sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Capitulo 5 - A Conversa com o Senhor Orlando

Espantada Karina falou:
-  O senhor esta louco! Aquele homem tentou mata-lo a primeira vez que o viu.
Respirando com dificuldade seu Orlando falou:
- A minha vida esta chegando ao fim, por favor, minha neta atenda o meu pedido.
Lágrimas saíram dos olhos de Karina, então abraçou o seu avô e falou:
- Eu vou me esforçar para que ainda hoje Edvaldo Lopes venha ao hospital conversar com o senhor.
Passados cinco minutos Karina saiu do hospital e se dirigiu a Ribeirão Preto. Para conseguir realizar o último pedido do seu avô achou melhor conversar com Milton. Então se lembrou que o rapaz deveria estar fazendo estagio em um bairro pobre da cidade. Corajosamente dirigiu-se a este local, quando faltava uns dois quarteirões para chegar ao centro comunitário do bairro pegou o seu telefone celular e ligou para ver se Milton  estava consultando as pessoas. A mulher que atendeu ao telefone falou que o doutor Milton estava consultando o último paciente, mas logo iria embora. Ela estacionou o seu automóvel em frente do centro comunitário e entrou neste local. Milton estava saindo da sala de consulta. Quando Karina o viu, falou:
- Eu preciso conversar com você.
- Nós não temos nada para conversar, o meu pai esta falando a verdade, o seu avô é um mentiroso, falou Milton.
- Apenas esses dois homens é que sabem quem está falando a verdade, falou Karina.
Desanimado Milton falou:
- Este problema que envolve o meu pai e o seu avô nos separou.
- O meu avô Orlando esta internado no hospital em estado grave, o último desejo dele é conversar com o seu pai, falou Karina.
- O meu pai odeia o seu avô Orlando, falou Milton.
- Milton se você chegou a me amar de verdade, por favor, peça para o seu pai ir conversar com o meu avô, falou Karina.
Ele pensou um pouco e falou:
- O dialogo é a melhor maneira de resolvermos os nossos problemas, eu preciso  conversar com o meu pai agora.
Milton entrou no seu automóvel, Karina foi até o seu carro e começou a seguir o rapaz. Ambos se dirigiram a cidade Sutileza, pois iriam encontrar Edvaldo no supermercado que ele trabalhava como gerente. Assim que o rapaz viu o seu pai os dois se dirigiram ao escritório. Depois que Edvaldo fechou a porta, bravo, perguntou:
- Meu filho, por que aquela mulher esta junto com você?
- O avô dela esta internado no hospital com sérios problemas de saúde, antes dele morrer deseja conversar com o senhor, respondeu Milton.
- Pois eu quero é que ele morra, falou Edvaldo.
- Pai aquele homem fez uma barbaridade com o senhor. Como sempre o achei uma pessoa maravilhosa não impeça que os seus atos o igualem a ele, falou Milton.
Edvaldo pensou um pouco, então respondeu:
- Se for para fazer um ato de caridade eu vou até o hospital conversar com aquele homem.
Emocionado Milton abraçou o pai e falou:
- Eu tive muita sorte nesta vida por ser filho de Edvaldo Lopes.
Comovido Edvaldo abraçou o seu filho e falou:
- Precisamos ir logo ao hospital senão quando chegarmos neste estabelecimento aquele velho já estará morto.
Os dois saíram do escritório, quando Milton viu Karina falou que o seu pai iria conversar com o seu Orlando. Enquanto lágrimas saia dos seus olhos, ela os abraçou e agradeceu a Edvaldo por atender o seu pedido. Como esta moça estava nervosa Milton dirigiu o automóvel rumo à cidade de São Paulo. Passadas umas duas horas chegaram no hospital. Karina entrou no quarto do seu avô. Ele havia piorado e estava dormindo. Emocionada ela acariciava o rosto dele. Vagarosamente seu Orlando acordou. Quando ele abriu os olhos falou:
- Minha querida neta Karina.
- Vovô tem uma pessoa que deseja conversar com o senhor, falou Karina.
Surpreso o seu Orlando perguntou:
- Esta pessoa é Edvaldo?
Neste momento Edvaldo entrou no quarto e falou:
- Desculpe-me seu Orlando por ter batido no senhor.
Ansioso, seu Orlando falou:
- Edvaldo sou eu quem peço perdão por tê-lo violentado.
Edvaldo deu um sorriso forçado e falou:
- Vamos esquecer o que aconteceu naquela noite, porque apesar do meu sofrimento consegui refazer a minha vida. Hoje sou um homem feliz, pois tenho uma linda esposa e três filhos maravilhosos.
Desesperado o seu Orlando falou:
- Naquela noite eu fiz aquela barbaridade porque estava bêbado e usei drogas.
Comovido Edvaldo falou:
- O senhor deve ter sofrido mais do que eu, por isto o perdoo e desejo que descanse em paz.
Respirando com dificuldade seu Orlando falou:
- Obrigado Edvaldo.
Assim que ele acabou de falar essas palavras faleceu. Milton chamou o médico e  Karina começou chorar. Na sexta-feira enterraram este senhor no tumulo que estavam enterrados o pai e a mãe de Karina que haviam falecido em um grave acidente de automóvel.
Passaram-se dez dias, Karina voltou a trabalhar na fabrica e morar na cidade Sutileza. No horário do almoço pediu para Luana entregar esta poesia para Milton:
“Meu amor eu estou sofrendo demais por causa da morte do meu avô Orlando
Mas até agora estou emocionada quando me lembro que ele pediu perdão ao seu pai
No final da sua vida o meu avô conseguiu ter paz de espírito
Porque o seu pai perdoou toda aquela brutalidade que ele cometeu
Milton ainda bem que a vida me deu a oportunidade de te conhecer
Porque o amo demais e você é o segredo da minha felicidade!”
Neste dia quando Karina voltava do serviço para casa ficou surpresa quando viu Milton perto do portão da residência. Contente ela desceu do automóvel e o rapaz falou:
- Karina, preciso conversar com você.
- Antes de nós dois conversarmos preciso abraça-lo e beija-lo, falou Karina.
- Só que eu não quero apenas um beijo seu, mas pelo menos um milhão, falou Milton.
Felizes os dois se abraçaram e beijaram-se.
 

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