No domingo visitei o senhor Antônio,
um grande amigo do meu finado pai. Enquanto conversávamos este senhor falou que
neste dia estava fazendo doze anos que ele mudou-se para a cidade. Entristecido
este homem falou que neste mundo muitas coisas
modificam-se, às vezes sentia saudade do passado. Sorrindo eu pedi para ele
contar-me a sua vida.
O seu Antônio contou-me que em 1950
morava em Botucatu – São Paulo, na fazenda do seu avô materno que tinha a
plantação de pés-de-café. Em 1962 a sua família mudou-se a cidade de Cambé, estado
do Paraná para a famosa plantação de café na terra roxa.
Nesta época a mata já havia sido
derrubada, os pés-de-café já estavam plantados. A florada do café acontecia em
agosto, a partir das flores formavam-se os frutos. Para cuidar desta plantação
precisavam carpir os matos que cresciam no meio dos pés-de-café. Os
trabalhadores rurais adubavam esta plantação três vezes por ano. Passavam
veneno contra a ferrugem e a broca em bombas manuais contendo vinte litros
deste liquido. Precisavam arrancar os brotos dos cafezais todos os anos.
Os frutos amaduravam a partir do mês
de junho. O café deveria ser colhido quando estava maduro para ter qualidade.
Quando a colheita do café começava os
frutos eram apanhados manualmente, depois o rastelavam e banavam na peneira.
Colocavam este fruto no terreiro para secar, mexiam quatro vezes por dia com um
rodo manual. Todas as vezes que o tempo fazia de chuva era feito um monte do
café no centro do terreiro, o cobriam com uma lona.
No momento que o café ficava seco o
guardavam na tulha. Terminada a colheita vendiam este fruto nos Armazém que
beneficiavam o café.
As doenças ferrugem e hematoide
prejudicaram esta plantação. As pessoas estavam tendo sérios prejuízos, estudos
agrônomos indicavam que esta região adaptava-se a plantação de soja e trigo.
Durante o ano pode ser feito à plantação de soja e do trigo e a sua colheita.
Devido ao prejuízo os pés-de-café
foram arrancados, no seu lugar são plantados soja, milho e trigo. Como o
trabalho do campo foi mecanizado milhares de trabalhadores rurais mudaram-se a
cidade ou dirigiram-se a outras regiões para poderem sobreviver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário