Naquela quarta-feira às doze horas e
quinze minutos tinha poucas pessoas no banco. De repente entraram cinco homens,
eles estavam mascarrados, segurando revolveres gritaram que era um assalto. Um
dos funcionários do banco apertou o alarme avisando a policia. Os assaltantes
reuniram na área central deste estabelecimento os funcionários e clientes, ao
todo tinha cinco mulheres e sete homens. O gerente do banco nervoso tentou
conversar com os bandidos falando que esse assalto era uma loucura, pois o
banco tinha um sistema perfeito de segurança. Rindo o líder do grupo tirou a
mascarra, comentou que dariam uma lição nos donos deste estabelecimento.
As pessoas reconheceram o
assaltante, ele já tinha trabalhado como gerente deste banco. Depois que foi
demitido perdeu todos os seus bens financeiros e estava endividado. Neste
momento chegou a policia, cercaram o banco, pelo auto-falante pediram para os
assaltantes libertarem os reféns e entregarem-se. O líder libertou um senhor de
idade e duas mulheres, entregaram aos policiais um bilhete:
“Não queremos machucar ninguém, para
libertarmos os outros reféns entregue-nos dois milhões de reais. Providenciem
um bom veiculo automotor, não sigua-nos quando sairmos do banco.”
Apavorados os reféns achavam que os
policiais nunca aceirariam a proposta dos assaltantes. Rindo o líder dos
bandidos falava que os seus prisioneiros nunca passaram tanto medo nas suas
vidas. Um rapaz de 22 anos falou que chamava-se Anderson, era estudante de
contabilidade. Há cerca de três meses visitou o seu primo na metrópole do
Estado. Num sábado ambos foram a uma festa realizada no bairro nobre da cidade.
Os convidados deste evento tinham automóveis do ano ou importados.
A festa estava animada, foram
servidas inúmeras bebidas alcoólicas, vários convidados usaram cocaína. Passada
da uma hora da manhã o dono da casa desejava tornar a festa alucinante, pois
entre os seus convidados tinha um portador do HIV, lançou a proposta de terem
relações sexuais sem usarem o preservativo. Vários convidados foram embora,
enquanto outros começaram a ter intimidades entre si.
Como o rapaz havia tomado várias
bebidas alcoólicas e consumido drogas transou com várias pessoas, não usou o
preservativo. Passados alguns dias Anderson teve alguns problemas de saúde,
precisou ir ao médico que o mandou fazer vários exames. O exame de sangue
indicou que ele era portador do HIV, devido ao seu nervosismo foi aconselhado a
tomar todos os cuidados para não transmitir AIDS às outras pessoas.
Algumas pessoas sentiram pena do
rapaz. Outro refém, um homem de uns 40 anos riu forçadamente, contou que sua
estória era mais triste do que a do Anderson. Ele chamava-se Danilo, desde
jovem era viciado em jogos. Por sorte casou-se com Valéria, uma linda mulher,
mas foi esperto, pois não comentou o seu vicio. Durante dois anos viveram muito
felizes, por azar durante os últimos jogos perdeu bastante dinheiro. Ele
precisou vender o carro e hipotecou a casa. Como não tinha dinheiro para pagar
as dividas o banco exigiu que saíssem da residência, pois a venderiam. Desesperado
contou a verdade à esposa, depois de discutirem agoniada contou os seus
problemas pessoais ao patrão. Valéria trabalhava como caixa em um supermercado,
o dono deste estabelecimento tinha várias propriedades, estava separado da
esposa há uns dois meses.
No outro dia este homem procurou
Danilo, falou que pagaria as suas dividas. Em troca Valéria deveria transar com
ele uma vez por semana durante seis meses. Ele teve vontade de bater no patrão
de sua esposa, mas lembrou-se das dividas, comentou que precisaria conversar
com Valéria. A esposa ficou indignada com esta proposta, pediu demissão do
serviço. Passadas duas semanas quando viu os graves problemas financeiros
conversou com Danilo, achou melhor aceitar a proposta do seu ex-patrão.
Aquele homem pagou as dividas,
começou a transar com a esposa do jogador. Ele deu vários presentes a Valéria,
passadas quatro semanas ela separou-se do marido e foi morar com o dono do
supermercado. Angustiado jurou nunca mais jogar, mas vingaria-se do homem que
roubou sua esposa.
