quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Capitulo 6 - A Agonia do Vicente


A dona Vitória o abraçou e falou:
- Vicente não se apavore porque isto foi apenas um pesadelo.
- Mulher este sonho me pareceu real, além disto tripliquei as minhas propriedades porque explorei os pobres, falou Vicente.
- A única pessoa que pode dar-lhe bons conselhos é a Maria da Graça, falou Vitória.
- Então ligue agora para a nossa cunhada, falou Vicente.
Ela pegou o seu telefone celular telefonou para Maria da Graça, contou que o seu marido estava apavorado porque teve um pesadelo. Maria da Graça quis saber como foi este sonho, depois que a Vitória o contou ela refletiu um pouco e pediu para ler ao Vicente o evangelho escrito por Lucas, o capitulo 18 e os versículos e 19 a 30. Rapidamente Vitória pegou a bíblia e começou a ler esta mensagem ao seu marido: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas. Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico, e foi enterrado. No inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o rico gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Mande Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta.’ Mas Abraão respondeu: ‘Lembra-se, filho, você recebeu seus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós.’ O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, mande Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Mande preveni-los, para que não acabem eles vindo para este lugar de tormento! Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moises e os profetas: que os escutem! O rico insistiu: Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter! Mas Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutam a Moises e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles ainda não ficarão convencidos.”
Desesperado Vicente falou:
- Vitória esta parábola acaba de confirmar que eu estou condenado.
- Este sonho foi apenas um aviso Vicente porque você ainda esta vivo e pode se converter pedindo perdão a Deus pelos seus maus atos, falou Vitória.
As dores que este homem sentia pioravam e ele começou a gritar. Uma enfermeira entrou no quarto e chamou o médico para examinar este paciente. Vitória sentiu-se desorientada, ela telefonou novamente a dona Maria da Graça. Preocupada pediu para esta senhora assim que clarear o dia vir ao hospital visitá-los porque precisavam dos seus conselhos. 
Às onze horas a dona Maria da Graça chegou no hospital, Vicente estava deitado na cama e dizia que não aguentava mais ouvir aquele zumbido horrível no seu ouvido. A sua tontura e a ânsia pioravam assim que mudava a posição da sua cabeça. A sua cunhada disse que ele deveria ter paciência e pedir a Deus para recuperar a sua saúde. Angustiado ele respondeu que já traçou o seu destino e estava condenado a padecer por toda a eternidade. Maria da Graça falou:
- Deus nos ama e sempre nos da muitas chances de recomeçarmos uma nova vida. Se a sua consciência esta pesada por algum erro que você cometeu peça perdão a Deus, pois Ele é misericordioso e o perdoará.
Então esta mulher falou a seguinte mensagem:
“Neste mundo moderno e agitado se pararmos por uns instantes ficaremos encantados se observarmos a simplicidade e beleza da rosa e a pequenez e perfeição da formiga. Deus amou tanto o mundo que nos deu de presente a vida. Muitas pessoas ficam preocupadas com os seus fazeres e se esquecem que Deus existe.
Infelizmente alguns se lembram do Criador deste mundo quando estão doentes ou sofrendo bastante. Outros costumam dizer que esta pessoa esta doente porque Deus o esta castigando por ter pecado. As doenças, morte, vida, e as festas são fatos desta vida e acontecem aos justos e injustos.
Deus nos amou tanto e nos deu a liberdade para trilharmos o nosso próprio caminho. E seremos felizes se seguirmos os seus ensinamentos que estão escritos na bíblia. Mas como somos humanos e pecadores cometemos os nossos erros e prejudicamos as outras pessoas. A bondade de Deus é grandiosa, pois Ele perdoa os nossos pecados se nos arrependemos. Jesus Cristo amou tanto os homens que perdoou aqueles que o crucificaram.
No livro de Jó capitulo 38, versículos 4 a 41 e capitulo 39, versículos 1 a 30 o próprio Deus nos fala como ele cuida da natureza e dos animais. Neste livro podemos perceber a fé e perseverança do Jó, este homem que perdeu os seus filhos, todos os seus bens materiais e pegou uma terrível doença de pele. Os seus amigos lhe diziam que estava sofrendo deste jeito porque Deus o estava castigando por ser injusto. Jó declarava ser inocente e no capitulo 29, versículos 6 a 25 ele dá uma descrição das suas boas ações. Este homem venceu esta provação porque a sua fé foi maior que todo o seu sofrimento. Deus nos ama demais e deseja a nossa felicidade.
Para construirmos um mundo mais justo e fraterno devemos deixar que Deus conduza as nossas vidas. O egoísmo nunca nos dominará e seremos solidários com as pessoas carentes. Então teremos paz de espírito e quando abraçarmos os nossos semelhantes perceberemos a presença de Deus nas pessoas e em toda a natureza!”
(Jó capitulo 29, versículos 6 a 25: “Nesse tempo, eu banhava os pés no leite, e a rocha me dava rios de azeite. Quando eu me dirigia à porta da cidade, e me sentava na praça, ao ver-me, os jovens se escondiam, os anciões se levantavam e ficavam de pé, os chefes paravam de falar e tapavam a boca com a mão, os políticos emudeciam, e a língua deles ficava colada ao céu da boca.
Todos os que ouviam, me elogiavam, e com os olhos me aprovavam, porque eu libertava o pobre que pedia socorro e o órfão indefeso. Eu recebia a benção do moribundo, e alegrava o coração da viúva. Eu vestia a justiça como túnica, e o direito era o meu manto e o meu turbante. Eu era os olhos do cego e os pés do coxo. Eu era o pai dos pobres, e me empenhava pela causa de um desconhecido. Eu quebrava o queixo do injusto e arrancava a presa dos seus dentes. Eu imaginava então: ‘Morrerei dentro do meu ninho, e como a fênix multiplicará os meus dias. As minhas raízes chegarão até a água, e o orvalho pousará nos meus ramos. A minha honra sempre se renovará, e o meu arco se reforçara em minha mão.’
Todos me ouviam com atenção e, em silêncio, esperavam meus conselhos. Depois que eu falava, ninguém me replicava. As minhas palavras gotejavam sobre eles, que esperavam por elas como chuvisco, e as bebiam como chuva de primavera. Se eu brincava, não acreditavam, e não perdiam nenhuma expressão do meu rosto. Sentado como chefe, eu lhes indicava o caminho, como rei entronizado em meio à sua escolta. Eu os guiava, e eles se deixavam conduzir.”)
(Jó capitulo 38, versículos 4 a 41, capitulo 39, versículos 1 a 30: “Onde você estava quando eu colocava os fundamentos da terra? Diga-me, se é que você tem tanta inteligência! Você sabe quem fixou as dimensões da terra? Quem mediu com o trema? Onde se encaixavam suas bases, ou quem foi que assentou sua pedra angular, enquanto os astros da manhã aclamavam e todos os filhos de Deus aplaudiam?
Quem fechou o mar com uma porta, quando ele irrompeu, jorrando do seio materno? Quando eu coloquei as nuvens como roupas dele e névoas espessas como cueiros? Quando lhe coloquei limites com portas e trancas, e lhe disse: ‘Você vai chegar até aqui, e não passará. Aqui se quebrará a soberba de suas ondas?’
Alguma vez em sua vida você deu ordens para o amanhecer, ou marcou um lugar para a aurora, a fim de que ela agarre as bordas da terra, e dela sacuda os injustos? Por acaso você deu ordens à terra para ela se transformar como argila debaixo do sinete e se tingir como vestido, negando luz para os injustos e quebrando o braço daquele que ameaça golpear?
Você já chegou até as fontes do mar ou já passeou pelas profundezas do oceano? Já mostraram a você as portas da morte, ou por acaso você já viu os portais das sombras? Você examinou a extensão da terra? Se você sabe tudo isso, me diga.
Por onde se vai até a casa da luz, e onde é que vivem as trevas, para que você as leve ao território delas e lhes ensine o caminho para casa? Certamente você sabe disso tudo, pois já então havia nascido e já viveu muitíssimos anos. Você entrou nos reservatórios da neve e observou os celeiros do granizo, que eu reservo para o tempo da calamidade, para os dias da guerra e batalha? Por onde se espalha o calor, e se difunde sobre a terra o vento leste? Quem abriu um canal para o aguaceiro, e o caminho para o relâmpago e o trovão, para chover em terras despovoadas e no deserto, onde os homens não habitam, para que as regiões desoladas se saciem, e façam germinar e brotar a erva? Por acaso a chuva tem pai? Quem gera as gotas do orvalho? De que seio vem o gelo, e quem dá à luz a grade do céu? As águas ficam como pedra, e a superfície do lago se congela.
Você pode amarrar o laço das Plêiadas ou desatar as ligações de Órion? Você pode fazer que apareçam constelações do Zodíaco na sua estação própria, ou guiar a Ursa com os seus filhos? Você conhece as leis do céu, ou determina as funções delas sobre a terra? Você é capaz de levantar a voz até as nuvens, para que um aguaceiro cubra você? Por acaso você atira os raios e eles partem, dizendo a você: ‘Aqui estamos?’ Quem deu sabedoria ao íbis e inteligência ao galo? Quem está em grau de contar exatamente as nuvens, e quem entorna os cântaros do céu, quando o próprio chão se transforma em barro e os terrões se amontoam?
É você, por acaso, que caça a presa para a leoa ou sacia a fome dos leõezinhos, quando eles se recolhem nas tocas ou ficam de emboscadas nas moitas? É você que dá alimento ao corvo, quando os filhotes dele gritam a Deus e se agitam por falta de comida?
Você sabe quando é que as camurças dão cria? Já assistiu o parto das corças? Você conta os meses de gravidez delas ou conhece o momento do parto? Eles se agacham, dão cria e se livram das dores. Os filhotes crescem e ficam fortes, saem para o campo aberto e não voltam mais.
Quem dá liberdade ao asno selvagem e solta as rédeas do burro xucro, ao qual dei o deserto como habitação e a planície salgada como moradia? Ele se ri do barulho da cidade e não dá atenção aos xingos de quem o areia. Ele explora as montanhas em busca de pasto, à procura de lugares verdes.
Será que o búfalo aceita servir a você e passar a noite em seu estábulo? Você pode colocar nele uma canga, para que ele are a terra atrás de você? Ele é forte. Mas será que você pode confiar nele para fazer o seu trabalho? Você pode contar com ele, para que volte e venha moer o grão no terreiro?
O avestruz bate asas alegremente, como se tivesse penas e plumas de cegonha. Ele deixa seus ovos no chão, para chocá-los na areia, sem pensar que algum pé pode quebrá-los ou serem pisados por alguma fera. Ele é cruel com os filhotes, como se não fossem seus, e não se importa com a inútil fadiga deles, porque Deus o privou de sabedoria e não lhe concedeu os flancos, ele se ri de cavalos e cavaleiros.
Você pode dar força ao cavalo e vestir de crina do pescoço dele? Você o ensina a saltar como um gafanhoto, relinchando com majestade e terror? Cheio de força, ele pateia o chão e se lança ao encontro das armas. Ele ri do medo, não se assusta e diante da espada não volta para trás. Sobre ele ressoam o barulho do escudo, a lança faiscante e o dardo. Com ímpeto e estrondo, ele devora e distancia e não para, mesmo que soe o clarim. Ao toque da trombeta, ele relincha; fareja de longe batalha, as ordens de comando e os gritos de guerra.
Será pela sabedoria que você tem, que o falcão levanta vôo, estendendo as asas para o sul? Por acaso é com sua ordem que a águia levanta vôo e constrói seu ninho nas alturas? Ela mora nos rochedos, aí pernoite numa fortaleza de rocha inatingível. Do alto ela espia a sua presa; seus olhos a enxergam de longe. Seus filhotes bebem o sangue, e onde há cadáveres ela aí esta?”
Assim que a Maria da Graça acabou de falar a mensagem Vicente agoniado falou:
- Meu Deus perdoe-me porque fui um homem injusto e explorador. Por favor, dê-me uma segunda chance porque assim que recuperar a minha saúde me converterei a ajudarei as pessoas pobres.
- Vitória vamos rezar a Deus uma oração para que Ele atenda o pedido do Vicente, falou Maria da Graça.
Essas três pessoas se deram às mãos e juntas rezaram a Deus uma oração. A partir deste dia o Vicente começou a melhorar da labirintite graças ao tratamento médico e a fé que tiveram em Deus. Passaram-se dez dias, Vicente recebeu alta do hospital, este homem,  Vitória e dona Maria da Graça retornaram a fazenda. Durante este tempo Inês, Bárbara e Gaspar administraram esta propriedade. Assim que o coronel chegou à sua casa felizes o abraçaram. Raquel o abraçou, deu vários beijos no seu avô. Passadas algumas horas depois do jantar enquanto Gaspar estava no jardim observando o luar a sua mãe aproximou-se dele e perguntou:
- Meu filho você gostou de ter ficado na fazenda durante esses vinte dias?
- Mãe essas férias que estamos passando aqui estão ótimas, pude conhecer muitas pessoas e aprendi novos valores desta vida, respondeu Gaspar.
- Gaspar você vai querer vender a sua parte da fazenda ao tio Vicente? Perguntou Maria da Graça.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Capitulo 5 - A Doença do Coronel Vicente

Gaspar viu tudo o que estava acontecendo e apavorado gritou:
- O tio Vicente deve estar passando mal porque a caminhonete que ele dirigia caiu no rio.
O rapaz fez o seu cavalo cavalgar em direção ao rio. Passados cinquenta segundos ele chegou neste lugar. Aquele rio não era grande e tinha um metro e vinte centímetros de fundura, a caminhonete estava dentro do riacho, Vicente Duarte estava dentro desta condução. Gaspar aproximou-se deste veiculo, o seu tio estava desmaiado. Inês quando estava a duzentos metros deles desesperada perguntou:
- O meu pai ainda esta vivo?
- Esta sim, mas preciso que ajudem-me a tirá-lo desta condução, respondeu Gaspar.
Inês e o seu namorado montados nos cavalos aproximaram-se da caminhonete. Tomando cuidado os três tiraram este homem do veiculo e o levaram a beira do rio. Enquanto o deitavam no chão Donizete falou:
- Ainda bem que o coronel Vicente estava usando o cinto de segurança senão ele teria morrido quando a caminhonete caiu no rio.
Agoniada Inês falou:
- Gaspar vá até a casa da fazenda e traga uma condução para levarmos o meu pai ao hospital.
O rapaz montou no seu cavalo e dirigiu-se à casa da fazenda. Aos poucos  Vicente foi voltando a si, algumas lágrimas saíram dos olhos de Inês enquanto falava:
- Meu pai eu não posso perder o senhor porque o amo demais.
Vagarosamente Vicente voltou a si, Inês o abraçou e perguntou:
- Pai o que aconteceu para a sua caminhonete ter caído no rio?
- Eu estou com tontura, vertigem, ânsia de vomito e ouço um zumbido horrível no meu ouvido, respondeu Vicente.
Passados alguns minutos Gaspar chegou à casa da fazenda e contou a dona Vitória e a sua mãe sobre o acidente que aconteceu com o tio Vicente. As duas mulheres ficaram apavoradas, ele pegou outro automóvel e acompanhado delas duas dirigiram-se ao lugar onde estava Vicente. Assim que viu o seu marido Vitória preocupada perguntou se ele estava bem. Inês respondeu que nunca tinha visto o seu pai naquele estado, ele estava péssimo e precisava ser levado ao hospital. Com cuidado o colocaram no automóvel e o levaram ao hospital. Como não havia nenhum médico neste lugar Inês dirigiu-se a casa da doutora Gláucia. Por sorte ela estava em casa lendo um livro e acompanhou a moça ao hospital. Enquanto a doutora consultava este paciente, ele falou que sentia tontura de tipo rotatório, náuseas, vômitos e um zumbido intenso nos seus ouvidos. A médica falou que o Vicente estava com labirintite, precisava de uma consulta otoneurológica e deveria fazer vários exames. Como esta cidade era pequena a dona Vitória alugou um avião para leva o seu marido a cidade de Palmas para fazer o tratamento desta doença. Antes de partir esta senhora pediu as suas duas filhas tomarem conta da fazenda.
Quando estava anoitecendo Donizete foi visitar Inês, quando se viram o casal abraçou-se, ele perguntou:
- O seu pai esta muito doente?
- A doutora Gláucia disse que o meu pai esta com labirintite e deve ser consultado por um otorrinolaringologista para fazer o tratamento desta doença, respondeu Inês.
- Tomará que o seu pai se recupere logo porque não quero vê-lo sofrendo, falou Donizete.
- Todas as pessoas dizem que o meu pai é um homem mal, mas ele sempre foi bondoso e carinhoso com as suas filhas, falou Inês.
- O coronel Vicente sempre foi ambicioso e explorou os pobres, mas ele valorizou a sua família, falou Donizete.
- Ainda bem que eu não tenho essas qualidades do meu pai, falou Inês.
- É por isto que eu a amo demais, falou Donizete.
- Obrigado Donizete por ficar do meu lado na hora que mais preciso do seu apoio, falou Inês.  
