No outro dia Rute acordou às cinco horas
e quinze minutos para ir trabalhar na fabrica. Rebeca também estava dormindo no
seu quarto, Joel estava no quarto de hospedes. Com a luz acesa a moça acabou
acordando. Rute sorriu e pediu para fazer companhia ao rapaz porque deveria
estar deprimido por causa do falecimento do seu avô. No serviço ela conseguiu
se distrair um pouco e esquecer-se dos seus problemas. Depois que trabalhou o
dia inteiro retornou a sua casa. Quando entrou na sala Rebeca estava angustiada
e falou:
- Rute o Joel ficou louco, nós dois
discutimos, ele roubou a sua colcha nova, falou que odeia eu e você, nunca mais
quer nos ver na frente dele.
- O vício do Joel esta falando mais alto
do que a sua razão, falou Rute.
- Fizemos de tudo para ajudar o Joel, ele
não nos ouve, estou desistindo e me preocupo com o meu filho, falou Rebeca.
- Você deve se preocupar com o seu filho
e com a sua saúde, agora que o senhor Antônio faleceu preciso ter uma conversa
séria com aquele rapaz, falou Rute.
- Pois lhe desejo sorte, não quero que o
vício das drogas acabe com a vida do pai de meu filho, falou Rebeca.
As duas se abraçaram, Rute foi a casa que
pertencia ao senhor Antônio procurar Joel. Quando chegou nesta residência a luz
da sala estava acesa. Ela apertou a campainha, passados cinco minutos ele abriu
a porta da sala e gritou:
- Droga! Já deixei avisado que não quero vê-la
na minha frente.
- Então devolva o dinheiro que você
roubou da minha bolsa e os objetos da minha casa, falou Rute.
- Chame-me de ladrão a vontade, ainda
devolverei o seu dinheiro e as coisas da sua casa, falou Joel.
- Eu não vim aqui para condená-lo, estou
querendo ajudá-lo, falou Rute.
- Por favor, me deixe em paz, falou Joel.
- Você quer ficar em paz para continuar
roubando os outros para conseguir dinheiro para comprar as drogas, falou Rute.
- Meu finado avô Antônio sempre falava
que roubar é errado, mas se eu não fumar um cigarro de crack parece que vou
enlouquecer, falou Rute.
- Você esta viciado e faz qualquer
sacrifício para obter a droga para satisfazer o seu vício, falou Rute.
- Já tentei várias vezes parar de fumar
maconha e não consegui, o crack me dá altas emoções, mas custa mais caro, falou
Joel.
-
Rapaz se esforce, tente se libertar deste vício, falou Rute.
- Nunca vou conseguir parar de fumar o
crack, já me tornei ladrão, daqui a alguns dias estarei na cadeia fazendo
companhia ao meu pai, falou Joel chorando.
- Para você se libertar deste vício terá
que fazer tratamento e ser internado em uma clínica de recuperação de drogados,
falou Rute.
- Eu sou um cara pobre, apenas pessoas
ricas possuem dinheiro para internar seus filhos nessas clínicas, falou Joel.
- A dona Francisca tem uma prima que
trabalha em uma clínica de recuperação, Joel se você desejar e cooperar a
Associação de Bairros da Vila Dedo Duro pagará o seu tratamento, falou Rute.
- Se for para me libertar do consumo das
drogas quero ir a clínica fazer este tratamento, falou Joel.
Os dois se abraçaram, Joel retornou a
casa da Rute. No dia seguinte procuraram a dona Francisca falando que o rapaz
desejava se internar na clínica de recuperação de drogados. Aquela mulher falou
que já tomou as devidas providencias, o rapaz iria para esse local dentro de
dois dias às oito horas da manhã. Mas precisava levar para a clínica suas
roupas e outros objetos. Rute pediu para colocar em um pedaço de papel tudo o
que este rapaz precisaria, pois as arrumaria ainda neste dia. Aquela senhora
pediu para o seu vizinho os levarem a clínica. Rebeca estava animada quando foi
se despedir do Joel e falou:
- Sentirei saudades de você, rezarei a
Deus para liberta-lo deste vício assim poderemos criar juntos o nosso filho.
