terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Capitulo 7 - O Desespero do Simão

Joel caiu no chão inconsciente, saia muito sangue das suas costas. O dono do bar chamou a policia e uma ambulância. Uma vizinha de Rute estava andando na rua viu o rapaz ser baleado. Ela o reconheceu e foi a casa de Rute avisá-la. Aflita apertou a campainha, Rute de longe a reconheceu e foi ao portão para conversarem, vendo-a nervosa perguntou: 
- Maria o que aconteceu para você estar abalada?
- Eu fui ao supermercado fazer compras, quando estava a dois quarteirões  em frente de um bar vi um homem andando de moto dar três tiros nas costas de um rapaz, respondeu a mulher.
- Você conhece o rapaz que foi baleado? Perguntou Rute.
- É aquele rapaz que esta hospedado na sua casa Rute, respondeu Maria.
Rute quase desmaiou quando ouviu isso e chorando falou:
- Joel tinha ido ao supermercado comprar refrigerantes.
- As pessoas falaram que o homem que atirou no Joel conheço a provocá-lo, parece que foi por vingança que o machucou, falou Maria.
- Maria, por favor, faça companhia a Rebeca. Eu vou ver o que aconteceu com Joel, falou Rute.
Desesperada Rute foi a aquele bar ver o que tinha acontecido com Joel. A ambulância já tinha levado o rapaz ao hospital, pois estava muito ferido. Em pânico foi conversar com os policiais, encontrou o Sargento José que tinha estudado o ensino médio na mesma sala de aula que ela estudou, então perguntou: 
- Sargento José o que aconteceu e por que deram três tiros no Joel?
- Eu não sei, estou investigando para saber quem e por que quiseram matar este rapaz, respondeu o sargento José.
- Por favor, mantenha-me informada, Joel estava hospedado na minha casa e o pai dele é meu amigo, falou Rute.
- Sinto muito espero que aquele garoto sobreviva, falou o sargento José.
Eles dois se despediram, Rute foi ao hospital para saber como Joel estava. Quando chegou neste local uma enfermeira falou que o rapaz estava gravemente ferido. Um dos tiros atingiu o coração dele, neste momento estava na sala de cirurgia. Agoniada telefonou para a dona Francisca avisando-a sobre o que tinha acontecido com Joel. Precisava voltar a sua casa e avisar Rebeca sobre o que estava acontecendo com o pai do filho dela. Quando chegou à sua residência entrou na sala, assim que Rebeca a viu falou:
- Estou com mal pressentimento, onde esta Joel que ainda não voltou do supermercado?
- Quando Joel passava em frente do bar um homem começou a provocá-lo, respondeu Rute.
Rebeca a interrompeu falando:
- Droga! Eu sabia que o Joel tinha se metido em uma briga.
- Calma Rebeca, Joel não brigou com ninguém, parece que aquele homem queria se vingar do pai dele, falou Rute.
- Aquele homem machucou Joel? Perguntou Rebeca desesperada.
- Infelizmente aquele homem deu três tiros no Joel, respondeu Rute.
Rebeca sentiu tonturas, não caiu no chão porque Rute a segurou e ajudou-a sentar no sofá. Chorando Rebeca perguntou novamente:
- Joel ainda esta vivo?
- Ele foi gravemente ferido, quando cheguei no hospital estava na sala de cirurgia, respondeu Rute.
- Então vamos ao hospital para sabermos se o pai do meu filho ainda esta vivo, falou Rute.
Elas foram ao hospital, dona Francisca estava lá, quando as três se encontraram choraram. Passados alguns minutos o sargento José chegou neste local e se aproximou delas. Rute quando o viu levantou-se e falou:
- Neste momento Joel esta na sala de cirurgia, um dos três tiros acertou no coração dele.
- O homem que atirou neste rapaz foi o Cobra, falou o sargento José.
- Por que este homem quis matar Joel? Perguntou Rute.
- Cobra foi o chefe da quadrilha que assaltou aquela loja de joias quando prenderam Simão. Parece que este homem conseguiu fugir, mas ficou furioso quando soube que o seu companheiro denunciou para os policias onde era o seu esconderijo, respondeu o sargento José.
- Então este Cobra atirou no Joel para se vingar do Simão, falou Rute.
- Este homem é um animal, ele assaltou vários locais e já assassinou cinco pessoas. Ele foi preso várias vezes e fugiu três vezes das penitenciarias. Já faz mais de um ano que o Cobra esta foragido da policia, falou o sargento José.
Neste momento apareceu um médico procurando pelos parentes do rapaz, ele falou que o paciente não resistiu à operação e faleceu. As três mulheres choraram novamente, Rute ficou inconformada por vê-lo morrer, pois, estava se recuperando e deixando de ser viciado em drogas. O policial a abraçou e falou que iria prender aquele bandido. Dona Francisca telefonou e conversou com urgência com os membros da associação de bairros para providenciarem o velório e enterro do rapaz. Rebeca precisou se consultar com um médico, Rute que tinha vários planos viu a sua vida se transformar em um pesadelo.   
No domingo às nove horas da manhã Simão seria solto da prisão. Dona Francisca chorava direto e falava que não teria coragem de dar esta triste noticia ao seu amigo. Rute falou que se encarregaria disto, o seu João a levou com o seu automóvel até a penitenciaria. No horário marcado feliz Simão saiu da prisão. Ele abraçou Rute, ao vê-la abatida perguntou:
- Onde esta o meu filho Joel e a namorada dele?
Rute ficou nervosa, começou a chorar e falou:
- Ontem aconteceu uma desgraça, um homem deu três tiros no Joel.
Simão ficou aflito e perguntou novamente:
- O meu filho esta muito machucado?
- Um dos tiros acertou no coração do Joel, ele não resistiu à cirurgia e faleceu.
Simão  ficou desesperado e chorando falou:
- Eu vou matar o homem que assassinou o meu filho.
Rute o abraçou novamente e falou:
- O sargento José falou que foi o Cobra que atirou no Joel.
- Quando os policiais prenderam o Cobra, ele falou que um dia se vingaria de mim.
- Acalme-se Simão, a única coisa que podemos fazer é irmos ao velório do Joel, falou Rute.
Simão chorando entrou no automóvel, falava direto que depois que seu filho fosse enterrado mataria o Cobra. Quando este homem chegou no Velório Municipal desesperado chorava vendo o seu filho no caixão. Este foi o velório mais triste  e doloroso da vida da Rute. Ela e suas amigas choravam direto, o rapaz foi enterrado às quinze horas. Passados vinte minutos Rebeca começou a passar mal, às pressas Rute a levou ao hospital. Dona Francisca chamou o Simão para ir a sua casa tomar banho, comer comida e descansar.
- Dona Francisca a senhora sempre foi boa para as pessoas, mas a partir de agora não descansarei enquanto não acabar com o Cobra, falou Simão.
- Simão você ficou preso por quase dez anos, agora que esta livre não deixe o ódio lhe dominar, falou dona Francisca.
- O meu filho Joel tinha dezoito anos, Cobra o assassinou para se vingar de mim, falou Simão.
- Os policiais prenderão o Cobra, ele será punido pela nossa justiça, falou dona Francisca.
- Eu punirei o Cobra com as minhas próprias mãos, falou Simão.
Simão chorando se despediu do túmulo do seu filho e saiu do cemitério. Dona Francisca o seguia, quando chegaram na rua falou:
- O automóvel do seu João esta estacionado na outra rua, vamos procurá-lo para nos levar a minha casa.
- Tachou dona Francisca, preciso procurar o Cobra para acertarmos as contas, falou Simão.
Esta mulher ficou parada e começou a chorar. Passados dois minutos o sargento José se aproximou dela e pediu para se acalmar, pois seguiria o Simão. Este homem lembrou-se que um primo do Cobra morava no Jardim Cruzado. Ele pegou um ônibus e foi a este local. A mulher deste homem falou que o seu marido faleceu há dois anos. Então lembrou-se que uma  amante deste bandido morava no Jardim Repeteco. Simão foi a residência dela e falaram que ela tinha mudado para o Jardim Encalhado. Quando chegou neste local contaram que esta mulher tinha ido morar numa chácara do namorado na cidade Granizo. Cansado viu que já eram vinte horas, sentindo fome foi a um restaurante jantar. Cheio de raiva falava para si mesmo que não iria descansar enquanto não encontrasse o Cobra. Depois que jantou pegou um ônibus que iria a Granizo. Quando chegou nesta cidade pegou para um taxi e pediu para levá-lo ao bairro Vendaval que ficava perto de onde residia aquela mulher.  
Eram mais de vinte e três horas quando Simão chegou naquela chácara. De longe viu uma luz acesa na casa, decidiu conversar com Alice para ver se ela sabia onde Cobra estava escondido. Talvez aquele bandido poderia estar naquela residência, como estava desarmado poderia ser assassinado e se livraria dos sofrimentos da vida. Com a escuridão da noite aproximou-se daquela casa e bateu palmas. Uma mulher abriu a porta, Simão a reconheceu imediatamente e falou:
- Oi Alice, tudo bem?
- Simão o que você veio fazer aqui na minha casa? Perguntou aquela mulher.
- Estou procurando Cobra, respondeu Simão.
Deveriam estar escutando a conversa do Simão com Alice, da casa um homem falou alto:
- Cara, você demorou demais para me encontrar.
Simão reconheceu que aquela voz era do Cobra, entrou na casa, viu que aquele homem estava sentado no sofá fumado cigarro. Cheio de raiva falou:
- Cobra o ódio que você sente por mim não lhe dá o direito de ter assassinado o meu filho.
- Simão eu lhe avisei que um dia me vingaria de você, falou Cobra.
Chorando Simão desabotoou sua camisa, a jogou no chão e falou:
- Já que você assassinou o meu filho acabe comigo agora.
- Na minha casa você não vai matar ninguém, gritou outro homem.
Cobra deu um soco na barriga do Simão e outro em seu rosto. Rindo ele falou:
- Tudo bem, lá fora vou descarregar o meu revolver neste traidor.
O bandido abriu a porta, empurrou Simão para fora da sala, quando saiu deste cômodo viu que a casa estava cercada pelos policiais. Sem saída ergueu suas mãos e jogou sua arma no chão, o sargento José o algemou e colocaram-no no camburão. Simão foi levado a delegacia depor, depois o sargento o levou a casa da Rute. Ela ficou feliz quando viu o pai do Joel e o convidou para pousar na sua casa. No outro dia Rebeca recebeu alta do hospital. Simão estava mais calmo, ele conversou com dona Francisca, tentaria reconstruir sua vida e ajudaria a criar do neto. Por enquanto ficaria hospedado na casa de dona Rute.
Passaram-se dois meses, quando completou os nove meses Rebeca precisou ir ao hospital e teve um menino. Em homenagem ao pai do bebê chamaram-no de Joel. O neném era bonito, tranquilo e chorava pouco. Rute gostava bastante desta criança, quando tinha tempo cuidava dela com o maior carinho. O tempo passava, quando Joel tinha vinte e oito dias numa quinta-feira Rute chegou a sua casa, Simão estava segurando o menino que chorava bastante. Ela rapidamente o trocou, depois brincou com ele para parar de chorar. Então perguntou para Simão onde estava Rebeca, ele respondeu que não sabia onde ela estava, já fazia mais de duas horas que tinha saído falando que iria comprar remédio. Passados quinze minutos o bebê acabou dormindo. Rute o levou ao quarto de Rebeca e o colocou no berço. Quando abriu o guarda-roupa para pegar o cobertor viu que as roupas e calçados de Rebeca haviam desaparecido. Tinha apenas uma folha de um caderno escrito às seguintes palavras: “Eu fui para a cidade de São Paulo tentar reconstruir a minha vida ao lado do meu amor Edivaldo. Dona Rute como à senhora se preocupava com o Joel é sua obrigação cuidar do meu filho. Rebeca dos Santos”

Nenhum comentário:

Postar um comentário