sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Capitulo 3 - O Desanimo do Menino

Thaís o abraçou novamente e falou:
- Meu filho ainda bem que você esta vivo, eu te amo bastante.
- Eu tinha tantos planos para o futuro, agora com esta deficiência física serei apenas um invalido, falou Alexandre.
- Alexandre pare de falar bobagens, independente do que aconteceu com você sempre será o meu filho querido, falou Miguel.
O menino ficou amargurado, deu um sorriso sem graça e falou:
- Por favor, essas palavras de consolo não conseguirão fazer eu andar novamente.
- Querido você precisará fazer tratamento no processo de reabilitação que  possibilitará maior desempenho funcional e independência física, falou Thaís.
Alexandre mais animado também a abraçou, Miguel passou sua mão esquerda na cabeça dele e falou:
- Meu filho perdoe-me, eu fui o culpado por ter acontecido esta tragédia com você.
- Pai o senhor não estava dirigindo aquele carro, ninguém pode acusá-lo porque aconteceu o acidente, falou Alexandre.
- Só que eu bebi bastante bebida alcoólica junto com os meus amigos, pessoas embriagadas nunca devem dirigir automóveis, falou Miguel.
- Por favor, vamos parar de falar sobre esses acontecimentos tristes e pensaremos no futuro do nosso filho, falou Thaís.
Os três abraçaram-se e riram. Passaram-se várias semanas, Alexandre ficou internado por mais de noventa dias no hospital, o médico deu alta na sexta-feira. Thaís e Miguel estavam separados. O pai deste menino achou melhor seu filho e a mãe dele voltarem para a casa, ele ficaria hospedado na casa de um amigo. Thaís preocupada com o menino comprou um colchão de água para ser usado na cama do Alexandre. E alguns equipamentos especiais: cadeira de rodas, cadeira higiênica com acento para banheiro e para as necessidades fisiológicas, etc.
Neste dia o menino ficou contente quando voltou para casa. Depois que jantaram ele ficou triste quando seu pai despediu-se e foi embora. A mãe do menino fazia de tudo para ajudá-lo, tomava cuidado com a alimentação, o ajudava no que fosse necessário e  dava bastante carinho. No domingo às catorze horas Miguel foi visitar o seu filho. O garoto estava assistindo o programa do palhaço Genésio. Pai e filho se divertiram vendo as brincadeiras deste palhaço. Neste dia Genésio comentou sobre São Jerônimo Emiliano, filho de pessoas ricas nasceu em 1486 e seguiu carreira militar. Enquanto comandava um grupo na batalha com a Liga de Cambrai foi preso, mas na prisão além de dor e solidão encontrou a presença de Deus e da Virgem Maria.
Esta experiência provocou uma conversão no Jerônimo, quando foi libertado retornou a sua terra, deu um novo rumo a sua vida. Com oração, reflexão e penitencia encontrou sua vocação no Sacerdócio. São Jerônimo foi caridoso com os pobres e jovens, porque vendo a pobreza e epidemia do povo vendeu tudo o que possuía para ajudar os necessitados. Com sua caridade ajudava órfãos e viúvas em vários lugares, lutava para resgatar rapazes e moças. Apesar do sofrimento para manter a obra recorria a Santíssima Trindade que o iluminava mantendo sua alegria e sorriso.
Passaram-se quatro semanas, por ordem médica Alexandre ia duas vezes por semana a sessão de fisioterapia motora. Thaís pagava um plano de saúde, o menino fazia o tratamento em uma clínica particular. Na segunda-feira Thaís levou o seu filho para este lugar e na quinta-feira era o Miguel que o acompanhava. Certo dia o pai do menino precisou ir até o banco, pediu para ele o esperar neste local. Como este homem estava demorando Alexandre resolveu ir até a praça que ficava perto da clínica com sua cadeira de rodas. Enquanto este menino ouvia o cantar dos pássaros e apreciava a beleza da praça outro garoto aproximou-se dele e falou:
- Oi, tudo bem?
Espantado Alexandre reconheceu que aquela voz era do menino que havia roubado o seu relógio de pulso. Assustado olhou para ele, como estavam sozinhos na praça tremendo falou:
- Cara não aproxime-se de mim.                     
 

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