Sentindo muita dor as duas meninas
entraram no cemitério porque naquele dia fazia dois anos que a mãe delas
faleceu. Passados cinco minutos Graziela e
Gicélia chegaram defronte à sepultura de sua mãe. Elas choraram
bastante, Gicélia inconformada falou:
- Mãe eu sinto muita saudade da
senhora.
- Dona Vilma depois que a senhora
partiu a nossa vida se transformou em um pesadelo, falou Graziela.
- O nosso pai ficou desesperado com
o seu falecimento mamãe, ele se sente culpado porque estava bêbado naquela
noite que aconteceu o acidente com o nosso automóvel e a senhora faleceu, falou
Gicélia.
- Para se esquecer do seu sofrimento
ele fica bêbado todas as noites, falou Graziela.
Brava Gicélia falou:
- Minha irmã não devemos falar a
nossa mãe sobre os nossos problemas.
- Depois que a mamãe morreu ela foi
para o céu e se tornou um anjo, falou Graziela.
Gicélia começou a chorar e falou:
- Mãe foi doloroso demais quando a
senhora partiu, mas para piorar o papai se embriaga todos os dias, após um mês
do seu falecimento ele perdeu o emprego na fábrica.
- Nós não passamos fome porque o tio
Mateus sentiu de nós e o papai trabalha algumas horas por dia como ajudante de
pedreiro, falou Graziela.
Graziela tinha dez anos e a sua irmã
Gicélia treze anos. Naquele momento começou a se mexer na barriga de Gicélia o
bebê que ela estava esperando. Emocionada a mocinha falou:
- Mãe eu tenho uma novidade para lhe
contar a senhora vai ser avó.
- Ou como o papai comentou esta foi
a principal burrice de Gicélia, falou Graziela.
- Graziela nós duas havíamos
combinado que não discutiríamos na frente do tumulo da mamãe, falou Gicélia.
- Acho melhor você contar para a
mamãe como ficou grávida, falou Graziela.
Algumas lágrimas saíram dos olhos de
Gicélia enquanto falava:
- Minha mãe no sábado do carnaval
fui na casa de Natalia, o irmão mais velho dela convidou várias pessoas para
fazer uma festa naquela residência. As pessoas estavam animadas, cantavam e
dançavam músicas de carnaval. Um rapaz bonito começou a me paquerar, as minhas
amigas falaram que eu deveria conversar com ele. Eu me aproximei dele,
conversamos, brincamos e bebemos bebidas alcoólicas. No domingo quando acordei
percebi que tive relações sexuais com aquele rapaz, mas não me lembro do nome
dele. Após quarenta dias comecei a sentir ânsia de vomito, a tia Camila
precisou me levar no hospital. O médico mandou eu fazer alguns exames e falou
que estou grávida.
- Gicélia não terminou a sétima
série e vai ser mamãe, falou Graziela.
- Esta criança é um ser inocente,
eu vou cuidar muito bem do meu filho, falou Gicélia.
- Tomará que este bebê seja um
menino, falou Graziela.
- O que dói mamãe foi quando
perguntei a Natalia se ela conhecia o rapaz com quem fiquei junto naquela noite.
Rindo me respondeu que ele era um motorista de caminhão e morava no nordeste
brasileiro, falou Gicélia.
As duas meninas ficaram no cemitério
durante vinte minutos e voltaram para casa. Naquele mês de julho fazia frio na
cidade Rosa Vermelha, apesar das roupas de inverno elas sentiam frio. Quando
passaram em frente do supermercado precisaram entrar neste estabelecimento para
comprarem pão. Dirigiram-se à padaria, quando Gicélia viu os doces falou:
- Estou com vontade de comer
chocolate.
- Minha irmã então compre um
chocolate, pois você não pode ficar com vontade de comê-lo, falou Graziela.
- Eu tenho três reais, com este
dinheiro vou comprar alguns pães franceses, falou Gicélia.
- As pessoas comentam que as
mulheres grávidas não podem passar vontade de comer as comidas preferidas,
falou Graziela.
Gicélia deu um sorriso sem graça
quando falou:
- Como não temos dinheiro você vai
ter que pedir esmolas para termos grana para compramos o chocolate.
- Se for para ajudar o meu sobrinho
farei este sacrifício, falou Graziela.
- Menina pare de falar bobagens e
vamos a padaria comprar alguns pães franceses, falou Gicélia brava.
As duas se dirigiram à padaria,
Gicélia pediu pães franceses. Depois retornaram para casa, Gicélia tentava
disfarçar, mas estava com vontade de comer chocolate. Passados quinze minutos
Graziela saiu da sua residência. Como ela estava sentindo pena de sua irmã se
dirigiu ao supermercado, tomando cuidado roubou alguns chocolates. Um dos
funcionários do estabelecimento viu aquela criança pegando os doces escondido.
Ele chamou o segurança e começaram a interrogá-la. Graziela se arrependeu por
ter roubado três chocolates e confessou o roubo. O gerente telefonou para o pai
dela e pediu para vir buscá-la porque precisavam ter uma conversa séria.
Jailton estava sobreo quando chegou naquele estabelecimento e pediu desculpas
pela tentativa de roubo de sua filha. Quando chegaram em casa aquele homem afirmou
ter passado a maior vergonha na vida dele, bravo deu uma bronca na menina e
duas chineladas na bunda dela. Enquanto
chorava Graziela falou:
- Por causa de um pequeno erro o meu
pai bateu em mim, mas ele se embriaga todos os dias.
Desanimada a menina colocou algumas
roupas na mochila, pulou a janela e fugiu de casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário