No domingo à tarde fui visitar o meu
amigo Davi Julião que tinha 94 anos. Enquanto conversávamos ele falou que quando
era jovem trabalhava como boiadeiro. Quando os boiadeiros faziam uma viagem
conduziam de 400 e 500 bois.
Nas suas viagens Davi Julião saia com
a boiada da cidade de Campo Grande e dirigiam-se a Cuiabá que fica no Mato
Grosso, depois iam a Arquidavana que fica perto da Bolívia onde o patrão vendia
os bois. Esta viagem durava de um a dois meses, eram feitas por terra no meio
do sertão. Eles viajavam pelas trilhas conhecidas pelo patrão. Quando iam
dormir um boiadeiro e dois cachorros ficavam de guarda para proteger a boiada.
Os bois sabiam nadar quando precisavam passar nos grandes rios. Durante a
viagem levavam os mantimentos em uma égua que foi apelidada de Madrinha.
Para formar uma nova boiada o patrão
levava uns dois anos. A maior parte dos boiadeiros eram filhos de fazendeiros,
viviam nas fazendas cuidando da boiada.
Todos os boiadeiros tinham um berrante
para comunicarem-se com os bois. O chapéu que eles usavam era de aba larga e
tinha uma barbela para não cair com o vento. Como calçados usavam a botina
sanfonada, sua camisa era xadrez.
Davi Julião falou que quando ia domar
um cavalo montava nele, utilizava a espora dos sete dentes porque este animal
pulava bastante.
Contente o meu amigo falou que
gostava da vida de boiadeiro, pois conheceu o Brasil de norte a sul. Uma das
suas cidades preferidas chama-se Pelotas que fica no Rio Grande do Sul por
causa do vinho e das mulheres bonitas. Uma das suas diversões favoritas era
tocar o violão e cantar músicas.
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