Com o acidente Alexandre devido à pancada
desmaiou, Miguel sentia fortes dores no seu braço esquerdo e gemia. Pedro
também desmaiou, a testa dele machucou, sangrava bastante. Passados dez minutos
chamaram a policia e uma ambulância. Esses homens tomando cuidado os socorreram,
depois de tirá-los do automóvel, os colocaram na ambulância. Os três foram
levados ao hospital.
Miguel teve alguns ferimentos leves pelo corpo
e quebrou o osso do braço esquerdo. O médico deu cinco pontos no corte da testa
do Pedro e duas de suas costelas
quebraram. Quando aconteceu este acidente a parte mais atingida do
automóvel foi onde o menino estava sentado. Ele estava correndo risco de vida,
pois teve traumatismo craniano e lesão medular. Depois que os pacientes tiveram
atendimento médico os policiais olharam nas suas roupas procurando seus
documentos. No bolso da bermuda do Alexandre tinha uma fotografia do menino
abraçado com sua mãe. Atrás desta foto estava anotado o endereço da casa da
Helena. Um policial pegou a fotografia e foi procurar esta mulher.
Já
eram mais de 22 horas e 30 minutos Thaís estava preocupada com a demora do filho,
Miguel tinha prometido que antes das vinte horas traria o menino de volta.
Quando o automóvel da policia estacionou em frente da residência da Helena,
Thaís teve mal pressentimento, saiu para fora e comprimentou o policial. Ele
pegou a fotografia, mostrou para ela e perguntou:
- A senhora conhece este menino?
Desesperada Thaís pegou a fotografia e
respondeu:
- Este menino é o meu filho Alexandre.
Sem graça o policial falou:
- Sinto muito, mas tenho uma triste
noticia para dar para a senhora.
Algumas lágrimas saíram dos olhos da
Thaís enquanto perguntou:
- Onde esta o meu filho? Aconteceu alguma
coisa com ele?
- Infelizmente hoje às 18 horas e 53
minutos na pista rodoviária aconteceu um acidente de automóvel, dois homens e
este menino estavam dentro do veiculo, respondeu o policial.
Thaís começou a chorar e perguntou
novamente:
- O meu filho esta morto ou vivo?
- Felizmente não houve nenhuma vitima
fatal neste acidente, uma ambulância os levou até a Santa Casa, tiveram
atendimento médico, respondeu o policial.
- O senhor pode fazer o favor de me levar
até o hospital para poder ver o meu filho, falou Thaís.
- É claro que sim minha senhora, falou o
policial.
- Por favor, me espere por dois minutos,
pois preciso pegar a minha bolsa e uma blusa, falou Thaís.
- Acalme-se os policiais são pagos para proteger
a população e servi-los quando necessário, falou o policial.
Ela entrou na casa, contou para a prima o
que tinha acontecido com o seu filho. Helena a abraçou, as duas começaram a
chorar. Passado um minuto Thaís pegou sua bolsa e saiu da casa. O policial
estava esperando por ela dentro do carro.
Depois que este homem dirigiu seu veiculo por alguns quarteirões Thaís
perguntou:
- O senhor sabe se o meu filho esta muito
ferido?
- Eu não conversei com o médico que
atendeu o seu filho, parece que este acidente aconteceu porque os dois homens
estavam bêbados, respondeu o policial.
Thaís começou a chorar novamente e falou:
- Miguel sempre foi um homem
irresponsável.
Passados três minutos os dois chegaram no
hospital, o policial a acompanhou até a sala de espera. Desesperada Thaís
procurou um médico para obter noticias do filho. Quando soube do estado do
menino chorou, magoada falava que não poderia perder o seu único filho. Passado
algum tempo chegou a Helena, chorando Thaís contou que o Alexandre estava
correndo risco de vida. Depois de vinte minutos no meio do seu desespero
telefonou para a sua mãe Sebastiana. Esta pobre mulher ficou abalada, falou que
no próximo dia cedo pegaria um ônibus e iria para a cidade de São Carlos, assim
ficaria perto do seu neto. Helena falou para Thaís que achava melhor ela
retornar para casa descansar, pois no próximo dia estaria melhor para ficar ao
lado do menino. Enquanto lágrimas saíam dos seus olhos Thaís falou que ficaria
no hospital, a única coisa que poderia fazer era rezar e pedir a Deus para seu
filho sobreviver.
