domingo, 1 de janeiro de 2017

Capitulo 5 - O Velório do Senhor Antônio

Rute ficou angustiada, telefonou para a dona Francisca avisando-a que o senhor Antônio tinha falecido. Aquela senhora chorou e falou que precisava conversar pessoalmente com ela. Rute telefonou para o seu vizinho pedindo o favor de levá-la ao hospital. Às cinco horas da manhã as duas se encontraram na instituição de saúde. Quando se encontraram chorando se abraçaram.
- Agora o senhor Antônio vai descansar dos sofrimentos desta vida, falou Rute.
- O filho do senhor Antônio esta preso na penitenciaria Esquiloide e o seu neto além de ser um rapaz revoltado esta viciado em drogas, falou dona Francisca.
- As únicas pessoas amigas que este homem tem são nós duas dona Francisca, falou Rute.
- O senhor Antônio sempre foi um homem bom e generoso, nós iremos lhe providenciar um velório e enterro decente, falou dona Francisca.
- A senhora dá as ordens que eu as obedeça, falou Rute sorrindo.
Dona Francisca conversou com os outros membros da Associação de Bairros da Vila Dedo Duro, um deles era dona de uma funerária e falou que providenciaria todas as coisas necessárias para o velório e enterro do senhor Antônio. Mais calma dona Francisca falou que iria a penitenciaria avisar o Simão que o pai dele havia falecido. Rute falou que procuraria o Joel e o avisaria sobre o falecimento do senhor Antônio.
Rute telefonou para a fabrica e avisou que não iria trabalhar neste dia porque iria no velório de um amigo dela. Às oito horas foi a casa do senhor Antônio e apertou a campainha várias vezes. Com o barulho Joel acordou, levantou furioso, colocou uma bermuda, foi até a sala, abriu a porta quando viu Rute, bravo falou:
- Mulher como se atreve a me acordar assim tão cedo.
- Vim lhe dar uma triste noticia sobre o seu avô Antônio, falou Rute.
- O meu avô esta internado no hospital, falou Joel.
- Na madrugada às quatro horas telefonaram para a minha casa contando que o seu Antônio teve derrame cerebral e faleceu, falou Rute.
Joel ficou abalado e falou:
- Ontem encontrei a dona Francisca, aquela mulher foi visitar o meu avô e falou que em dois dias receberia alta do hospital.
- Infelizmente o seu avô piorou e acabou falecendo nesta noite, falou Rute.
Tremendo o rapaz abriu o portão e falou:
- O meu avô era a única pessoa que tenho nesta vida.
- Eu também gostava muito do senhor Antônio, a morte de um ente querido nos traz muito sofrimento, falou Rute.
Joel a abraçou e começou a chorar. O seu Pedro um dos vizinhos da dona Francisca a levou a penitenciaria Esquiloide. Com bastante paciência conversou com o diretor e o avisou que o pai do Simão havia falecido. Esse homem pediu para ela esperar um pouco e mandou um soldado trazer este homem a sua sala. Espantado Simão acompanhou o soldado a sala do diretor, quando o viu perguntou:
- Eu fiz alguma coisa errada para o senhor mandar vir a sua sala?
- Não esta senhora veio visitá-lo, respondeu o diretor.
Ele ficou nervoso porque não estava no horário de visita. Dona Francisca aproximou-se dele e falou:
- Bom dia Simão.
Simão a reconheceu imediatamente e respondeu:
- Bom dia dona Francisca, aconteceu alguma coisa para a senhora ter vindo me visitar neste horário?
- A saúde do seu pai piorou, ele focou internado no hospital durante três dias, de madrugada teve derrame cerebral, respondeu dona Francisca.
Vendo o rosto abatido de dona Francisca, ele desesperado falou:
- A senhora veio avisar que o meu pai faleceu.
- Infelizmente o senhor Antônio morreu às quatro horas, falou dona Francisca.
Chorando ele abraçou a dona Francisca e falou:
- Estou preso nesta penitenciaria porque cometi crimes nesta vida, mas amo o meu pai e preciso ir ao velório dele.
- Pedirei autorização ao juiz para que ele permita que você Simão possa ir no velório do seu pai, falou dona Francisca.
- A que horas o meu pai será sepultado? Perguntou Simão.
- O seu Antônio vai ser sepultado às dezessete horas, respondeu dona Francisca.
Depois que o Joel chorou bastante ele perguntou:
- Rute você contou para o meu avô que roubei dinheiro e vários objetos da sua casa?
- O senhor Antônio estava doente e internado no hospital, jamais me atreveria a atormentá-lo com os meus problemas, respondeu Rute.
- Desculpe-me por ter pego o seu dinheiro e outros objetos de sua casa sem a sua autorização, falou Joel.
- Nós conversaremos mais tarde sobre isso, agora vamos nos preparar para irmos ao velório do seu avô Antônio, falou Rute.
Às nove horas e trinta minutos os funcionários da funerária levaram o corpo do senhor Antônio ao Velório Municipal. Joel, Rute, Rebeca e várias pessoas conhecidas choraram quando viram aquele homem generoso no caixão. Vagarosamente as horas se passavam, às catorze horas e dez minutos apareceu neste local Simão, as mãos dele estavam algemadas na frente e dois policiais o acompanhavam. Ele chorou bastante enquanto acariciava o rosto do seu pai. Joel ficou revoltado quando o viu, saiu e sentou-se num banco da praça. Rute o seguiu e perguntou:
- Você não vai cumprimentar o seu pai?
- Eu odeio aquele homem, ele é um bandido, respondeu Joel.
- Simão é um ser humano que cometeu seus erros, Joel tente perdoá-lo, falou Rute.
- Pois tenho vontade é de dar um soco na cara dele, falou Joel.
- O senhor Antônio ficaria muito triste se ouvisse você falando mal do seu pai, falou Rute.
- Então devo dar um abraço no meu pai e falar como o amo? Perguntou Joel.
- A morte nos traz muito sofrimento, Joel esta sua revolta apenas o faz sofrer ainda mais, respondeu Rute.
- O que preciso fazer para diminuir um pouco este sofrimento, falou Joel.
- Tente esquecer os seus problemas e vai cumprimentar o seu pai, falou Rute.
O rapaz passou suas mãos em seu rosto enxugando suas lágrimas e falou:
- Farei isso pelo meu avô e não por mim.
Joel retornou ao velório, Simão ainda estava chorando e segurava a mão de seu finado pai, o rapaz chegou perto dele e falou:
- Oi pai.
Emocionado Simão falou:
- Meu filho como você cresceu.
Os dois se abraçaram e começaram a chorar. Passado aproximadamente quarenta minutos Simão se despediu do seu filho e das pessoas conhecidas e  retornou a penitenciaria. Às dezessete horas aconteceu o sepultamento do senhor Antônio. Joel, Rebeca, Rute, a dona Francisca e outras pessoas choraram bastante. Quando estavam indo embora do cemitério Rute convidou Joel para ir pousar na sua casa, assim ele não ficaria sozinho na casa do seu finado avô durante esta noite. O rapaz abraçou Rebeca, entrou no automóvel do Anderson e foram para a residência da Rute.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário