domingo, 7 de agosto de 2016

Inclusão Social

No final de julho estava fazendo bastante frio, eu não gosto do inverno. No sábado à tarde enquanto lavava roupas notei que a casa da minha vizinha Ângela estava movimentada. Então lembrei-me que  prima dela iria morar durante alguns meses nesta residência. Parece que o pai desta moça faleceu, como ela arrumou um emprego na cidade e ficaria  hospedada neste lugar.
No domingo as 10:00 horas chegou um caminhão de mudança na casa da vizinha. Como sou uma mulher curiosa dirigi-me a residência da Ângela, perguntei se poderia ajudá-las em alguma coisa. A minha amiga apresentou-se a sua prima que chamava-se Marcela. Elas pediram para eu as ajudasse a levar algumas coisas que estavam tirando do caminhão e colocar na sala. Passados alguns minutos vi que junto com a prima da Ângela veio a irmã dela. Só que esta mulher em vez de nos ajudar gritava e atrapalhava o nosso serviço. De repente Marcela começava a chorar, falava que estava com sérios problemas, mas tinha prometido ao seu finado pai que cuidaria de sua irmã excepcional. Ângela a abraçou e falou que ajudaria a cuidar da Fabiana.
Durante a semana quando chegava à minha casa do serviço ouvia gritos e discussões na casa da Ângela. Hoje voltei a ir à aula do curso de alfabetização de adultos. A minha professora chamava-se Sandra, nós duas somos amigas, enquanto conversávamos  contei o que estava acontecendo na casa da Ângela. A professora falou que o principal problema era que a Fabiana estava sendo excluída da sociedade. No outro dia Eliane falou que para tentarmos ajudar Fabiana a se entender com a sua família eu poderia convidá-la para vir nas aulas do curso de alfabetização de adultos.
Durante o final de semana conversei com Ângela e Marcela sobre o que elas achavam de Fabiana ir a escola aprender a ler e escrever. As minhas amigas gostaram desta ideia desde que Fabiana aceita-se o convite. Nós três conversamos com Fabiana, pedimos se ela gostaria de ir à escola aprender e ler e escrever. Fabiana ficou animada com esta novidade.
Na segunda-feira as 18:00 horas Fabiana foi junto comigo na escola. Ela tinha 37 anos, além da sua deficiência mental era uma pessoa nervosa, não gostava de tomar banho e pentear os cabelos.
A professora Sandra teve bastante paciência com Fabiana. Enquanto estava  ensinando as letras do alfabeto, como escrever palavras lia pequenos textos e poesias. Incentivava a autoestima de sua nova aluna e como ter um bom relacionamento com as outras pessoas.
Vagarosamente foi mudando o comportamento de Fabiana, ela começou a gostar de tomar banho, penteava os seus cabelos, ajudava a fazer alguns serviços domésticos, tornou-se amiga de sua irmã e prima. Mas o principal é que ela começou a ler e escrever.
No ultimo dia de aula fizemos uma festa de despedida, pois na outra semana começaria as nossas férias de escola. Fabiana usava um vestido com um par de sandálias nos seus pés, nas suas unhas estava passado esmalte e nos seus cabelos tinha um penteado. Sorrindo a nossa amiga dizia que sentiria saudades da gente e no próximo ano continuaria estudando. Finalmente Fabiana foi incluída na sociedade, apesar dos seus problemas excepcionais ela merece ser feliz nesta vida.
  
 

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