Joel caiu no chão inconsciente, saia
muito sangue das suas costas. O dono do bar chamou a policia e uma ambulância.
Uma vizinha de Rute estava andando na rua viu o rapaz ser baleado. Ela o
reconheceu e foi a casa de Rute avisá-la. Aflita apertou a campainha, Rute de
longe a reconheceu e foi ao portão para conversarem, vendo-a nervosa
perguntou:
- Maria o que aconteceu para você estar
abalada?
- Eu fui ao supermercado fazer compras,
quando estava a dois quarteirões em
frente de um bar vi um homem andando de moto dar três tiros nas costas de um
rapaz, respondeu a mulher.
- Você conhece o rapaz que foi baleado?
Perguntou Rute.
- É aquele rapaz que esta hospedado na
sua casa Rute, respondeu Maria.
Rute quase desmaiou quando ouviu isso e
chorando falou:
- Joel tinha ido ao supermercado comprar
refrigerantes.
- As pessoas falaram que o homem que
atirou no Joel conheço a provocá-lo, parece que foi por vingança que o
machucou, falou Maria.
- Maria, por favor, faça companhia a Rebeca.
Eu vou ver o que aconteceu com Joel, falou Rute.
Desesperada Rute foi a aquele bar ver o
que tinha acontecido com Joel. A ambulância já tinha levado o rapaz ao hospital,
pois estava muito ferido. Em pânico foi conversar com os policiais, encontrou o
Sargento José que tinha estudado o ensino médio na mesma sala de aula que ela
estudou, então perguntou:
- Sargento José o que aconteceu e por que
deram três tiros no Joel?
- Eu não sei, estou investigando para
saber quem e por que quiseram matar este rapaz, respondeu o sargento José.
- Por favor, mantenha-me informada, Joel
estava hospedado na minha casa e o pai dele é meu amigo, falou Rute.
- Sinto muito espero que aquele garoto
sobreviva, falou o sargento José.
Eles dois se despediram, Rute foi ao
hospital para saber como Joel estava. Quando chegou neste local uma enfermeira
falou que o rapaz estava gravemente ferido. Um dos tiros atingiu o coração
dele, neste momento estava na sala de cirurgia. Agoniada telefonou para a dona
Francisca avisando-a sobre o que tinha acontecido com Joel. Precisava voltar a
sua casa e avisar Rebeca sobre o que estava acontecendo com o pai do filho
dela. Quando chegou à sua residência entrou na sala, assim que Rebeca a viu
falou:
- Estou com mal pressentimento, onde esta
Joel que ainda não voltou do supermercado?
- Quando Joel passava em frente do bar um
homem começou a provocá-lo, respondeu Rute.
Rebeca a interrompeu falando:
- Droga! Eu sabia que o Joel tinha se
metido em uma briga.
- Calma Rebeca, Joel não brigou com
ninguém, parece que aquele homem queria se vingar do pai dele, falou Rute.
- Aquele homem machucou Joel? Perguntou
Rebeca desesperada.
- Infelizmente aquele homem deu três
tiros no Joel, respondeu Rute.
Rebeca sentiu tonturas, não caiu no chão
porque Rute a segurou e ajudou-a sentar no sofá. Chorando Rebeca perguntou
novamente:
- Joel ainda esta vivo?
- Ele foi gravemente ferido, quando
cheguei no hospital estava na sala de cirurgia, respondeu Rute.
- Então vamos ao hospital para sabermos
se o pai do meu filho ainda esta vivo, falou Rute.
Elas foram ao hospital, dona Francisca
estava lá, quando as três se encontraram choraram. Passados alguns minutos o
sargento José chegou neste local e se aproximou delas. Rute quando o viu
levantou-se e falou:
- Neste momento Joel esta na sala de
cirurgia, um dos três tiros acertou no coração dele.
- O homem que atirou neste rapaz foi o
Cobra, falou o sargento José.
- Por que este homem quis matar Joel?
Perguntou Rute.
- Cobra foi o chefe da quadrilha que
assaltou aquela loja de joias quando prenderam Simão. Parece que este homem
conseguiu fugir, mas ficou furioso quando soube que o seu companheiro denunciou
para os policias onde era o seu esconderijo, respondeu o sargento José.
- Então este Cobra atirou no Joel para se
vingar do Simão, falou Rute.
- Este homem é um animal, ele assaltou vários
locais e já assassinou cinco pessoas. Ele foi preso várias vezes e fugiu três
vezes das penitenciarias. Já faz mais de um ano que o Cobra esta foragido da
policia, falou o sargento José.
Neste momento apareceu um médico
procurando pelos parentes do rapaz, ele falou que o paciente não resistiu à
operação e faleceu. As três mulheres choraram novamente, Rute ficou
inconformada por vê-lo morrer, pois, estava se recuperando e deixando de ser
viciado em drogas. O policial a abraçou e falou que iria prender aquele
bandido. Dona Francisca telefonou e conversou com urgência com os membros da associação
de bairros para providenciarem o velório e enterro do rapaz. Rebeca precisou se
consultar com um médico, Rute que tinha vários planos viu a sua vida se transformar
em um pesadelo.
No domingo às nove horas da manhã Simão
seria solto da prisão. Dona Francisca chorava direto e falava que não teria
coragem de dar esta triste noticia ao seu amigo. Rute falou que se encarregaria
disto, o seu João a levou com o seu automóvel até a penitenciaria. No horário
marcado feliz Simão saiu da prisão. Ele abraçou Rute, ao vê-la abatida
perguntou:
- Onde esta o meu filho Joel e a namorada
dele?
Rute ficou nervosa, começou a chorar e
falou:
- Ontem aconteceu uma desgraça, um homem
deu três tiros no Joel.
Simão ficou aflito e perguntou novamente:
- O meu filho esta muito machucado?
- Um dos tiros acertou no coração do
Joel, ele não resistiu à cirurgia e faleceu.
Simão
ficou desesperado e chorando falou:
- Eu vou matar o homem que assassinou o
meu filho.
Rute o abraçou novamente e falou:
- O sargento José falou que foi o Cobra
que atirou no Joel.
- Quando os policiais prenderam o Cobra,
ele falou que um dia se vingaria de mim.
- Acalme-se Simão, a única coisa que
podemos fazer é irmos ao velório do Joel, falou Rute.
Simão chorando entrou no automóvel,
falava direto que depois que seu filho fosse enterrado mataria o Cobra. Quando
este homem chegou no Velório Municipal desesperado chorava vendo o seu filho no
caixão. Este foi o velório mais triste e
doloroso da vida da Rute. Ela e suas amigas choravam direto, o rapaz foi
enterrado às quinze horas. Passados vinte minutos Rebeca começou a passar mal, às
pressas Rute a levou ao hospital. Dona Francisca chamou o Simão para ir a sua
casa tomar banho, comer comida e descansar.
- Dona Francisca a senhora sempre foi boa
para as pessoas, mas a partir de agora não descansarei enquanto não acabar com
o Cobra, falou Simão.
- Simão você ficou preso por quase dez
anos, agora que esta livre não deixe o ódio lhe dominar, falou dona Francisca.
- O meu filho Joel tinha dezoito anos, Cobra
o assassinou para se vingar de mim, falou Simão.
- Os policiais prenderão o Cobra, ele
será punido pela nossa justiça, falou dona Francisca.
- Eu punirei o Cobra com as minhas
próprias mãos, falou Simão.
Simão chorando se despediu do túmulo do
seu filho e saiu do cemitério. Dona Francisca o seguia, quando chegaram na rua
falou:
- O automóvel do seu João esta
estacionado na outra rua, vamos procurá-lo para nos levar a minha casa.
- Tachou dona Francisca, preciso procurar
o Cobra para acertarmos as contas, falou Simão.
