Thaís o abraçou novamente e falou:
- Meu filho ainda bem que você esta vivo,
eu te amo bastante.
- Eu tinha tantos planos para o futuro,
agora com esta deficiência física serei apenas um invalido, falou Alexandre.
- Alexandre pare de falar bobagens,
independente do que aconteceu com você sempre será o meu filho querido, falou
Miguel.
O menino ficou amargurado, deu um sorriso
sem graça e falou:
- Por favor, essas palavras de consolo
não conseguirão fazer eu andar novamente.
- Querido você precisará fazer tratamento
no processo de reabilitação que
possibilitará maior desempenho funcional e independência física, falou
Thaís.
Alexandre mais animado também a abraçou,
Miguel passou sua mão esquerda na cabeça dele e falou:
- Meu filho perdoe-me, eu fui o culpado
por ter acontecido esta tragédia com você.
- Pai o senhor não estava dirigindo
aquele carro, ninguém pode acusá-lo porque aconteceu o acidente, falou
Alexandre.
- Só que eu bebi bastante bebida alcoólica
junto com os meus amigos, pessoas embriagadas nunca devem dirigir automóveis,
falou Miguel.
- Por favor, vamos parar de falar sobre
esses acontecimentos tristes e pensaremos no futuro do nosso filho, falou
Thaís.
Os três abraçaram-se e riram. Passaram-se
várias semanas, Alexandre ficou internado por mais de noventa dias no hospital,
o médico deu alta na sexta-feira. Thaís e Miguel estavam separados. O pai deste
menino achou melhor seu filho e a mãe dele voltarem para a casa, ele ficaria
hospedado na casa de um amigo. Thaís preocupada com o menino comprou um colchão
de água para ser usado na cama do Alexandre. E alguns equipamentos especiais:
cadeira de rodas, cadeira higiênica com acento para banheiro e para as
necessidades fisiológicas, etc.
Neste dia o menino ficou contente quando
voltou para casa. Depois que jantaram ele ficou triste quando seu pai despediu-se
e foi embora. A mãe do menino fazia de tudo para ajudá-lo, tomava cuidado com a
alimentação, o ajudava no que fosse necessário e dava bastante carinho. No domingo às catorze
horas Miguel foi visitar o seu filho. O garoto estava assistindo o programa do
palhaço Genésio. Pai e filho se divertiram vendo as brincadeiras deste palhaço.
Neste dia Genésio comentou sobre São Jerônimo Emiliano, filho de pessoas ricas
nasceu em 1486 e seguiu carreira militar. Enquanto comandava um grupo na
batalha com a Liga de Cambrai foi preso, mas na prisão além de dor e solidão
encontrou a presença de Deus e da Virgem Maria.
Esta experiência provocou uma conversão
no Jerônimo, quando foi libertado retornou a sua terra, deu um novo rumo a sua
vida. Com oração, reflexão e penitencia encontrou sua vocação no Sacerdócio.
São Jerônimo foi caridoso com os pobres e jovens, porque vendo a pobreza e
epidemia do povo vendeu tudo o que possuía para ajudar os necessitados. Com sua
caridade ajudava órfãos e viúvas em vários lugares, lutava para resgatar
rapazes e moças. Apesar do sofrimento para manter a obra recorria a Santíssima
Trindade que o iluminava mantendo sua alegria e sorriso.
Passaram-se quatro semanas, por ordem
médica Alexandre ia duas vezes por semana a sessão de fisioterapia motora.
Thaís pagava um plano de saúde, o menino fazia o tratamento em uma clínica
particular. Na segunda-feira Thaís levou o seu filho para este lugar e na
quinta-feira era o Miguel que o acompanhava. Certo dia o pai do menino precisou
ir até o banco, pediu para ele o esperar neste local. Como este homem estava
demorando Alexandre resolveu ir até a praça que ficava perto da clínica com sua
cadeira de rodas. Enquanto este menino ouvia o cantar dos pássaros e apreciava
a beleza da praça outro garoto aproximou-se dele e falou:
- Oi, tudo bem?
Espantado Alexandre reconheceu que aquela
voz era do menino que havia roubado o seu relógio de pulso. Assustado olhou
para ele, como estavam sozinhos na praça tremendo falou:
- Cara não aproxime-se de mim.
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