Passados uns três meses ficou
sabendo que o dono do supermercado iria à festa de despedida de solteiro do seu
amigo. Danilo decidiu vestir-se de mulher, tentaria seduzi-lo, no momento
adequado castraria o pênis dele. Neste evento os seus planos estavam dando
certo, por azar Valéria o reconheceu, deram uma sura nele. Devido aos
ferimentos ficou internado no hospital por uns quinze dias.
O líder dos assaltantes riu do
Danilo, uma mulher de corpo deformado comentou que a sua estória era mais
triste do que a dos outros reféns. Ela chamava-se Marinalva, com dezoito anos
casou-se com um jogador de futebol. Após um ano teve uma menina, chamou-a de
Cristina, mas o seu marido a abandonou. Passado algum tempo conheceu Beto, o
famoso ator de teatro. Apaixonou-se perdidamente por este lindo moreno. Como
estava difícil arrumar empregos Beto convidou-a ser sua parceira nos golpes. Os
dois aproximariam-se de casais ricos, tentariam seduzi-los, enquanto estavam
traindo os seus parceiros, começariam a fazerem chantagem anônima, deveriam
pagar determinada quantia em dinheiro para não ser descoberta a traição.
Marinalva pediu para sua mãe cuidar
da filha, enquanto ela e o amante viajavam por várias cidades dando golpes.
Durante oito anos destruíram vários casamentos, ganharam bastante dinheiro com
as chantagens. O último golpe foi em um fazendeiro e uma professora. Esta
mulher sofreu demais com o final do seu casamento, mas pagou um detetive para
descobrir a verdadeira identidade dos chantagistas. Em uma tarde enquanto Marinalva
fazia compras recebeu uma carta com a seguinte mensagem: Você deve estar feliz por ter
destruído o meu casamento. Eu sequestrei a sua filha, exijo R$100.000,00 reais
de resgate. Ou melhor, devolvam o dinheiro que roubaram de mim e do meu marido,
senão matarei a menina.
Desesperada telefonou a sua mãe,
Cristina havia desaparecido. Amargurada durante 24 horas vendeu joias, dólares,
o automóvel e emprestou dinheiro para conseguir a quantia do resgate. Em uma
praça depois de entregar os R$100.000,00 reais pode abraçar a menina de dez
anos. Amargurada a professora colocou R$30.000,00 reais numa sacola, entregou a
Cristina falando:
- A sua mãe é um monstro, pois junto
com o amante destroem casamentos, chantageiam pessoas. Ela apenas devolveu o
meu dinheiro, estou dando-te esta quantia de dinheiro, pois a usei para
chantagear esta bruxa.
Marinalva levou Cristina à casa de
sua mãe, discutiu com a menina. Quando contou ao Beto que entregou todo o
dinheiro deles como resgate de sua filha, ele bateu nela e fugiu. Devido à
sura, seu corpo ficou deformado.
Fora do banco juntou-se uma
multidão, gritavam para libertarem os reféns, pois se os assaltantes queriam
dinheiro deveriam trabalhar. Anderson contou que na Antiguidade Clássica os
escravos trabalhavam enquanto os cidadões filosofavam. Durante a Idade Média o
trabalho cabia aos servos, os senhores feudais eram os poderosos donos da
terra. No final da Idade Média aconteceram transformações com A Reforma
Religiosa, O Renascimento Cultural e as Grandes Navegações. Com o Iluminismo
vieram avanços científicos e tecnologias inovadoras. A Evolução Industrial
divide-se em três momentos distintos. A primeira foi quando inventaram a
máquina a vapor, grande parte dos agricultores e artesões começaram a trabalhar
nas indústrias em troca do salário. Surgiu à burguesia, donos dos meios de
produção e o proletariado, mão de obra assalariada. No final do século XIX
ocorreu a Segunda Evolução Industrial. Pois descobriram a eletricidade e os
trabalhadores começaram a lutar por seus direitos. A Terceira Evolução
Industrial aconteceu a partir da metade do século XX, com o desenvolvimento da
automação. Atualmente aumentou o serviço terciário ou de serviços, globalização
da economia, uso tecnológico de ponta. O mercado de trabalho tornou-se
competitivo, com o aumento do desemprego piorou a fome, falta de moradia,
assaltos.
