sábado, 25 de junho de 2016

Padre José de Anchieta


José de Anchieta (1534 - 1597) nasceu na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias. Seu pai João López de Anchieta natural do País Basco e a mãe das Ilhas Canárias. Anchieta foi um padre jesuíta espanhol, junto com outros padres deu o nome à cidade de São Paulo. Ele é o pai da literatura brasileira.
 O padre José de Anchieta viveu com sua família até os quatorze anos. A seguir partiu para Coimbra, Portugal, estudar filosofia no Colégio das Artes. Como noviço em 1551 entrou na Companhia de Jesus. Solicitado pelo padre Manuel de Nobrega veio ao Brasil evangelizar os indígenas brasileiros. Por padecer de tuberculose óssea desde sua juventude lhe causou uma escoliose. Por graves problemas de saúde deixou os estudos religiosos e viajou ao Brasil. Chegou a Salvador em 13 de julho de 1553, depois partiu para a Capitania de São Vicente.
Anchieta em suas ações missionarias visitou o sertão, aprendeu a língua tupi e catequizou os indígenas. Principalmente na região de São Paulo e tornou-se um dos fundadores da cidade e do Colégio São Paulo. O religioso dedicava-se a educação e catequese dos indígenas. Também os defendia dos abusos de determinados colonizadores portugueses que desejavam escravizá-los e se apoderarem das suas mulheres e filhos. Ajudou os portugueses na luta contra os franceses habitantes da França Antártica. De 1570 a 1573 foi diretor do Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Em 1577 o nomearam Provincial da Companhia de Jesus no Brasil.
José de Anchieta é o Apóstolo do Brasil, pois foi missionário e fundou varias cidades. Iniciaram em 1617 na Capitania da Bahia a campanha de sua beatificação. Apenas em junho de 1980 o Papa João Paulo II o beatificou. No dia 03 de abril de 2014 o Papa Francisco canonizou o padre. Este processo de canonização durou 417 anos, pois demorou a ser concretizado. A vida e as obras de José de Anchieta são exemplos de como ele lutou para ajudar a construir um mundo mais justo e fraterno.
Principais Obras de Anchieta
O religioso se destacou na gramatica, poesia, teatro e história. Escreveu seus textos em prosa e verso, compondo-os em quatro línguas: português, tupi, latim e castelhano.
Poema à Virgem – com 4172 versos, foi escrito pelo jovem jesuíta enquanto esteve preso pelos índios Tamoios. Segundo a lenda ele escrevia os versos nas areias da praia homenageando à Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, mais trade transcreveu o poema no papel.
Os Feitos de Mem de Sá – poema com 3058 versos divididos em 4 cantos. Escritos em versos decassílabos, descrevendo a luta de Mem de Sá contra os índios e franceses. Os indígenas são descritos como pecadores. Após a sua rendição são considerados almas pecadoras pedindo perdão a Mem de Sá. No poema, ele é compassivo e caridoso. No Canto I foi descrito o Brasil antes da chegada de Mem de Sá. O Canto II narra a luta de Mem de Sá contra os índios, mostrando a violência nas batalhas.  Depois de vencer os indígenas eles são convertidos e pedem clemencia. O Canto III descreve o combate de Mem de Sá contra os franceses e indígenas, mostrando sua vitória. No Canto IV o governador-geral expulsa os franceses da baia Guanabara onde fundaram a França Antártica na batalha final.
Arte e Gramatica da Língua Mais Usada na Costa do Brasil – como Anchieta catequizava os indígenas brasileiros notou a semelhança da língua falada pelos índios tupis no litoral. Falando a mesma língua poderia ajudar na conversão deste povo. Os jesuítas chamaram a língua geral de tupi universal. Pois se usassem a Gramatica da língua falada pelos naturais seria mais um instrumento de conversão aos indígenas.
A Cartilha dos Nativos (Gramatica tupi-guarani) – nesta obra o padre deixou o ensino da língua aos nativos. Com varias poesias no estilo medieval, agregando à moral religiosa católica aos costumes indígenas. Demonstrando a preocupação de separar o bem do mal, o anjo do diabo.
Carta da Companhia – A catequese influenciou a poesia e teatro de José de Anchieta. Porque é o melhor autor da produção literária do Quinhentismo brasileiro.

Um comentário:

  1. Parabéns, Tania Tonelli! é um belo trabalho de recortes da nossa história. Não poderíamos deixar de ler sobre quem foi o Pai da Literatura Brasileira.
    Obrigada por compartilhar saberes.

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