Chateada Catarina falou:
-
Pedro você esta discriminando essas pessoas e nem sequer as conhece
pessoalmente.
-
Na semana passada saiu em todos os jornais que os policiais encontraram o corpo
de um homem morto a trezentos metros deste bairro, falou Pedro.
-
O corpo deste homem morto estava no meio do mato e os policiais ainda não
descobriram quem o assassinou, falou Catarina.
-
Meu amor apenas estou preocupado com a sua segurança, falou Pedro.
Amargurada Catarina falou:
-
Quando o nosso filho Jeferson estava correndo risco de vida eu prometi a Deus
se ele recuperasse a sua saúde eu iria ajudar os moradores do Jardim dos
Girassóis.
-
Catarina você sempre foi uma pessoa complicada, no meio de tanto sofrimento a
sua promessa poderia ter sido mais simples, falou Pedro bravo.
-
Pedro você é um homem mal agradecido, Deus foi generoso e nos concedeu a graça
de vermos o nosso filho se recuperar e não ficou com nenhuma sequela daquele
acidente.
Sem graça Pedro falou:
-
Meu bem me perdoe por ter sido grosso com você.
Brava Catarina falou:
-
Peça perdão a Deus e não a mim!
Amargurada Catarina se dirigiu ao seu quarto, trancou a porta, deitou-se
na cama e chorou. Passados quinze minutos ela se levantou da cama, pegou o seu
caderno e escreveu esta mensagem:
Quando eu era pequena acreditava no Papai Noel e na Fada Madrinha. Os
meus pais me levavam a igreja e me ensinaram que o Deus que mora lá no céu me
ama demais. Com o passar dos anos me tornei uma pessoa adulta e percebi que o
Papai Noel e a Fada Madrinha só existem nas nossas fantasias. Mas percebi que
Deus não esta apenas no céu, Ele mora no meu coração, nas pessoas que me
rodeiam e na beleza da natureza.
Deus ama as pessoas do jeito que elas são, infelizmente a ambição do
homem criou muitas discriminações. Todos esses acontecimentos me deixam triste,
então quando estou sozinha o meu coração me responde: “Devemos rezar a Santíssima Trindade para que os nossos ouvidos se abram
e escutemos os ensinamentos transmitidos pelos profetas e por Jesus Cristo. E
devemos ter a coragem de transmiti-los através de nossas palavras e boas ações.
A nossa boca deve denunciar as injustiças e imoralidades que prejudicam a vida
das outras pessoas. Assim construiremos um pouco do céu aqui na terra e teremos
a paz que o Filho de Deus nos deu.”
Quando ela acabou de escrever estas palavras fechou o caderno e foi ao
banheiro lavar o rosto. Enquanto penteava os cabelos se lembrou que na casa da
sua cunhada Fabiana vinha nas terças-feiras e sextas-feiras uma mulher que
morava no Jardim dos Girassóis fazer faxina na casa dela. Como estavam na
quinta-feira iria no próximo dia procurar aquela mulher. Ela abriu a porta do
quarto e caminhou até a sala. Ela pegou o telefone e ligou a sua cunhada, como
a Fabiana estava em casa disse que iria visitá-la. Catarina voltou ao quarto,
calçou um par de sandálias, pegou a sua bolsa e saiu de casa.
No horário combinado Catarina chegou na casa de sua cunhada, depois que
elas se comprimentram Fabiana a chamou para entrar na sala e se sentaram no
sofá. Então Catarina sorrindo falou:
-
Como se chama a faxineira que vem fazer limpeza na sua casa nas terças-feiras e
sextas-feiras?
-
A dona Aparecida da Silva é uma pessoa maravilhosa e faz o serviço com
capricho, respondeu Fabiana.
-
Esta mulher mora no Jardim dos Girassóis, na semana passada eu li no jornal que
as pessoas que residem neste local são muito pobres, falou Catarina.
-
A dona Aparecida sempre me agradece por eu ter lhe chamado para fazer faxina na
minha casa, como a filha desta senhora é viúva ela trabalha para ajudar a
sustentar os três netos, falou Fabiana.
-
Eu estou querendo ajudar os moradores deste bairro, amanhã preciso conversar
com a dona Aparecida e pedir para ela me ajudar a entrar em contato com essas
pessoas, falou Catarina.
Emocionada Fabiana abraçou a Catarina e falou:
-
Meus parabéns minha amiga, Deus saberá retribuir a sua bondade por querer
ajudar aquelas pobres pessoas.
-
Deus já foi generoso comigo porque o meu filho Jeferson se recuperou daquele
acidente e agora esta no seu consultório trabalhando, falou Catarina.
As duas conversaram por mais uns cinquenta minutos, então Catarina se
despediu de sua cunhada e voltou para casa. Assim que ela entrou na sala o
Pedro se aproximou dela e falou:
-
Querida me perdoe por ter lhe ofendido.
-
Pedro eu já tomei a minha decisão e não me importo se isto o contrariar, mas a
partir da semana que vem ajudarei os moradores do Jardim dos Girassóis, falou
Catarina.
-
Eu sempre a apoiei nas suas decisões, a partir da segunda-feira nós dois
ajudaremos os moradores do Jardim dos Girassóis, falou Pedro.
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