Joel a abraçou e beijou-a, terminado o
beijo falou:
- Foi por minha livre e espontânea
vontade que comecei a fumar a maconha, minha consciência me diz que devo ficar
internado na clinica de recuperação de drogados para me libertar deste vício.
-
Joel vai ser difícil ficar internado na clínica, mas você tomou a decisão
correta, falou Rute.
- Por favor, cuide bem da minha mulher e
do meu filho, falou Joel.
Rute o abraçou, quase chorando falou:
- Fique tranquilo, a Rebeca e o seu filho
ficarão seguros na minha casa.
- Rute me simpatizei com você desde a
primeira vez que a vi, falou Joel.
- Além de ser sua amiga o acho um cara
legal, falou Rute.
Eles se despediram, Joel entrou no
automóvel e foi levado para a clínica de recuperação de drogados. Passados dez
dias em um domingo Rute foi visitar o seu Simão na penitenciaria. Ela falou que
o filho dele estava viciado em drogas e foi internado em uma clínica de
recuperação de drogados. Aquele homem ficou triste, Rute sorriu, falou que pelo
menos o rapaz estava fazendo o tratamento e se recuperaria ainda mais que
dentro de poucos meses seria pai. Simão ficou contente por saber que se
tornaria avô, quis saber tudo sobre a vida da mãe do bebê. Os dias foram
passando, já fazia cinco meses que o Joel estava internado na clínica. No
próximo domingo Simão seria solto da prisão por ter cumprido os nove anos e
oito meses que foi condenado pelo crime que cometeu. Rute conversou com o
diretor da clínica e pediu para o rapaz ficar o próximo final de semana em sua
casa para juntos comemoraram esse acontecimento. O homem sorriu e falou que no
sábado cedo poderia vir buscá-lo. Na sexta-feira a tarde quando estava chegando
em sua casa do serviço viu Rebeca conversando com um rapaz bonito. Antes dela
chegar em frente da residência os dois se despediram, o cara deu um beijo no
rosto da moça, entrou no automóvel e foi embora. Rebeca ficou sem graça quando
viu Rute e falou que aquele rapaz era seu amigo. No outro dia Joel ficou
contente quando pode ir para a casa de Rute. Ele ficou feliz quando viu que a
sua namorada estava de sete meses.
- Rebeca você esta linda na sua gravidez,
falou Joel.
- Eu fiz o ultrassom, nosso filho esta
bem de saúde e vai ser um menino, falou Rebeca.
Joel ficou emocionado e falou:
- Em homenagem ao meu finado avô o nosso
filho vai se chamar Antônio.
- Apenas quero é lhe ver feliz Joel,
falou Rebeca.
Os dois se abraçaram, conversando faziam
planos para o futuro. Enquanto estavam almoçando Rute falou que gostaria de
fazer um almoço especial para comemorarem a liberdade do Simão. Ela dirigiu-se ao
supermercado fazer compras, depois limpou e arrumou sua casa para ficar um
ambiente harmonioso. Às dezesseis horas Rute, Rebeca e Joel foram a cozinha
temperar carne, verem se tinham comprado todos os ingredientes para fazer a
lasanha. Tudo estava em ordem, apenas o rapaz reclamou que tinha pouco
refrigerante. Rute pediu para ele ir ao supermercado comprar mais algumas garrafas.
Enquanto o rapaz estava passando em frente de um bar, um homem grande, vestindo
calça jeans e camiseta, com boné e óculos de sol falou:
- Garoto você é filho do Simão Rodrigues,
um homem traidor que esta preso na penitenciaria Esquiloide?
-
Cara eu não o conheço, mas detesto que outras pessoas falem mal do meu pai,
respondeu Joel.
- Simão gostava de ser machão, mas, o
filho dele é uma frutinha, falou este homem.
Joel ficou nervoso e falou:
- O senhor fala bobagens porque esta
bêbado.
- Amorzinho fale para o seu pai que o
Cobra mandou lembranças para ele, falou o homem.
- Vá para o inferno, gritou Joel. Para
evitar brigar com aquele homem saiu correndo.
- Quem vai para o inferno é você garoto,
gritou o homem.
Ele sentou-se na motocicleta que estava
estacionada perto do bar e a ligou. Quando passou perto do Joel pegou um
revolver e deu três tiros nas costas dele e fugiu.
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