Na sexta-feira à noite a minha amiga
Sueli convidou-me para jantar na sua casa. Ela estava feliz porque aposentou-se
depois que trabalhou por dezessete anos como enfermeira na maternidade.
Neste dia as 19:00 horas cheguei na
casa da Sueli. Enquanto jantávamos ela contou que trabalhou no berçário e na
sala do parto, já viu o nascimento de muitos bebês. Mas ficava triste quando a
mãe morria na hora do parto ou a criança nascia morta.
Sorrindo Sueli nos contou que não se
esqueceu a alegria que teve na maternidade há treze anos. Porque chegou à
maternidade uma mulher que tinha uns 27 anos e estava desesperada. Uma
ambulância foi buscá-la na rodoviária, uma das suas filhas tinha três anos e a
outra um ano. Elas choravam desesperadas porque não queriam ficar longe de sua
mãe. Uma enfermeira levou as duas meninas em uma sala onde brincava com elas e
tentava distraí-las.
Chorando esta mulher contou-nos que
ela e o seu marido moravam em um sitio que ficava em uma cidade no estado do
Paraná. O dono desta propriedade estava endividado, quando precisou entregar
essas terras para pagar a sua divida eles precisaram sair com emergência deste
sitio. Como o marido dela tinha um primo que morava em Cristal Dourado eles
pegaram os seus pertences, vieram a este lugar. Esta mulher chamava-se
Francisca, assim que chegaram à cidade o seu marido pegou o endereço, tentaria
encontrar a casa do primo. Ela e as suas duas filhas ficaram na rodoviária,
para o seu desespero começou a sentir dores do parto, então chamaram uma
ambulância para levá-la a maternidade.
Sueli e outras duas
enfermeiras pediram para Francisca acalmar-se, pois daqui a pouco o seu marido
viria procurá-la na maternidade. O médico de plantão atendeu esta mulher,
depois de uns quarenta minutos em parto normal nasceu um lindo menino. Emocionada
esta mulher chorava de felicidade.
As 4 horas e 15 minutos chegou na
maternidade o marido de Francisca e o primo dele. Emocionado este homem abraçou
a sua esposa, falava que era o homem mais feliz do mundo porque o seu filho era
lindo. Como esta família era pobre os
funcionários da maternidade foram solidários e doaram roupas, calçados e
fraldas para o bebê. Francisca e o seu
marido agradeceram a bondade dessas pessoas. Este menino chama-se Ronaldo, nos
dias atuais ele é um adolescente bonito, estuda na mesma escola que o neto da
Sueli faz o Ensino Fundamental.
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