Ester ficou desesperada, pegou a sua filha no colo e a levou a cozinha.
Passados alguns minutos o bebê se acalmou e parou de chorar. Algumas lágrimas
saíram dos olhos dela enquanto falou baixinho a sua filha:
-
Carolina irei me arriscar, mas livrarei nós duas deste pesadelo.
Ela devagar abriu a porta do seu quarto, Nestor havia se deitado na cama
vestido com roupas imundas e estava dormindo. Tomando cuidado Ester pegou
algumas roupas dela e da menina e as enrolou em um guardanapo. Então se dirigiu
a cozinha e pegou uma pequena caixa de madeira e a abriu. Dentro dela tinha
alguns pratos, no fundo tinha um pequeno pedaço de pano. Ela pegou este pano e
o colocou na mesa. Assim que o abriu viu que havia conseguido guardar algum
dinheiro escondido do seu marido. Ela enrolou novamente esse pano e o colocou
no guardanapo junto com as roupas. Ester pegou um pequeno cobertor e colocou a
sua filha nele. Rapidamente pegou o bebê e a pequena trouxa e saiu no meio da
escuridão. A sua intenção era fugir para um local onde ninguém nunca a encontrasse.
Por sorte naquela noite a lua estava cheia e clareava a estrada enquanto ela
caminhava. Durante a madrugada chegou na cidade de Londrina. Então se dirigiu a
rodoviária, comprou uma passagem de ônibus com destino a São Paulo. Por sorte o
dinheiro que havia levado sobrou quase metade. Como estava com fome entrou no
bar e comprou uma xícara de café e um pedaço de pão. As oito horas da manhã
entrou no ônibus e partiram rumo a
cidade de São Paulo. Nesta viagem conheceu uma mulher de uns trinta anos que
morava em um sitio na cidade de Rolândia. Chorando esta senhora falou que havia
ficado viuva a quinze dias porque o seu marido teve ataque cardíaco. Esta
mulher tinha cinco filhos, uma menina de nove anos de idade, outra menina de
sete anos, um menino de seis anos, um menino de três anos e uma menina de um
ano. Como estava sozinha o seu tio João a convidou para ir a cidade de São
Paulo, pois a ajudaria a criar essas crianças. Esta mulher se chamava Isabel e
fez amizade com a Ester que quase chorando contou que fugiu de casa porque o
seu marido se embriagava, batia nela e ameaçou matar ela e a menina.
Isabel sorrindo falou que ajudaria Ester no que precisasse, para
disfarçar e não ser encontrada por seu marido falariam que ela também morava na
cidade de Rolândia e havia ficado viúva. Assim que chegaram na cidade de São
Paulo essas duas mulheres e as seis crianças pegaram um ônibus circular que as
levou a periferia daquela cidade. O senhor João era dono de uma padaria e com o
endereço pessoas chegaram na casa deste homem. Assim que o tio de Isabel a viu
ficou feliz e abraçou a sobrinha e os seus filhos. Como já estava escuro esta
mulher pediu ao tio João para ele hospedar Ester junto com a sua filha na casa
dele por aquela noite. Ele concordou e as convidou para tomarem banho e
jantarem na sua casa. Enquanto jantavam este homem falou que precisaria
contratar novos empregados para trabalhar na sua padaria porque as vendas dos
pães havia aumentado. Ester disse que como havia chegado naquela cidade
precisaria arrumar um emprego para poder sobreviver criar a sua filha. Rindo
João falou que fariam uma experiência de um mês e se gostasse do seu serviço a
contrataria. Em troca poderia dormir em um pequeno quarto da sua casa, teria
comida e lhe pagaria algum dinheiro.
-
Estou comovida com a sua oferta senhor João, mas a minha filha tem apenas dois
meses de idade e quem cuidará dela enquanto eu estiver trabalhando?
-
Minha amiga como eu vou ser a babá dos dois filhos gêmeos da tia Ana eu também
posso cuidar dae sua filha, respondeu
Isabel.
Ester ficou comovida, levantou-se da cadeira, abraçou a sua amiga e
falou:
-
Isabel ficarei muito agradecida se você me fizer esse favor.
No
outro dia Ester acordou às cinco horas e trinta minutos da manhã e se dirigiu a
cozinha desta casa. A padaria ficava na frente desta residência, depois que ela
tomou o café da manhã se dirigiu e esse estabelecimento para ajudar a fazer
pães salgados e doces, bolachas, bolos, sonhos. Como sempre foi uma ótima cozinheira
o patrão gostou do seu serviço, passados um mês falou que poderia trabalhar o
tempo que quisesse no seu estabelecimento. Este homem não registrou Ester no
serviço, fazia ela trabalhar de treze a catorze horas por dia sem direito a
férias e ao décimo terceiro salário. Em troca ela dormia no pequeno quarto de
sua casa junto com a menina, as duas poderiam se alimentar a vontade e pagava
um pequeno ordenado em troca do seu serviço. Por sorte Isabel cuidava bem de
Carolina e o seu único dia de descanso era no domingo a tarde.
Apesar de tudo Ester estava contente porque ninguém batia nela e possuía
algum dinheiro para comprar as coisas que precisava. Ela sempre dava atenção,
amor e carinho a sua filha no seu tempo livre. No domingo à noite sempre a levava
na igreja e lhe ensinou a rezar a oração do Pai Nosso. Passaram-se alguns anos,
quando Carolina fez sete anos a matriculou na escola para esta criança aprender
a ler e escrever. Isabel se casou com um homem que trabalhava na padaria e foi
morar em outra casa. Quando fez oito anos que trabalhava neste estabelecimento
João o vendeu para um empresário que construiria uma empresa neste lugar. Este
homem fechou a padaria e despediu os seus empregados.
Ester pegou a sua filha e alugou uma pequena residência em outro bairro
pobre da cidade. Como sempre foi econômica havia guardado algum dinheiro para
poderem sobreviver por algum tempo. Passadas duas semanas arrumou um emprego em
uma fabrica de costura no Brás. Para Carolina não ficar sozinha ela pagava uma
senhora de uns sessenta anos de idade para levá-la a escola e cuidar dela no
resto do seu tempo livre. Passaram-se três meses, Ester gostava do serviço que
fazia naquela fabrica, o único problema é que o seu novo patrão não lhe pagou
nenhum ordenado. Certo dia quando Carolina voltava da escola um automóvel a
atropelou. A menina quebrou a perna esquerda e o antebraço direito. A sua mãe
gastou o resto do dinheiro que tinha com os remédios, agora não possuía grana
para comprar alimentos, pagar a babá e o aluguel da casa. Todas as funcionárias
da fabrica onde Ester trabalhava se reuniram e foram cobrar o seu patrão. Este
homem falou que devido as suas dividas a fabrica faliu e não tinha dinheiro
para pagar os funcionários.
Desesperada Ester sentou-se na calçada e começou a chorar porque a sua
filha estava machucada e precisaria ficar em repouso durante dois meses para se
recuperar. Como não tinha dinheiro as duas em breve se tornariam andarilhas. De
repente um automóvel parou perto dela, deste veiculo saiu um homem bem vestido
e perguntou:
-
Minha senhora por que você esta chorando?
Desesperada Ester contou tudo que estava acontecendo na sua vida. Este
homem rindo falou:
-
Estou procurando por uma mulher bonita e se você aceitar a minha proposta terá
dinheiro suficiente para ver a sua filha se recuperar e não passarão por
nenhuma necessidade.
-
Qual é a proposta que o senhor vai fazer para mim? Perguntou Ester.
-
Eu sou um diretor de cinema e estou procurando uma mulher bonita para ser a
atriz principal do novo filme pornográfico com sexo explicito que vou filmar,
respondeu este homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário