Rute ficou angustiada, telefonou para a
dona Francisca avisando-a que o senhor Antônio tinha falecido. Aquela senhora
chorou e falou que precisava conversar pessoalmente com ela. Rute telefonou
para o seu vizinho pedindo o favor de levá-la ao hospital. Às cinco horas da
manhã as duas se encontraram na instituição de saúde. Quando se encontraram
chorando se abraçaram.
- Agora o senhor Antônio vai descansar
dos sofrimentos desta vida, falou Rute.
- O filho do senhor Antônio esta preso na
penitenciaria Esquiloide e o seu neto além de ser um rapaz revoltado esta
viciado em drogas, falou dona Francisca.
- As únicas pessoas amigas que este homem
tem são nós duas dona Francisca, falou Rute.
- O senhor Antônio sempre foi um homem
bom e generoso, nós iremos lhe providenciar um velório e enterro decente, falou
dona Francisca.
- A
senhora dá as ordens que eu as obedeça, falou Rute sorrindo.
Dona Francisca conversou com os outros
membros da Associação de Bairros da Vila Dedo Duro, um deles era dona de uma
funerária e falou que providenciaria todas as coisas necessárias para o velório
e enterro do senhor Antônio. Mais calma dona Francisca falou que iria a
penitenciaria avisar o Simão que o pai dele havia falecido. Rute falou que
procuraria o Joel e o avisaria sobre o falecimento do senhor Antônio.
Rute telefonou para a fabrica e avisou
que não iria trabalhar neste dia porque iria no velório de um amigo dela. Às
oito horas foi a casa do senhor Antônio e apertou a campainha várias vezes. Com
o barulho Joel acordou, levantou furioso, colocou uma bermuda, foi até a sala,
abriu a porta quando viu Rute, bravo falou:
- Mulher como se atreve a me acordar
assim tão cedo.
- Vim lhe dar uma triste noticia sobre o
seu avô Antônio, falou Rute.
- O meu avô esta internado no hospital,
falou Joel.
- Na madrugada às quatro horas
telefonaram para a minha casa contando que o seu Antônio teve derrame cerebral
e faleceu, falou Rute.
Joel ficou abalado e falou:
- Ontem encontrei a dona Francisca, aquela
mulher foi visitar o meu avô e falou que em dois dias receberia alta do
hospital.
- Infelizmente o seu avô piorou e acabou
falecendo nesta noite, falou Rute.
Tremendo o rapaz abriu o portão e falou:
- O meu avô era a única pessoa que tenho
nesta vida.
- Eu também gostava muito do senhor
Antônio, a morte de um ente querido nos traz muito sofrimento, falou Rute.
Joel a abraçou e começou a chorar. O seu
Pedro um dos vizinhos da dona Francisca a levou a penitenciaria Esquiloide. Com
bastante paciência conversou com o diretor e o avisou que o pai do Simão havia
falecido. Esse homem pediu para ela esperar um pouco e mandou um soldado trazer
este homem a sua sala. Espantado Simão acompanhou o soldado a sala do diretor,
quando o viu perguntou:
- Eu fiz alguma coisa errada para o
senhor mandar vir a sua sala?
- Não esta senhora veio visitá-lo,
respondeu o diretor.
Ele ficou nervoso porque não estava no
horário de visita. Dona Francisca aproximou-se dele e falou:
- Bom dia Simão.
Simão a reconheceu imediatamente e
respondeu:
- Bom dia dona Francisca, aconteceu
alguma coisa para a senhora ter vindo me visitar neste horário?
- A saúde do seu pai piorou, ele focou
internado no hospital durante três dias, de madrugada teve derrame cerebral,
respondeu dona Francisca.
Vendo o rosto abatido de dona Francisca,
ele desesperado falou:
- A senhora veio avisar que o meu pai
faleceu.
- Infelizmente o senhor Antônio morreu às
quatro horas, falou dona Francisca.
Chorando ele abraçou a dona Francisca e
falou:
- Estou preso nesta penitenciaria porque
cometi crimes nesta vida, mas amo o meu pai e preciso ir ao velório dele.
- Pedirei autorização ao juiz para que
ele permita que você Simão possa ir no velório do seu pai, falou dona
Francisca.
- A que horas o meu pai será sepultado?
Perguntou Simão.
- O seu Antônio vai ser sepultado às
dezessete horas, respondeu dona Francisca.
Depois que o Joel chorou bastante ele
perguntou:
- Rute você contou para o meu avô que
roubei dinheiro e vários objetos da sua casa?
- O senhor Antônio estava doente e
internado no hospital, jamais me atreveria a atormentá-lo com os meus
problemas, respondeu Rute.
- Desculpe-me por ter pego o seu dinheiro
e outros objetos de sua casa sem a sua autorização, falou Joel.
- Nós conversaremos mais tarde sobre
isso, agora vamos nos preparar para irmos ao velório do seu avô Antônio, falou
Rute.
Às nove horas e trinta minutos os
funcionários da funerária levaram o corpo do senhor Antônio ao Velório
Municipal. Joel, Rute, Rebeca e várias pessoas conhecidas choraram quando viram
aquele homem generoso no caixão. Vagarosamente as horas se passavam, às catorze
horas e dez minutos apareceu neste local Simão, as mãos dele estavam algemadas
na frente e dois policiais o acompanhavam. Ele chorou bastante enquanto
acariciava o rosto do seu pai. Joel ficou revoltado quando o viu, saiu e
sentou-se num banco da praça. Rute o seguiu e perguntou:
- Você não vai cumprimentar o seu pai?
- Eu odeio aquele homem, ele é um
bandido, respondeu Joel.
- Simão é um ser humano que cometeu seus
erros, Joel tente perdoá-lo, falou Rute.
- Pois tenho vontade é de dar um soco na
cara dele, falou Joel.
- O senhor Antônio ficaria muito triste
se ouvisse você falando mal do seu pai, falou Rute.
- Então devo dar um abraço no meu pai e
falar como o amo? Perguntou Joel.
- A morte nos traz muito sofrimento, Joel
esta sua revolta apenas o faz sofrer ainda mais, respondeu Rute.
- O que preciso fazer para diminuir um
pouco este sofrimento, falou Joel.
- Tente esquecer os seus problemas e vai
cumprimentar o seu pai, falou Rute.
O rapaz passou suas mãos em seu rosto
enxugando suas lágrimas e falou:
- Farei isso pelo meu avô e não por mim.
Joel retornou ao velório, Simão ainda
estava chorando e segurava a mão de seu finado pai, o rapaz chegou perto dele e
falou:
- Oi pai.
Emocionado Simão falou:
- Meu filho como você cresceu.
Os dois se abraçaram e começaram a
chorar. Passado aproximadamente quarenta minutos Simão se despediu do seu filho
e das pessoas conhecidas e retornou a
penitenciaria. Às dezessete horas aconteceu o sepultamento do senhor Antônio.
Joel, Rebeca, Rute, a dona Francisca e outras pessoas choraram bastante. Quando
estavam indo embora do cemitério Rute convidou Joel para ir pousar na sua casa,
assim ele não ficaria sozinho na casa do seu finado avô durante esta noite. O
rapaz abraçou Rebeca, entrou no automóvel do Anderson e foram para a residência
da Rute.
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