No mundo existe muita violência,
várias pessoas não acreditam na existência de Deus comentou Marinalva. Sorrindo
falou que chantageou um professor de filosofia, ele acreditava em Deus,
estudava os seus ensinamentos escritos na Bíblia. Pois gostava de estudar três
acontecimentos fantásticos:
Os filhos de Jacó sentiam ciúmes do irmão
José que conseguia explicar os sonhos, certo dia o venderam a mercadores para
ser escravo no Egito. Passados alguns anos o Faraó teve um sonho, mas ninguém
conseguiu interpretá-lo. O Faraó mandou chamar José, além de interpretar o
sonho, aconselhou o Faraó. O conselho do rapaz agradou o Faraó e seus
ministros, ele tornou-se vice-rei do Egito. Nos sete anos de abundância José
armazenou trigo nos viveres das cidades. Durante a seca os dez irmãos de José
foram ao Egito comprar trigo. José os tratou com severidade para verificar o
arrependimento deles, submetendo-os a várias provas. No final José perdoou os
seus irmãos e acolheu com carinho a sua família.
Os filhos de Israel tornaram-se numerosos no
Egito, uma ameaça aos egípcios. O rei do Egito escravizou este povo, mandou
jogar no rio Nilo todo menino assim que nascesse. Uma mulher da tribo de Levi
teve um filho homem, o escondeu por três meses. Quando não pode mais
escondê-lo, colocou-o no cesto, e o depositou nas margens do rio. A filha do
Faraó desceu para tomar banho no rio, viu o cesto, teve compaixão do menino.
Ela o adotou, chamou-o de Moisés. Quando tornou-se adulto Moisés viu o
sofrimento dos seus irmãos. Ele matou um egípcio, fugiu ao país de Madiã. Deus
escolheu Moisés para ser o líder do seu povo, pois deveria libertá-los da
escravidão do Egito e conduzi-los a Terra Prometida.
Jesus Cristo nasceu na cidade de Belém, na
Judéia. Chegaram a Jerusalém alguns reis magos do Oriente perguntando onde
estava o recém-nascido rei dos judeus, pois viram a sua estrela e vieram
homenageá-lo. O rei Herodes ficou apavorado, consultou os sacerdotes, foi
informado que o Messias deveria nascer em Belém. O rei Herodes enviou-os a esse
local, mas pediu para o avisarem assim que o encontrassem, pois também queria
homenageá-lo. Depois de ouvirem o rei partiram, a estrela os conduziu ao lugar
onde estava o menino. Os reis magos homenagearam o menino, avisados em sonhos
voltaram a sua terra por outro caminho. O Anjo do Senhor avisou José em sonho
para levantar-se, pegar o menino e a sua mãe e fugirem para o Egito. Durante a
noite José, Maria e o menino Jesus Cristo fugiram ao Egito. Herodes mandou
matar todos os meninos de Belém desde os recém-nascidos até dois anos, pois
tinha medo de perder o poder.
No século III, Santa Eugênia, com 20 anos foi
jogada na fornalha das termas de Severo. O fogo apagou-se instantaneamente, não
conseguiram acender o fogo enquanto a santa ficou dentro do forno.
No século V, um incêndio ameaçava destruir
Viena – Austrália. O arcebispo São Marmerto, prostrou-se defronte o altar,
pediu ajuda a Deus, o incêndio apagou-se sozinho.
No século XVI, o fogo queimava o bosque na
América. A tribo de índios ficou cercada pelo incêndio. São Luis Bertrand pediu
com fé a Jesus Cristo, fez contra o fogo o sinal da Cruz, o incêndio acabou-se
naquele momento. O professor de filosofia comentava que atualmente não acontecem
esses fatos extraordinários, pois o homem inventou a eletricidade, automóvel,
avião, precisa usar da sua própria inteligência para resolver os seus problemas
sociais.
Danilo respirou profundo, falou que o homem é
um ser livre, escolhe praticar o bem ou o mal. Infelizmente até o momento ele
praticou o mal, fez seus familiares e amigos sofrerem. Não teve coragem de
procurar a sua mãe idosa, abraçá-la e dizer como a amava. Ele abandonou a sua
primeira esposa, não ajudou a educar os seus dois filhos. Pois era sua
obrigação ensiná-los a valorizarem o trabalho, previni-los sobre o consumo de
drogas e transmissão de doenças.
Se por acaso os assaltantes o matassem neste
momento seria justo o seu espírito ir ao inferno. Porque foi covarde durante
toda a vida, valorizou trapaças, enganações, ganhava dinheiro com facilidade.
Talvez não merecesse uma segunda chance para reparar os seus erros. A vida é
valiosa, somos felizes e trazemos felicidades às outras pessoas quando
praticamos as boas ações.
Os assaltantes ficaram comovidos com essas
palavras, entregaram-se a policia e libertaram os reféns.
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