Os minutos demoravam para passar, no meio
da sua angustia Thaís cochilou por algum tempo. Quando clareou o dia tomou uma
xícara de café e comeu algumas bolachas. Depois procurou o médico para saber se
Alexandre tinha melhorado, infelizmente este homem respondeu que o menino
estava ruim, ainda corria risco de vida. Às oito horas da manhã Thaís ficou
sabendo o que tinha acontecido com Miguel e Pedro. O marido dela estava melhor,
o braço dele foi engessado, mas ficou internado, pois estava em observação. Ela
pediu para o médico se poderia ir visitá-lo, o doutor a acompanhou até a suíte
do hospital. Antes dela entrar ele pediu para tentar controlar-se, pois o
nervosismo dos dois não ajudaria a melhorar o estado do menino. Quando Thaís
abriu a porta do quarto, Miguel ficou surpreso por vê-la e falou:
- Bom dia Thaís.
Algumas lágrimas começaram a sair dos
olhos dela enquanto falava:
- Graças a você Miguel nunca sofri tanto
desde que aconteceu aquele acidente ontem. Além de me trair com outra mulher
quase acabou com a vida do nosso filho.
Miguel ficou apavorado e perguntou:
- Aconteceu alguma coisa com o nosso
filho Alexandre?
Chorando Thaís respondeu:
- O menino esta internado na UTI, ele
teve traumatismo craniano e lesão medular.
- Acalme-se Thaís, pelo que o médico
falou o Alexandre não esta correndo risco de vida, falou Miguel desesperado.
- Mentiroso aquele acidente aconteceu
porque você e o Pedro estavam bêbados, falou Thaís.
Neste momento entrou no quarto o médico e
falou:
- Acalme-se dona Thaís, ficar discutindo
com o seu marido não vai ajudar na recuperação do filho de vocês.
- Este homem conseguiu destruir a minha
vida, falou Thaís chorando e saiu do quarto.
No meio do desespero saíram algumas
lágrimas dos olhos do Miguel enquanto perguntou ao médico:
- Doutor o meu filho teve traumatismo
craniano e esta internado na UTI deste hospital?
- Senhor Miguel o seu nervosismo não
ajudará na sua recuperação, os médicos e enfermeiros cuidarão do seu filho,
respondeu o doutor.
As horas vagarosamente passaram, às treze
horas da tarde dona Sebastiana chegou no hospital. Mãe e filha abraçaram-se, no
meio de suas lágrimas reconheceram que a única coisa que poderiam fazer eram
ter fé e esperança para que o menino sobrevivesse. Durante três dias os
familiares de Alexandre rezaram e pediram a Deus pela recuperação do menino.
Passado este tempo o garoto começou a melhorar, Thaís e Miguel ficaram felizes
quando o médico falou que a tarde o menino acordaria e poderiam conversar com
ele. Às treze horas da tarde o menino foi transferido da UTI do hospital para
uma suíte. Quando acordou seus pais estavam no quarto, ao abrir seus olhos e
vê-los falou:
- Pai, mãe senti saudade de vocês.
Os dois abraçaram o menino, algumas
lágrimas saíram dos olhos da Thaís enquanto falava:
- Meu filho graças a Deus você sobreviveu,
é maravilhoso poder vê-lo sorrindo.
Alexandre confuso falou:
- Para falar a verdade não me lembro como
aconteceu aquele acidente.
Miguel acariciou o rosto dele e falou:
- Assim é melhor meu filho, pois
lembrar-se de coisas ruins apenas prejudica a sua saúde.
- Pai apesar do que aconteceu no sábado a
noite nos divertimos bastante naquela pescaria, falou Alexandre.
- Futuramente viajaremos, conheceremos
outras cidades e nos divertiremos bastante, falou Miguel.
Thaís sorriu e falou:
- Eu tirarei muitas fotografias e comprarei vários presentes.
O menino ficou contente, pois pensou que
os seus pais tinham feito as pazes e falou:
- Quando sair deste hospital vou querer
jogar futebol com os meus amigos, pai o senhor vai querer ser o juiz deste
jogo?
Miguel deu um sorriso sem graça, Thaís
ficou nervosa, começou a chorar. Alexandre ficou preocupado e perguntou
novamente:
- Por que a mamãe esta chorando?
Entre lágrimas Thaís respondeu:
- Meu filho infelizmente neste acidente
aconteceu lesão medular na sua coluna.
O menino ficou aflito e falou:
- Esta lesão medular prejudicou a minha
saúde?
Amargurado Miguel tentou acalmar-se e
respondeu:
- Alexandre seja forte e confie em mim.
Esta lesão medular provocou paralisia nos seus membros inferiores.
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