sábado, 31 de dezembro de 2016

Capitulo 4 - A Gravidez Inesperada

Rute ficou espantada quando Joel falou que a Rebeca estava grávida e perguntou:
- Você tem certeza que Rebeca esta grávida?
- Já faz mais de seis meses que eu e Rebeca estamos namorando, a partir de segundo mês começamos a ter relações sexuais, respondeu Joel.
- Existe muitos preservativos para evitar gravidez ou transmissão de doenças, falou Rute.
- Acontece que eu e a minha namorada não temos dinheiro para comprarmos preservativos, falou Joel bravo.
- Os postos de saúde dão comprimidos anticoncepcionais para as pessoas de baixa renda, falou Rute.
- O meu pai bateria em mim se descobrisse que eu com dezesseis anos estou tomando anticoncepcional, falou Rebeca apavorada.
Rute nervosa tentou se acalmar e falou
- O nervosismo não resolverá os nossos problemas, Rebeca você tem certeza que esta grávida?
- Primeiro a minha menstruação atrasou e depois comecei a sentir enjoo. Apavorada conversei com a minha cunhada, ela foi até a farmácia e comprou o teste para saber se eu estou grávida, infelizmente esse teste confirmou a minha gravidez, respondeu Rebeca.
- Acalme-se garota, a gravidez é um dos momentos mais bonitos da vida de uma mulher, falou Rute.
- Rebeca a sua cunhada não soube guardar segredo e contou para o marido dela sobre a sua gravidez, falou Joel.
- Aquela mulher me detesta e estava aguardando a chance para poder prejudicar-me, falou Rebeca.
- O irmão da Rebeca ficou furioso, contou a verdade para o outro irmão. Eles fizeram a Rebeca pegar as suas coisas, me seguiram, depois que bateram em mim falaram que de agora em diante devo trabalhar para sustentar a minha mulher e o meu filho, falou Joel.
- Rebeca os seus irmãos não podem expulsa-la de casa, qual é a opinião dos seus pais sobre a sua gravidez? Perguntou Rute.
Algumas lágrimas começaram a sair dos olhos da Rebeca enquanto respondia:
- Já faz um ano que a minha mãe faleceu, o meu pai se embriaga, grita e dá ordens para os seus filhos o obedecerem.
- Se aquele homem ver eu e a Rebeca ele acaba com nós dois, falou Joel.
- Eu estou sozinha neste mundo, não tenho nenhum lugar para ficar hospedada, falou Rebeca chorando.
- O meu avô esta doente, não temos condições financeiras para sustentar uma mulher grávida, falou Joel.
- Vocês dois vieram a minha casa pedir ajuda? Perguntou Rute.
- Faremos o que você quiser se hospedar a Rebeca aqui na sua casa por algum tempo, falou Joel.
- Joel você deve me prometer que nunca mais vai consumir nenhuma daquelas drogas que esta viciado, falou Rute.
- Dona Rute já pedi tanto para o Joel parar de fumar aqueles cigarros e por mais que prometeu nunca conseguiu cumprir a sua palavra, falou Rebeca.
- Este rapaz esta viciado em drogas, o seu primeiro passo é tentar sair deste vício, falou Rute.
- Farei o possível para nunca mais comprar e fumar maconha e crack, falou Joel.
- Joel e Rebeca vocês dois seguem alguma religião? Perguntou Rute.
- Enquanto a minha mãe era viva sempre ia com ela na igreja, mas depois que faleceu nunca mais retornei a este lugar, respondeu Rebeca.
- O meu avô me levava até a igreja enquanto era pequeno, quando me tornei adolescente nunca mais entrei neste local, falou Joel.
- Rapaz vai ser difícil você sair deste vício, seria interessante entrar em uma igreja e rezar a Deus uma oração, falou Rute.
- Amanhã eu e Joel vamos ir a uma igreja e rezaremos várias orações a Deus, assim teremos paz de espírito, falou Rebeca.
Joel sorrindo amargamente falou:
- Se Rebeca ficar hospedada na sua casa por alguns dias prometo que vou entrar na igreja, rezarei e pedirei para Deus me ajudar a dizer não as drogas.
Eles conversaram por mais alguns minutos, Rebeca dormiu no quarto de hospedes, Joel se despediu e voltou para a casa do seu avô. Na segunda-feira Rute levou Rebeca ao posto de saúde para se consultar com o ginecologista e fazer o pré-natal. Os dias foram passando devagar, a saúde do senhor Antônio piorou e precisou ser internado no hospital. Joel vinha visitar Rebeca todos os dias, Rute estava tão preocupada com a moça e com o avô do rapaz e não percebeu que começou a desaparecer alguns Cds, duas toalhas de mesa, três guardanapos. Passaram-se vinte e cinco dias, no começo do mês Rute recebeu o seu salário, levou quase metade do dinheiro a sua casa para pagar as contas. Na noite anterior o senhor Antônio ficou ruim, precisou ser levado ao hospital e internado com urgência. Rute chegou em casa, Rebeca estava na sala conversando com Joel. Depois que os cumprimentou foi ao seu quarto e deixou sua bolsa com o relógio na penteadeira e se dirigiu a cozinha fazer o bolo de chocolate para levá-lo ao hospital quando fosse visitar o senhor Antônio. Toda animada Rute fez o bolo, lavou as louças e limpou a cozinha. Terminado o serviço voltou a sala conversar com o casal de namorados. Rebeca estava sozinha sentada no sofá chorando. Rute preocupada perguntou:        
- Rebeca o que aconteceu para você estar chorando?
- Joel ainda esta viciado em drogas, Rute você nos tem ajudado bastante, o ingrato roubou o dinheiro que estava na sua bolsa e o relógio para comprar aqueles cigarros e saciar o seu vício, respondeu Rebeca.
Rute dirigiu-se ao seu quarto, ficou desesperada quando viu que seu relógio e o dinheiro que estava na sua carteira haviam desaparecido. Voltou aflita para a sala e falou:
- Aquele dinheiro estava reservado para pagar as contas de água, luz, telefone, o supermercado e a última prestação da loja de calçados.
- Desculpe-me Rute, eu deveria tê-la avisado que o Joel estava roubando objetos da sua casa, por mais que tenho  dado conselhos a ele em resposta apenas me esnoba, falou Rebeca.
- Calma Rebeca, você esta grávida, agora devemos é nos preocupar com a sua saúde e com o bebê, falou Rute e a abraçou.
Depois que a moça se acalmou Rute foi ver o que havia desaparecido da sua casa. Para seu espanto sumiu: cinco Cds, duas toalhas de mesa, um jogo de toalhas de banho, dois tapetes, uma calça jeans, além do seu relógio e do dinheiro que estava em sua carteira. Desanimada falou a Rebeca:
- Desapareceu vários objetos da minha casa, Joel tinha prometido que não consumiria mais drogas.
- É que o vício do Joel fala mais alto do que a sua palavra, falou Rebeca.
- Eu vou conversar com o Joel, quero ajudá-lo, mas, não vou permitir que ele prejudique a sua gravidez e roube objetos da minha casa que comprei com o dinheiro ganhado com o suor do meu trabalho, falou Rute.
- Infelizmente acho que conversar com Joel não o ajudará a abandonar esse vício, falou Rebeca.
- Nós devemos convencê-lo que as drogas estão prejudicando a vida dele, apenas um tratamento em uma clínica o ajudará a se recuperar e dizer não ao consumo daquelas substâncias, falou Rute.
Rute conversou mais alguns minutos com Rebeca e foi a casa do senhor Antônio procurar o Joel. Aquele local estava imundo, ela resolveu limpa-lo. Desanimada estava sentada em uma cadeira quando a porta da sala se abriu era vinte e duas horas e tinta minutos ao ver o rapaz falou:
- Boa noite, eu vim buscar o dinheiro que você roubou da minha bolsa.
- Já estou cansado de ouvir as suas acusações, pode me revistar, não estou com dinheiro nenhum, falou Joel.
- Também você já gastou tudo, falou Rute.
- Rute saia da minha casa, estou tentando ser educado e não me responsabilizo pelos meus atos, falou Joel.
 - Cara seja homem pelo menos uma vez na sua vida, não é se fazendo de vitima e sendo violento que os seus problemas serão resolvidos, falou Rute.
 - Estou cansado de ter que obedecer às ordens do meu avô e agora as suas Rute, falou Joel.
 - Rapaz nunca dei nenhuma ordem a você, estou tentando ser sua amiga, senão já teria chamado a policia por ter roubado a minha casa, falou Rute.
 - Ser ladrão é mal de família, o meu pai esta preso na penitenciária a mais de nove anos, falou Joel quase chorando.
 - Rebeca esta esperando um filho seu Joel, é seu desejo que esta criança se torne um ladrão como o seu pai ou viciado em drogas como você? Perguntou Rute.
- Mulher desapareça da minha vida, gritou Joel zangado.
Rute ficou com medo que o rapaz poderia machucá-la. Saiu pela porta da sala, quando estava na rua falou alto:
- Joel eu posso sumir da sua vida, mas o seu vício nunca o deixará em paz.
Desanimada Rute voltou para sua casa, falou a Rebeca que quando Joel viesse visitá-la deveriam vigiá-lo para não roubar mais objetos de valor desta residência. No outro dia Rute foi visitar o senhor Antônio no hospital, enquanto ele comia um pedaço de bolo falou:
- O meu sofrimento esta acabando, tenho certeza que logo partirei desta vida.
- Por favor, senhor Antônio pare de falar bobagens, falou Rute.
- Rute você esta sendo muito boa para mim, obrigado por estar me ajudando, falou o senhor Antônio.
Sem graça Rute falou:
- Estou sendo uma pessoa solidária.
- O meu neto Joel é um rapaz revoltado, Rute como você é uma pessoa solidária me prometa que o ajudará a ter uma vida decente depois que eu falecer, falou o senhor Antônio.
Rute ficou emocionada, enquanto saíam algumas lágrimas de seus olhos falou:
- Desde que eu conheci o Joel estou tentando ser amiga dele para ajudá-lo no que precisar.
- Ainda bem que neste mundo existe pessoas amigas e solidárias como você Rute, falou o senhor Antônio.
Eles dois conversaram por mais alguns minutos. O senhor Antônio piorou, às quatro horas da manhã uma enfermeira do hospital telefonou para Rute avisando que esse homem havia falecido por causa de derrame cerebral.

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