sábado, 25 de junho de 2016

Pesadelo

Helena trabalhou o dia inteiro fazendo faxina na casa da dentista Verônica. Enquanto colocava o tapete na sala o marido desta mulher chegou a casa. Ele trouxe um presente para a sua esposa, pois dia 12 de junho era o dia dos namorados. Este casal se abraçou e beijaram-se. Amargurada Helena lembrou-se que quando tinha 16 anos conheceu o caminhoneiro Zeca. Foi amor à primeira vista, porque apaixonou-se perdidamente por este homem. Mas os seus pais não aprovaram o seu namoro com aquele lindo moreno. Desesperada fugiu com ele.
Os dois dirigiram-se a uma grande cidade do estado de Minas Gerais. Zeca alugou uma pequena casa, onde tiveram momentos maravilhosos. Passados alguns dias o caminhoneiro precisou voltar a trabalhar fazendo uma viagem ao Rio de Janeiro. Helena começou sentir ânsia e dores no estomago. Ela foi ao médico, descobriu que estava grávida do seu amor. Depois de vinte dias Zeca retornou a sua casa. Ele ficou feliz quando soube que iria ser papai.
Passados os nove meses Helena teve um filho homem, o chamaram de Pedro. Quando o menino completou um ano Zeca convidou alguns amigos para ir a sua casa. Esses homens beberam pinga, conhaque, cerveja. Durante a madrugada Zeca embriagado contou que além desta garota tinha mais três mulheres e cinco filhos. Desesperada Helena pegou algumas roupas, o seu filho e fugiu de casa.
Atualmente esta morando em uma pequena cidade do estado de São Paulo. Assim que terminou de fazer seu serviço à dentista pagou o dia do seu serviço. Como já era mais de 17:00 horas dirigiu-se a escola buscar o seu filho Pedro. Este menino tinha dez anos e estudava na 4º série. Da escola mãe e filho foram ao supermercado comprarem alguns alimentos. A seguir pegaram o ônibus para voltarem a casa.
Helena e Pedro moravam na periferia da cidade. Estava escuro quando desceram do ônibus. Enquanto caminhavam na rua deserta um homem montado na moto parou na frente deles. Furioso apontou um revolver e falou:
- Dona me entregue toda a sua grana!
Aflita Helena respondeu:
- Por favor, não machuque o meu filho, porque o pouco dinheiro que tinha gastei no supermercado.
- Vagabunda me dê a sua bolsa agora! Falou o bandido.
- O meu filho esta com fome! Vá roubar os poderosos e não uma simples faxineira.
- Idiota, eu estou precisando de grana para comprar craque! Berrou o bandido.
- As drogas estão destruindo a sua vida, falou Helena.
- Mentirosa! Pare de falar bobagens! Falou este cara. Ele disparou um tiro que acertou no coração dela. Roubou a sua bolsa e fugiu.
Helena caiu no chão, Pedro abraçou a sua mãe, chorando chamava-a pelo nome. Infelizmente ela não respondia porque faleceu. Algumas pessoas viram o que aconteceu, chamaram a policia.
Esta mulher não tinha família, levaram Pedro ao orfanato. No outro dia sepultaram Helena como indigente. O menino ficou traumatizado, achava que todas as pessoas queriam matá-lo. A diretora do orfanato era ruim, apesar de saber sobre o sofrimento desta criança não marcou uma consulta com o psicólogo para ajudá-lo.
Um menino tentou conversar com Pedro, os dois discutiram e brigaram. No outro dia uma menina curiosa começou a mexer escondida nas coisas dele. No momento em que ele a viu fazendo isso, lembrou-se do bandido que assassinou a sua mãe. Angustiado pegou a vassoura e começou a bater nela. Esta menina ficou ferida, precisaram levá-la ao hospital. A diretora mandou prender Pedro num quarto escuro. Desesperado ele chorava e gritava. As 19h30mim um funcionário abriu a porta, pois levava comida ao menino.
Pedro foi esperto e fugiu do orfanato. Começou a viver como andarilho. No dia 24 de junho ele sofreu bastante, pois choveu até as 16:00 horas, depois começou a fazer muito frio. Ele vestia apenas uma calça velha, sua camiseta estava rasgada e as solas do seu tênis estavam furadas. Ele pediu ajuda, uma senhora deu uma jaqueta velha e um cobertor. Conseguiu encontrar comida no lixo do restaurante.
Pedro dormia em uma casa velha abandonada. As 20:00 horas dirigiu-se a esse lugar, enrolou-se no cobertor, deitou-se no chão e dormiu. Durante a noite sonhou com Iraídes que foi sua professora na 3º série. Esta mulher falou uma linda mensagem:
“No mundo existe fome, miséria, violência. Construiremos uma sociedade mais justa se usarmos a importante arma que se chama AMOR. Pois o sol brilha para os bons e ruins. A chuva significa vida, porque faz nascer novas plantas e renova as existentes.
Deus nos amou tanto que nos deu de presente o seu filho Jesus Cristo. Ele falou não ao dinheiro e sim a vida. Acolheu os pecadores, prostitutas, leprosos. Nos ensinou que devemos acredita em nós mesmos e amarmos os nossos semelhantes. Assim estaremos ajudando a construir o PARAISO aqui na Terra.”
Quando amanheceu Pedro acordou emocionado. Ele tinha um diário, anotou essas lindas palavras no seu caderno velho. Então lembrou-se das crianças e adolescentes que viviam no orfanato, aquela diretora ruim os fazia sofrerem. Estava no momento de exigirem a saída daquela mulher do cargo. Ele saiu correndo daquela casa, pois iria a igreja pedir ajuda do padre. No momento que foi atravessar uma rua não viu o carro que o atropelou.
O motorista deste veiculo era um médico e o socorreu imediatamente. Devido a pancada o menino desmaiou, o doutor o levou ao hospital. Felizmente levou apenas um susto, pois teve alguns ferimentos leves.
As pessoas ficaram encantadas com a mensagem que estava escrita no seu diário. O medico e sua esposa tinham um filho com oito anos. O casal gostou do Pedro, resolveram adota-lo. A diretora do orfanato foi demitida. Pedro fez amizade com as crianças e adolescentes órfãos. Apesar de sentir saudades de sua mãe Helena, Pedro voltou a sorrir. Porque agora ele tinha um pai, uma mãe e um irmão adotivo, além de muitos amigos. 
 

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