Os dois ficaram emocionados e beijaram-se. No outro dia às dez horas Gaspar e  dona Maria da Graça foram a cidade junto com Inês e Bárbara comprarem alimentos que os animais comiam na fazenda. Enquanto estavam fazendo compras várias pessoas  aproximaram-se deles, um senhor falou:
- Finalmente Deus ouviu as nossas orações porque o coronel Vicente esta sendo castigado por explorar os pobres.
- Nós somos seres humanos, as doenças e a morte fazem parte da nossa vida, falou Gaspar.
- Se somos fieis aos ensinamentos de Deus por recompensa Ele nos dá vida longa, saúde e prosperidade. Mas se nos afastamos dele somos castigados com doenças e pobreza, falou uma senhora.
- O coronel Vicente pagará caro por ter explorado as pessoas fracas, este homem esta doente e perderá todo o seu dinheiro, falou outro senhor.   
- Deus é Amor e Vida, como vocês estão revoltados com Vicente Duarte desejam apenas coisas ruins a este homem, falou Maria da Graça.
- Minha senhora o coronel Vicente nos explorou durante toda as nossas vidas, então o que devemos desejar a este homem? Perguntou Dionísio.
Maria da Graça pensou um pouco e disse as seguintes palavras:
“Deus Pai nos amou tanto que criou o mundo e deu a vida aos seres humanos. Mas os homens se afastaram dele porque pecaram. Deus valorizou a sua criação e nos deu de presente o arco-íris e retribuímos com inúmeros pecados.
O amor que Deus Pai sentiu pelos seres humanos foi milhares de vezes maior que o pecado por nós cometido. Então ele enviou o Deus Filho ao mundo para transmitir aos homens os seus ensinamentos. Jesus Cristo obedeceu aos planos do seu Pai e morreu crucificado na cruz para trazer o perdão dos nossos pecados. E Deus Pai como é amor e vida o ressuscitou no terceiro dia.
Para construirmos um mundo mais justo e fraterno a Santíssima Trindade deseja que utilizemos duas armas valiosas vindas do nosso coração que se chama amor e perdão. Precisamos amar o Deus Pai, Deus Filho, o Espírito Santo, os nossos semelhantes e a natureza. Devemos perdoar os erros de nossos semelhantes e sermos solidários com os mais carentes.
Quando alguém nos caluniar ou ofender precisamos por em pratica os ensinamentos de Jesus Cristo e aprendermos a perdoar esta pessoa. Este mundo terá paz e prosperidade quando o nosso principal objetivo for as sabias palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo: “O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles.” (Lc 6,31)
Depois que ela terminou de falar esta mensagem as pessoas ficaram chateadas e retornaram as suas casa. Enquanto Dionísio estava indo embora Bárbara correu atrás dele e falou:
- As dois meses você falou que eu tinha me arrependido porque não fugimos juntos.
Ele sorriu e falou:
- A resposta esta escrita nos seus olhos.
- Mesmo que eu tivesse aceitado o seu convite o nosso relacionamento nunca daria certo porque você não aceita que sou a filha do coronel Vicente, falou Bárbara.
- Madame você é igual ao seu pai, falou Dionísio.
- Mentiroso! Você disfarça, mas ainda é apaixonado por mim, falou Bárbara.
Dionísio ficou nervoso e falou:
- Eu ainda a amo, mas você também não consegue ficar longe de mim.
- Querido então vamos fazer as pazes, falou Bárbara e abraçou e beijou a boca do Dionísio.
No começo ele tentou resistir, mas depois deixou envolver-se pelos sentimentos e a beijou. Assim que pararam de beijarem-se sem graça Dionísio falou:
- Mulher afaste-se de mim porque nunca permitirei que você zombe dos meus sentimentos.
Rindo Bárbara falou:
- Meu amor nós dois ainda faremos as pazes, pois nascemos um para o outro.
Dionísio montou no seu cavalo e voltou para o seu sitio. Bárbara decidiu que a partir deste momento tentaria se entender com este homem porque ainda o amava.
Apesar de todos os cuidados médicos Vicente Duarte estava muito doente. A labirintite deu depressão porque sentia um horrível zumbido no ouvido 24 horas por dia. A tontura o atacou sob forma de crise vertiginosa aguda, com tontura tipo rotatório, náuseas e vômitos. Depois que estava há dois dias no hospital na cidade de Palmas o seu caso piorou. Sob o efeito de calmante ele dormiu por algumas horas, durante a madrugada ele acordou desesperado e gritando. A dona Vitória que estava no quarto falou:
- Acalme-se querido, pois tentarei ajudá-lo no que puder.
Algumas lágrimas saíram dos olhos deste homem, apavorado ele abraçou a sua esposa e falou:
- Vitória eu sonhei que havia morrido e o meu espírito foi para o inferno. Rindo o demônio falou que durante toda a eternidade queimarei naquele fogo porque fui um homem ruim e explorador dos pobres.    

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Capitulo 4 - Os verdadeiros Sentimentos de Barbara


A dona Maria da Graça ficou espantada e falou:
- O casamento é uma união sagrada, você nunca deve casar-se quando não ama o seu marido.
Chorando Bárbara falou:
- Desde a minha adolescência sempre fui apaixonada pelo Dionísio Fonseca, quando ele me chamou para fugir tive medo e nós dois brigamos. Então para esquecê-lo acabei envolvendo-me com Milton Marques.
- Para agradar o seu pai você acabou casando-se com este rapaz porque ele era filho de um fazendeiro, falou Maria da Graça.
- Naquela época eu era jovem e cometi um grave erro na minha vida, falou Bárbara.
- Bárbara agora você esta cometendo um erro muito mais grave porque não esta demonstrando o amor que sente por sua filha, falou Maria da Graça.
Desesperada Bárbara perguntou:
- Tia Maria da Graça o que devo fazer para ser uma boa mãe a minha filha?