Esta mulher ficou parada e começou a
chorar. Passados dois minutos o sargento José se aproximou dela e pediu para se
acalmar, pois seguiria o Simão. Este homem lembrou-se que um primo do Cobra
morava no Jardim Cruzado. Ele pegou um ônibus e foi a este local. A mulher
deste homem falou que o seu marido faleceu há dois anos. Então lembrou-se que
uma amante deste bandido morava no
Jardim Repeteco. Simão foi a residência dela e falaram que ela tinha mudado para
o Jardim Encalhado. Quando chegou neste local contaram que esta mulher tinha
ido morar numa chácara do namorado na cidade Granizo. Cansado viu que já eram
vinte horas, sentindo fome foi a um restaurante jantar. Cheio de raiva falava
para si mesmo que não iria descansar enquanto não encontrasse o Cobra. Depois
que jantou pegou um ônibus que iria a Granizo. Quando chegou nesta cidade pegou
para um taxi e pediu para levá-lo ao bairro Vendaval que ficava perto de onde
residia aquela mulher.
Eram mais de vinte e três horas quando
Simão chegou naquela chácara. De longe viu uma luz acesa na casa, decidiu
conversar com Alice para ver se ela sabia onde Cobra estava escondido. Talvez
aquele bandido poderia estar naquela residência, como estava desarmado poderia
ser assassinado e se livraria dos sofrimentos da vida. Com a escuridão da noite
aproximou-se daquela casa e bateu palmas. Uma mulher abriu a porta, Simão a
reconheceu imediatamente e falou:
- Oi Alice, tudo bem?
- Simão o que você veio fazer aqui na
minha casa? Perguntou aquela mulher.
- Estou procurando Cobra, respondeu
Simão.
Deveriam estar escutando a conversa do
Simão com Alice, da casa um homem falou alto:
- Cara, você demorou demais para me
encontrar.
Simão reconheceu que aquela voz era do
Cobra, entrou na casa, viu que aquele homem estava sentado no sofá fumado
cigarro. Cheio de raiva falou:
- Cobra o ódio que você sente por mim não
lhe dá o direito de ter assassinado o meu filho.
- Simão eu lhe avisei que um dia me vingaria
de você, falou Cobra.
Chorando Simão desabotoou sua camisa, a
jogou no chão e falou:
- Já que você assassinou o meu filho
acabe comigo agora.
- Na minha casa você não vai matar ninguém,
gritou outro homem.
Cobra deu um soco na barriga do Simão e
outro em seu rosto. Rindo ele falou:
- Tudo bem, lá fora vou descarregar o meu
revolver neste traidor.
O bandido abriu a porta, empurrou Simão
para fora da sala, quando saiu deste cômodo viu que a casa estava cercada pelos
policiais. Sem saída ergueu suas mãos e jogou sua arma no chão, o sargento José
o algemou e colocaram-no no camburão. Simão foi levado a delegacia depor,
depois o sargento o levou a casa da Rute. Ela ficou feliz quando viu o pai do
Joel e o convidou para pousar na sua casa. No outro dia Rebeca recebeu alta do
hospital. Simão estava mais calmo, ele conversou com dona Francisca, tentaria
reconstruir sua vida e ajudaria a criar do neto. Por enquanto ficaria hospedado
na casa de dona Rute.
Passaram-se dois meses, quando completou
os nove meses Rebeca precisou ir ao hospital e teve um menino. Em homenagem ao
pai do bebê chamaram-no de Joel. O neném era bonito, tranquilo e chorava pouco.
Rute gostava bastante desta criança, quando tinha tempo cuidava dela com o
maior carinho. O tempo passava, quando Joel tinha vinte e oito dias numa
quinta-feira Rute chegou a sua casa, Simão estava segurando o menino que
chorava bastante. Ela rapidamente o trocou, depois brincou com ele para parar
de chorar. Então perguntou para Simão onde estava Rebeca, ele respondeu que não
sabia onde ela estava, já fazia mais de duas horas que tinha saído falando que
iria comprar remédio. Passados quinze minutos o bebê acabou dormindo. Rute o
levou ao quarto de Rebeca e o colocou no berço. Quando abriu o guarda-roupa
para pegar o cobertor viu que as roupas e calçados de Rebeca haviam
desaparecido. Tinha apenas uma folha de um caderno escrito às seguintes palavras:
“Eu fui para a cidade de São Paulo tentar reconstruir a minha vida ao lado do
meu amor Edivaldo. Dona Rute como à senhora se preocupava com o Joel é sua
obrigação cuidar do meu filho. Rebeca dos Santos”
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