder sobreviver criar a sua filha. Rindo João falou que fariam uma experiência de um mês e se gostasse do seu serviço a contrataria. Em troca poderia dormir em um pequeno quarto da sua casa, teria comida e lhe pagaria algum dinheiro.
- Estou comovida com a sua oferta senhor João, mas a minha filha tem apenas dois meses de idade e quem cuidará dela enquanto eu estiver trabalhando?
- Minha amiga como eu vou ser a babá dos dois filhos gêmeos da tia Ana eu também posso cuidar dae  sua filha, respondeu Isabel.
Ester ficou comovida, levantou-se da cadeira, abraçou a sua amiga e falou:
- Isabel ficarei muito agradecida se você me fizer esse favor.
No outro dia Ester acordou às cinco horas e trinta minutos da manhã e se dirigiu a cozinha desta casa. A padaria ficava na frente desta residência, depois que ela tomou o café da manhã se dirigiu e esse estabelecimento para ajudar a fazer pães salgados e doces, bolachas, bolos, sonhos. Como sempre foi uma ótima cozinheira o patrão gostou do seu serviço, passados um mês falou que poderia trabalhar o tempo que quisesse no seu estabelecimento. Este homem não registrou Ester no serviço, fazia ela trabalhar de treze a catorze horas por dia sem direito a férias e ao décimo terceiro salário. Em troca ela dormia no pequeno quarto de sua casa junto com a menina, as duas poderiam se alimentar a vontade e pagava um pequeno ordenado em troca do seu serviço. Por sorte Isabel cuidava bem de Carolina e o seu único dia de descanso era no domingo a tarde.
Apesar de tudo Ester estava contente porque ninguém batia nela e possuía algum dinheiro para comprar as coisas que precisava. Ela sempre dava atenção, amor e carinho a sua filha no seu tempo livre. No domingo à noite sempre a levava na igreja e lhe ensinou a rezar a oração do Pai Nosso. Passaram-se alguns anos, quando Carolina fez sete anos a matriculou na escola para esta criança aprender a ler e escrever. Isabel se casou com um homem que trabalhava na padaria e foi morar em outra casa. Quando fez oito anos que trabalhava neste estabelecimento João o vendeu para um empresário que construiria uma empresa neste lugar. Este homem fechou a padaria e despediu os seus empregados.
Ester pegou a sua filha e alugou uma pequena residência em outro bairro pobre da cidade. Como sempre foi econômica havia guardado algum dinheiro para poderem sobreviver por algum tempo. Passadas duas semanas arrumou um emprego em uma fabrica de costura no Brás. Para Carolina não ficar sozinha ela pagava uma senhora de uns sessenta anos de idade para levá-la a escola e cuidar dela no resto do seu tempo livre. Passaram-se três meses, Ester gostava do serviço que fazia naquela fabrica, o único problema é que o seu novo patrão não lhe pagou nenhum ordenado. Certo dia quando Carolina voltava da escola um automóvel a atropelou. A menina quebrou a perna esquerda e o antebraço direito. A sua mãe gastou o resto do dinheiro que tinha com os remédios, agora não possuía grana para comprar alimentos, pagar a babá e o aluguel da casa. Todas as funcionárias da fabrica onde Ester trabalhava se reuniram e foram cobrar o seu patrão. Este homem falou que devido as suas dividas a fabrica faliu e não tinha dinheiro para pagar os funcionários.
Desesperada Ester sentou-se na calçada e começou a chorar porque a sua filha estava machucada e precisaria ficar em repouso durante dois meses para se recuperar. Como não tinha dinheiro as duas em breve se tornariam andarilhas. De repente um automóvel parou perto dela, deste veiculo saiu um homem bem vestido e perguntou:
- Minha senhora por que você esta chorando?
Desesperada Ester contou tudo que estava acontecendo na sua vida. Este homem rindo falou:
- Estou procurando por uma mulher bonita e se você aceitar a minha proposta terá dinheiro suficiente para ver a sua filha se recuperar e não passarão por nenhuma necessidade.
- Qual é a proposta que o senhor vai fazer para mim? Perguntou Ester.
- Eu sou um diretor de cinema e estou procurando uma mulher bonita para ser a atriz principal do novo filme pornográfico com sexo explicito que vou filmar, respondeu este homem.

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