terça-feira, 2 de agosto de 2016

A Vida de um Imigrante

No domingo visitei o senhor Antônio, um grande amigo do meu finado pai. Enquanto conversávamos este senhor falou que neste dia estava fazendo doze anos que ele mudou-se para a cidade. Entristecido este homem falou que neste mundo muitas coisas  modificam-se, às vezes sentia saudade do passado. Sorrindo eu pedi para ele contar-me  a sua vida.
O seu Antônio contou-me que em 1950 morava em Botucatu – São Paulo, na fazenda do seu avô materno que tinha a plantação de pés-de-café. Em 1962 a sua família mudou-se a cidade de Cambé, estado do Paraná para a famosa plantação de café na terra roxa.
Nesta época a mata já havia sido derrubada, os pés-de-café já estavam plantados. A florada do café acontecia em agosto, a partir das flores formavam-se os frutos. Para cuidar desta plantação precisavam carpir os matos que cresciam no meio dos pés-de-café. Os trabalhadores rurais adubavam esta plantação três vezes por ano. Passavam veneno contra a ferrugem e a broca em bombas manuais contendo vinte litros deste liquido. Precisavam arrancar os brotos dos cafezais todos os anos.
Os frutos amaduravam a partir do mês de junho. O café deveria ser colhido quando estava maduro para ter qualidade.
Quando a colheita do café começava os frutos eram apanhados manualmente, depois o rastelavam e banavam na peneira. Colocavam este fruto no terreiro para secar, mexiam quatro vezes por dia com um rodo manual. Todas as vezes que o tempo fazia de chuva era feito um monte do café no centro do terreiro, o cobriam com uma lona.
No momento que o café ficava seco o guardavam na tulha. Terminada a colheita vendiam este fruto nos Armazém que beneficiavam o café.
As doenças ferrugem e hematoide prejudicaram esta plantação. As pessoas estavam tendo sérios prejuízos, estudos agrônomos indicavam que esta região adaptava-se a plantação de soja e trigo. Durante o ano pode ser feito à plantação de soja e do trigo e a sua colheita.
Devido ao prejuízo os pés-de-café foram arrancados, no seu lugar são plantados soja, milho e trigo. Como o trabalho do campo foi mecanizado milhares de trabalhadores rurais mudaram-se a cidade ou dirigiram-se a outras regiões para poderem sobreviver.
    

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