Espantada Karina falou:
- O senhor esta louco! Aquele homem tentou mata-lo
a primeira vez que o viu.
Respirando com dificuldade seu
Orlando falou:
- A minha vida esta chegando ao fim,
por favor, minha neta atenda o meu pedido.
Lágrimas saíram dos olhos de Karina,
então abraçou o seu avô e falou:
- Eu vou me esforçar para que ainda
hoje Edvaldo Lopes venha ao hospital conversar com o senhor.
Passados cinco minutos Karina saiu
do hospital e se dirigiu a Ribeirão Preto. Para conseguir realizar o último
pedido do seu avô achou melhor conversar com Milton. Então se lembrou que o
rapaz deveria estar fazendo estagio em um bairro pobre da cidade. Corajosamente
dirigiu-se a este local, quando faltava uns dois quarteirões para chegar ao
centro comunitário do bairro pegou o seu telefone celular e ligou para ver se
Milton estava consultando as pessoas. A
mulher que atendeu ao telefone falou que o doutor Milton estava consultando o
último paciente, mas logo iria embora. Ela estacionou o seu automóvel em frente
do centro comunitário e entrou neste local. Milton estava saindo da sala de
consulta. Quando Karina o viu, falou:
- Eu preciso conversar com você.
- Nós não temos nada para conversar,
o meu pai esta falando a verdade, o seu avô é um mentiroso, falou Milton.
- Apenas esses dois homens é que
sabem quem está falando a verdade, falou Karina.
Desanimado Milton falou:
- Este problema que envolve o meu
pai e o seu avô nos separou.
- O meu avô Orlando esta internado
no hospital em estado grave, o último desejo dele é conversar com o seu pai,
falou Karina.
- O meu pai odeia o seu avô Orlando,
falou Milton.
- Milton se você chegou a me amar de
verdade, por favor, peça para o seu pai ir conversar com o meu avô, falou
Karina.
Ele pensou um pouco e falou:
- O dialogo é a melhor maneira de
resolvermos os nossos problemas, eu preciso conversar com o meu pai agora.
Milton entrou no seu automóvel,
Karina foi até o seu carro e começou a seguir o rapaz. Ambos se dirigiram a
cidade Sutileza, pois iriam encontrar Edvaldo no supermercado que ele
trabalhava como gerente. Assim que o rapaz viu o seu pai os dois se dirigiram ao
escritório. Depois que Edvaldo fechou a porta, bravo, perguntou:
- Meu filho, por que aquela mulher
esta junto com você?
- O avô dela esta internado no
hospital com sérios problemas de saúde, antes dele morrer deseja conversar com o
senhor, respondeu Milton.
- Pois eu quero é que ele morra,
falou Edvaldo.
- Pai aquele homem fez uma
barbaridade com o senhor. Como sempre o achei uma pessoa maravilhosa não impeça
que os seus atos o igualem a ele, falou Milton.
Edvaldo pensou um pouco, então
respondeu:
- Se for para fazer um ato de
caridade eu vou até o hospital conversar com aquele homem.
Emocionado Milton abraçou o pai e
falou:
- Eu tive muita sorte nesta vida por
ser filho de Edvaldo Lopes.
Comovido Edvaldo abraçou o seu filho
e falou:
- Precisamos ir logo ao hospital
senão quando chegarmos neste estabelecimento aquele velho já estará morto.
Os dois saíram do escritório, quando
Milton viu Karina falou que o seu pai iria conversar com o seu Orlando.
Enquanto lágrimas saia dos seus olhos, ela os abraçou e agradeceu a Edvaldo por
atender o seu pedido. Como esta moça estava nervosa Milton dirigiu o automóvel
rumo à cidade de São Paulo. Passadas umas duas horas chegaram no hospital.
Karina entrou no quarto do seu avô. Ele havia piorado e estava dormindo.
Emocionada ela acariciava o rosto dele. Vagarosamente seu Orlando acordou. Quando
ele abriu os olhos falou:
- Minha querida neta Karina.
- Vovô tem uma pessoa que deseja
conversar com o senhor, falou Karina.
Surpreso o seu Orlando perguntou:
- Esta pessoa é Edvaldo?
Neste momento Edvaldo entrou no
quarto e falou:
- Desculpe-me seu Orlando por ter
batido no senhor.
Ansioso, seu Orlando falou:
- Edvaldo sou eu quem peço perdão
por tê-lo violentado.
Edvaldo deu um sorriso forçado e
falou:
- Vamos esquecer o que aconteceu
naquela noite, porque apesar do meu sofrimento consegui refazer a minha vida.
Hoje sou um homem feliz, pois tenho uma linda esposa e três filhos
maravilhosos.
Desesperado o seu Orlando falou:
- Naquela noite eu fiz aquela barbaridade
porque estava bêbado e usei drogas.
Comovido Edvaldo falou:
- O senhor deve ter sofrido mais do
que eu, por isto o perdoo e desejo que descanse em paz.
Respirando com dificuldade seu
Orlando falou:
- Obrigado Edvaldo.
Assim que ele acabou de falar essas
palavras faleceu. Milton chamou o médico e
Karina começou chorar. Na sexta-feira enterraram este senhor no tumulo
que estavam enterrados o pai e a mãe de Karina que haviam falecido em um grave
acidente de automóvel.
Passaram-se dez dias, Karina voltou
a trabalhar na fabrica e morar na cidade Sutileza. No horário do almoço pediu
para Luana entregar esta poesia para Milton:
“Meu amor eu estou sofrendo demais
por causa da morte do meu avô Orlando
Mas até agora estou emocionada quando me lembro que ele pediu perdão ao
seu pai
No final da sua vida o meu avô conseguiu ter paz de espírito
Porque o seu pai perdoou toda aquela brutalidade que ele cometeu
Milton ainda bem que a vida me deu a oportunidade de te conhecer
Porque o amo demais e você é o segredo da minha felicidade!”
Neste dia quando Karina voltava do
serviço para casa ficou surpresa quando viu Milton perto do portão da
residência. Contente ela desceu do automóvel e o rapaz falou:
- Karina, preciso conversar com
você.
- Antes de nós dois conversarmos
preciso abraça-lo e beija-lo, falou Karina.
- Só que eu não quero apenas um
beijo seu, mas pelo menos um milhão, falou Milton.
Felizes os dois se abraçaram e beijaram-se.