Hoje antes de começar as aulas do
Curso De Alfabetização De Adultos dona Isabel acompanhada do seu filho foram
conversar com a minha professora. Esta senhora morava no campo, faz uns dois
anos que ela e sua família mudaram-se para a cidade. Eles eram pobres, a dona
Isabel trabalhava de empregada domestica, o seu marido como ajudante de
pedreiro. O filho dela que chamava-se Mateus tinha nove anos e estudava no
terceiro ano.
Lágrimas saiam dos olhos desta mulher
enquanto falava que o seu filho estava tendo dificuldade para ser alfabetizado
na escola. Revoltado Mateus falou que no domingo foi na casa do seu primo, a
mãe deste menino ofereceu um pedaço de bolo, ele respondeu: “Obrigado, mas num
tô cum fome!” Os outros meninos riram dele porque falou esta simples frase.
A dona Isabel abriu a sua bolsa, pegou
a redação que o seu filho fez na escola e mostrou para a minha professora.
Muitas palavras foram sublinhadas com caneta vermelha, a professora deste
menino deixou um bilhete no final esta redação:
“Mateus a sua redação está péssima,
muitas palavras estão escritas erradas, há problemas de regência, etc. Peça
para os seus pais o ajudarem a melhorar a sua escrita.”
Chorando dona Isabel falou que não
poderia ajudar o seu filho, pois é uma semianalfabeta. A minha professora pegou
a redação do Mateus e a leu. Sorrindo abraçou mãe e filho, falou que este
menino não pode colocar na linguagem escrita todas as palavras utilizadas na
linguagem falada. Porque todas as vezes que ele fizer uma redação precisa
obedecer as normas da gramática.
Desesperado Mateus falou que iria
abandonar a escola porque nunca seria alfabetizado. A minha professora pediu
para ele acalmar-se, pois gostaria que a partir deste dia fizesse várias
redações e as entregasse para ela. Assim vagarosamente iria ajudá-lo a corrigir
os seus erros gramaticais e o orientaria para fazer boas redações.
Contente Mateus abraçou a minha
professora, falou que com a ajuda dela seria alfabetizado.
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