Esta senhora lembrou-se de um trecho da bíblia e falou o que estava escrito no evangelho de João capitulo 8, versículos de 12 a 17: “ Jesus continuou dizendo: ‘Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida.’ Então os fariseus disseram: ‘O teu testemunho não vale, porque estás dando testemunho de ti mesmo.’ Jesus respondeu: ‘Embora eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque eu sei de onde venho  para onde vou. Vocês julgam como homens, mas eu não julgo ninguém. Mesmo que eu julgue, o um julgamento é valido, porque eu não estou sozinho, mas o Pai que me enviou esta comigo. Na Lei de vocês esta escrito que o testemunho de duas pessoas é válido.”
- Pelo que entendi desta mensagem quando Jesus Cristo veio ao mundo ele não estava sozinho, mas Deus sempre esteve do seu lado, falou Bárbara.
- Deus sempre esta do nosso lado, neste momento Ele deseja que você Bárbara sempre esteja junto com a sua filha, falou Maria Da Graça.
- Por favor, tia Maria da Graça diga-me como devo aproximar-me da minha filha sem que eu assuste esta menina, falou Bárbara.
- No próximo dia às catorze horas eu e a Raquel vamos ao orfanato visitar as crianças, seria interessante se você Bárbara fosse junto conosco, falou Maria da Graça.
Bárbara abraçou a Maria da Graça e falou:
- Obrigada tia Maria da Graça por estar me ajudando, agora eu vou a cidade comprar doces para levarmos a essas crianças.
- Minha sobrinha vou precisar ir à cidade junto com você porque os meus remédios estão acabando, falou Maria da Graça.
Passados trinta minutos as duas mulheres entraram no automóvel, Bárbara o dirigiu até a cidade Cantos e Contos. Esta cidade era pequena e deveria ter uns quinze mil habitantes. As pessoas que moravam neste lugar eram alegres e educadas. Bárbara estacionou o seu veiculo em frente da farmácia, Maria da Graça entrou neste estabelecimento para comprar os seus remédios. Depois as duas dirigiram-se ao supermercado onde compraram balas, doces e bolachas que levariam no outro dia ao orfanato. Assim que fizeram as compras como fazia bastante calor elas atravessaram a rua e  dirigiram-se a sorveteria. Enquanto estavam neste local na rua passou um homem dirigindo um trator. Bárbara assim que o viu ficou nervosa e falou:
- Aquele homem que esta dirigindo o trator é o Dionísio Fonseca.
- Por acaso ele casou-se com outra mulher? Perguntou Maria da Graça.
- Não, depois que nós dois brigamos Dionísio falou que nunca mais iria querer  se envolver com outra mulher, respondeu Bárbara.
- Bárbara você ainda ama este homem, deixe de ser orgulhosa e o procure novamente, com calma revele os seus verdadeiros sentimentos, falou Maria da Graça.
- Dionísio nunca me perdoou porque não quis fugi com ele, falou Bárbara.
- Vocês dois eram jovens, é melhor ouvir um não do seu amor do que ficar na duvida a vida inteira de que poderia ter sido feliz ao lado dele, falou Maria da Graça.
 - Tia Maria da Graça com calma refletirei sobre esta nossa conversa, falou Bárbara.
 No outro dia às catorze horas a dona Maria da Graça e a Raquel prepararam-se para irem ao orfanato. Bárbara vendo a alegria da sua filha perguntou por que ela estava tão feliz. A menina respondeu que iria visitar os seus amigos que moravam no orfanato. Esta mulher disse que gostaria de levá-la a este lugar. Passados vinte minutos as três entraram no carro, dirigiram-se ao orfanato. Aquelas crianças e adolescentes ficaram felizes quando ganharam os brinquedos e doces daquelas mulheres. A partir deste dia Bárbara começou a demonstrar o amor que sentia por sua filha, as duas ficaram amigas. Passaram-se quatro dias, às onze horas na planície da fazenda encontraram-se Gaspar e Inês com o Donizete. Ambos estavam montados em seus cavalos, então começaram a apostar corridas. Depois de quarenta minutos o Donizete falou:
- Olhem na estrada o coronel Vicente esta dirigindo a sua caminhonete. Vou esconder-me porque não quero que ele me veja conversando com vocês.
- Meu amor você esta com medo do meu pai? Perguntou Inês.
- Não, mas apenas enfrentarei este homem quando marcarmos a data do nosso casamento, falou Donizete.
- Donizete vamos nos esconder atrás daquelas árvores, pois quero namorar mais um pouco antes de voltar para casa, falou Inês.
O casal montado nos cavalos cavalgou uns trezentos metros, então desceram dos animais e ficaram embaixo de uma árvore. De longe Gaspar observou o seu tio, quando este homem foi chegando perto do rio a sua caminhonete saiu da estrada e caiu dentro do rio.

domingo, 27 de novembro de 2016

Capitulo 3 - Problemas na Fazenda

Confuso Gaspar falou:
- As únicas pessoas anãs que eu vi nesta vida foram àquela vez no circo.
- Eu já enfrentei muito preconceito nesta vida, mas nunca deixei ninguém destruir os meus sonhos, falou Gláucia.
- A doutora Gláucia é a única médica que temos aqui nesta cidade, falou Inês.
- Inês nesta cidade há mais dois excelentes médicos, falou Gláucia.
- Mas você é a única médica que atende as pessoas pobres e nada cobra por suas consultas, falou Inês.
- Durante esses seis meses estou fazendo esta boa ação para concluir a tese do meu mestrado, falou Gláucia.         
Chateada Inês falou:
- Gláucia todos a amam, além de admirá-la. Então daqui a quarenta dias você irá embora de Cantos e Contos?
- Eu preciso especializar nos meus estudos, depois de concluir o doutorado estou com vontade de voltar a esta cidade, respondeu Gláucia.
A moça desceu do cavalo, abraçou a sua amiga e falou:
- Você é uma pessoa maravilhosa.
- Doutora Gláucia será que a senhora me perdoa por ter sujado a sua roupa? Perguntou Gaspar.
- Meu senhor foi por acidente que aconteceu este inconveniente, então não há motivos para pedir desculpas, falou Gláucia.
- Até hoje nunca nenhuma mulher me chamou de senhor porque sou um homem lindo e maravilhoso, falou Gaspar bravo.
- Gláucia quero apresentar o meu primo Gaspar, falou Inês.
- Prazer em conhece-lo Gaspar, falou Gláucia.
Ele apertou a mão direita da anã e falou:
- O prazer é todo meu, será que podemos ajudá-la em alguma coisa?
- Eu estou indo à casa da dona Margarida da Silva, esta senhora esta doente. Como ela é uma pessoa pobre talvez vocês podem comprar o remédio que receitarei nesta consulta, respondeu Gláucia.
- O seu pedido é uma ordem, falou Gaspar.
Os três andaram uns trezentos metros, então entraram no carreador de um sitio. Depois que andaram uns duzentos metros aproximaram-se de uma casa velha. Neste lugar morava uma família com oito pessoas. Os móveis desta residência eram velhos, como a dona Margarida estava com febre e sentia dores no corpo a doutora falou que esta senhora pegou uma gripe forte e precisava tomar remédios com urgência. Enquanto a médica consultava a sua paciente Gaspar ficou sabendo que essas terras pertenciam ao seu tio Vicente. Esta família trabalhava como meieiro, na hora de dividirem a colheita este homem explorava essas pessoas porque pegou 75% do milho e feijão que foram plantados neste lugar. Sem graça Inês falou que o seu pai duplicou as suas propriedades porque explorava pessoas pobres.
Quando a doutora Gláucia voltou à sala Gaspar pediu a receita do remédio que esta senhora deveria tomar, pois iria a cidade comprá-los. A anã entregou a receita na mão dele, acompanhado da Inês os dois montaram nos cavalos, dirigiram-se a cidade. Assim que chegaram à farmácia ele comprou os remédios, pediu da Inês o que aquela senhora precisava para recuperar a sua saúde. A moça respondeu que precisavam comprar cobertores, agasalhos e alimentos. Os dois dirigiram-se a uma loja e compraram três cobertores e roupas para aquela mulher e sua família. Depois passaram no armazém,  Gaspar comprou uma cesta básica, pediu para entregarem esses alimentos com urgência ao senhor João Pedro da Silva. Então retornaram ao sitio onde morava aquela senhora que estava doente. Assim que o rapaz entregou os remédios à doutora Gláucia o agradeceu por estar ajudando a salvar uma vida humana. Enquanto Gaspar e Inês retornavam a fazenda  aproximou-se deles um rapaz montado em um cavalo que falou:
- Inês eu não acreditei quando disseram que você havia me trocado por um burguês, mas agora estou vendo que estavam falando a verdade.
Desesperada Inês falou:
- Donizete você é o homem da minha vida porque o amo demais.
- A sua irmã Bárbara dizia a mesma coisa ao meu irmão Dionísio, depois o abandonou para casar-se com o filho daquele fazendeiro, falou Donizete.
- Meu amor você esta confuso, quem falou que eu estou o traindo com um burguês? Perguntou Inês.
- Quem é este homem que esta junto com você? Perguntou Donizete bravo.
Sorrindo Inês respondeu:
- Este moreno lindo é o meu primo Gaspar, filho do finado tio Paulo.
Envergonhado Donizete falou:
- Perdoe-me Inês porque não confiei em você.
- Então diga que me ama para eu poder perdoá-lo, falou Inês.
- Inês você é a dona do meu coração, pois a amo demais, falou Donizete.
- Meu gato rebelde, acho que vou acalmá-lo com os meus carinhos, falou Inês.
Inês e Donizete desceram dos seus cavalos, se abraçaram e beijaram-se. Depois a moça o apresentou ao Gaspar. Eles conversaram por alguns minutos, então Donizete  despediu-se deles e foi embora dali. Chateada Inês pediu para o seu primo não contar a ninguém sobre o encontro que tiveram com o seu namorado. Rindo Gaspar perguntou:
- Minha prima você esta namorando escondido este rapaz?
- Estou sim, o meu pai sempre fala que devo casar-me com um homem rico assim serei feliz na vida, respondeu Inês.
- Você precisa ser corajosa e lutar para ficar junto com o grande amor de sua vida, falou Gaspar.
- Faz apenas vinte dias que estou namorando Donizete e quando tiver certeza que vale a pena assumirei publicamente o romance com o meu amor, falou Inês.
- Eu desejo muita felicidade nesta vida, falou Gaspar.
Inês abraçou o seu primo e falou:
- Gaspar a sua companhia me traz muita felicidade.
Os dois chegaram à fazenda ao 12:10 minutos, a dona vitória e a Maria da Graça estavam esperando por eles para servirem o almoço. Antes de começar a faze esta refeição a Maria da Graça falou esta mensagem: “O tesouro mais valioso deste mundo é o amor que Deus sente pelos seres humanos. Ele deseja que sigamos os seus ensinamentos e nos dara de presente a vida eterna.
Já me perguntaram quem é Deus? Quais são os seus ensinamentos? E o que é a vida eterna? Com simples palavras tentarei responder esta pergunta:
Deus é amor e Vida, foi Ele que criou o mundo e nos deu de presente a vida.
Os seus ensinamentos são respeito, igualdade e fraternidade. Com o respeito aprendemos a valorizar e respeitar a vida humana e a natureza. Com a igualdade todas as pessoas têm os mesmos direitos e deveres. Com a fraternidade aprendemos a dividir as nossas coisas principalmente com os mais carentes.
A vida eterna significa que a morte não é o fim da nossa vida. Mas sim um novo começo porque iremos para um lugar onde não há dor e sofrimento. Poderemos ver a Deus com os nossos próprios olhos e reencontraremos pessoas amigas. Cheios de alegria cantaremos juntos: Mais importante que o ouro e diamante é a grandeza do amor que a Santíssima Trindade sente pelos homens. E nós que somos simples seres humanos os louvaremos por toda a eternidade!”
Assim que esta mulher terminou de falar essas palavras todas as pessoas a aplaudiram. Raquel ficou emocionada e algumas lágrimas saíram dos seus olhos. Assim que terminaram a refeição esta menina pediu licença e foi ao seu quarto. Passados alguns minutos Maria da Graça falou que precisava ter uma conversa em particular com aquela criança. Ela dirigiu-se ao quarto da menina e enquanto batia na porta falou:
- Raquel a tia Maria da Graça precisa conversar com você.
Passado um minuto a menina abriu a porta e falou:
- Por favor, entre tia Maria da Graça.
Assim que a menina fechou aporta do quarto a dona Maria da Graça falou:
- Pelo que percebi Raquel você é uma menina infeliz.
Algumas lágrimas saíram dos olhos da menina enquanto falava:
- Já faz mais de três anos que o meu pai não vem visitar-me, a minha mãe sempre esta ocupada e nunca dá atenção para mim.
A dona Maria da Graça a abraçou e falou:
- Minha querida você esta enganada, sua mãe, a tia Inês e os seus avós a amam de verdade.
- Eu me sinto tão sozinha, às vezes sinto vontade de morrer, falou Raquel.
- Raquel, Deus a ama demais, Ele ficou muito triste porque você falou essas palavras, falou Maria da Graça.
- Se Deus estivesse aqui do meu lado o que Ele diria par me convencer que vale a pena estar viva? Perguntou Raquel.
A Maria da Graça e lembrou-se de um texto da bíblia e leu o evangelho de Lucas, capitulo 15 e versículos de 3 ao 7: “Então Jesus contou-lhes esta parábola: ‘Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma , será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida.’ E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”
Sorrindo a menina perguntou:
- Será que o Jesus Cristo e os anjos que estão no céu ficarão felizes se eu me alegrar por que estou viva?
- Eles ficarão sim e a felicidade deles aumentará se você tornar-se solidária com as crianças carentes, respondeu Maria da Graça.
- Aqui no meu quarto tem bastante brinquedo que não brinco mais, pois eu vou juntá-los agora para levá-los no orfanato no próximo dia, falou Raquel.
- Raquel eu gostaria de ir junto com você no orfanato, falou Maria da Graça.
- Tia Maria da Graça será maravilhoso irmos nesta instituição, falou Raquel.
- Minha querida sobrinha àquelas crianças ficarão felizes com a nossa visita, falou Maria da Graça.
- Agora vou ajuntar todos os brinquedos que darei de presente a aquelas crianças, falou Raquel.
A dona Maria da Graça ficou contente vendo a felicidade no rosto daquela menina. Passado uma hora e quarenta minutos esta mulher dirigiu-se ao quarto de Bárbara. Bateu na porta e falou:
- Bárbara precisamos ter uma conversa séria.
Passado uns trinta segundos Bárbara abriu aporta do quarto e pediu a sua tia para entrar neste cômodo. Assim que as duas ficaram sozinhas Bárbara a abraçou e falou:
- Obrigada tia Maria da Graça por ter brincado com a Raquel, aquela menina ficou muito feliz.
- Durante o almoço percebi que a sua filha é uma criança infeliz, falou Maria da Graça.
Chateada Bárbara falou:
- A senhora esta enganada porque nunca deixei faltar nada a minha filha, esta criança sempre usa roupas da moda, calçados caros e ganha presente quase toda a semana.
- Raquel não quer ganhar roupas e presentes, esta criança apenas deseja receber o amor da sua mãe, falou Maria da Graça.
- Eu sempre fui uma pessoa muito ocupada, desde que me separei do meu marido é a minha mãe que cuida desta menina, falou Bárbara.
- Pelo que percebi Bárbara você prefere ir às festas e ficar junto com os seus namorados em vez de dar atenção a sua filha, falou Maria da Graça.
- A minha filha é a coisa mis importante que tenho nesta vida, de vez em quando vou às festas apenas para curtir a vida, falou Bárbara.
- Desculpe-me se estou sendo intrometida Bárbara, mas por que você e Milton Marques se separaram? Perguntou Maria da Graça.
Algumas lágrimas saíram os olhos da Bárbara enquanto falava:
- Eu casei-me com Milton Marques contra a minha vontade porque nunca amei este homem. 

sábado, 26 de novembro de 2016

Capitulo 2 - A Fazenda Coringa Silvestre

Dona Maria da Graça ficou surpresa com esta proposta e falou:
- A Fazenda Coringa Silvestre sempre foi um lugar especial para mim.
- Já faz tanto tempo que eu não volto para aquele lugar que nem me lembro que  existe, falou Gaspar.
- Já esta fazendo dezessete anos que vocês dois mudaram-se da fazenda, então seria interessante para todos se a senhora Maria da Graça e o Gaspar vendesse as suas partes desta propriedade para mim, falou Vicente.
- Como estou querendo ampliar a minha rede de lojas este dinheiro viria em boa hora, falou Gaspar.
- Antes de tomarmos esta decisão preciso ter uma conversa séria com o meu filho, falou dona Maria da Graça.
Esta refeição prosseguiu normalmente, como estavam cansados da viagem o Vicente e a Vitória dirigiram-se ao quarto de hospedes as 22:00 horas. Quando mãe e filho ficaram sozinhos na sala Gaspar perguntou:
- Mãe por que a senhora não deseja que vendemos as nossas partes da fazenda ao tio Vicente?
- Antes do seu pai falecer eu prometi a ele que cuidaria bem do nosso filho para quando se tornasse adulto ajudaria Vicente a administrar a fazenda, respondeu dona Maria da Graça.
- A senhora ficou abalada com a morte do meu pai, mas vocês dois não tinham o direito de decidir qual seria o meu futuro, falou Gaspar.
- Perdoe-me se o magoei, só peço um favor, antes de vender a sua parte da fazenda vamos passear alguns dias neste lugar para não se arrepender de sua decisão, falou dona Maria da Graça.
Gaspar pensou um pouco e falou:
- Daqui a onze dias eu vou pegar ferias do serviço, então nós dois vamos viajar a Fazenda Coringa Silvestre.
A dona Maria da Graça abraçou o seu filho e falou:
- Meu filho você é uma pessoa maravilhosa.
- Amanhã avisaremos o tio Vicente que daqui a alguns dias iremos passear na casa dele e daremos a resposta da sua proposta, falou Gaspar.
Mãe e filho conversaram por uns vinte minutos, passado este tempo esta mulher foi ao seu quarto dormir. Assim que deitou-se na cama percebeu que aquele menino sensível havia crescido e tornou-se um homem decidido. Se fosse para a felicidade dele assim que fosse passear na fazenda venderia a sua parte desta propriedade. E iria dar o dinheiro ao seu filho para ele investir na sua rede de lojas. No outro dia esta senhora avisou os seus cunhados que daqui a dez dias ela e o seu filho iriam passear na fazenda. Vitória a abraçou e falou que assim que chegasse na fazenda nunca mais iria querer ir embora deste lugar. Sorrindo ela respondeu que durante este passeio dariam a resposta da proposta do Vicente. Esses nove dias passaram rapidamente, no domingo às 8 horas e 30 minutos dona Maria da Graça e Gaspar entraram no avião que dirigia-se a Palmas capital do Estado Tocantins. Assim que este meio de transporte desceu no aeroporto de Palmas, Vicente e Vitória estavam esperando por eles. Quando se viram ficaram felizes e abraçaram-se, como a cidade Cantos e Contos ficava a 250 km da capital Vicente veio buscá-los na sua caminhonete. Já estava escuro quando chegaram à fazenda Coringa Silvestre. Vitória levou  dona Maria da Graça e Gaspar aos quartos de hospedes. Depois que eles tomaram banho dirigiram-se a sala de jantar onde foi servida a refeição.
Dona Maria da Graça com bastante carinho abraçou Bárbara a filha mais velha do Vicente e da Vitória. Esta mulher estava muito bonita, pois nem parecia que tinha 29 anos. Sorrido esta senhora perguntou onde estava Milton Marques marido da Bárbara. Sem graça ela falou que já fazia cinco anos que estava separada do marido. Enquanto conversavam apareceu na sala uma linda menina. Bárbara chamou esta criança e falou que era a sua filha Raquel. Passados alguns minutos apareceu neste lugar uma moça. Dona Maria da Graça emocionada a abraçou, falou que aquela menina que chamava-se Inês havia se transformado em uma linda mulher. Inês era a filha caçula dos seus cunhados e tinha vinte anos. Assim que terminaram a refeição essas pessoas conversaram por uns quarenta minutos. Então dona Maria da Graça e Gaspar dirigiram-se aos quartos para dormirem.
Na segunda-feira Maria da Graça dormiu até as 9 horas e 30 minutos. Então trocou de roupa, penteou os cabelos e dirigiu-se a cozinha. Vitória a convidou para tomar o café da manhã. Esta senhora reparou que a casa da fazenda estava muito bonita. Vitória contou que fazia cerca de dez meses que o seu marido mandou reformar esta residência. Enquanto fazia esta refeição dona Maria da Graça perguntou:
- O meu filho ainda esta no quarto dormindo?
- Gaspar acordou às sete horas da manhã e foi cavalgar com a Inês, respondeu Vitória.
- Este menino sempre gostou dos cavalos, falou Maria da Graça.
- Enquanto tomávamos o café da manhã Gaspar nos contou que a senhora esta com leucemia linfocítica crônica, falou Vitória.
- Graças a Deus a leucemia linfocítica crônica não esta me causando muitos problemas, o meu tratamento esta sendo feito de forma paliativa, falou dona Maria da Graça.
- Eu tenho vergonha de confessar, mas eu sinto muito medo da morte, falou Vitória.
- Vamos ao meu quarto, pois lerei um trecho da bíblia que tirará o seu medo da morte, falou dona Maria da Graça.
As duas dirigiram-se ao quarto que a Maria da Graça estava hospedada. Esta senhora pegou a bíblia a abriu no livro da Sabedoria e leu o capitulo 3 e os versículos de 1 ao 18: “A vida dos justos, ao contrario, está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá. Aos olhos dos insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como desgraça. Os insensatos pensavam que a partida que dos justos do nosso meio era aniquilamento, mas agora estão em paz. As pessoas pensavam que os justos estavam cumprindo uma pena, mas esperavam a imortalidade. Por uma breve pena receberão grandes benefícios, porque Deus os provou e os encontrou digno dele. Deus examinou-os como ouro no crisol, e os aceitou como holocausto perfeito. No dia do julgamento, eles resplandecerão, correndo como fagulhas no meio de palha. Eles governarão as nações, submeterão os povos, e o Senhor reinará para sempre sobre eles. Os que nele confiam compreenderão a verdade, e os que lhe são fiéis viverão junto dele no amor, pois a graça e a misericórdia estão reservados para os seus escolhidos. Os injustos, porém, serão castigados por sua maneira de pensar, porque desprezaram o justo e se afastaram do Senhor. É infeliz quem despreza a sabedoria e a disciplina. Sua esperança é vazia, suas fadigas não produzem frutos, e suas obras são inúteis. Suas mulheres são insensatas, seus filhos depravados, e sua descendência é maldita. Feliz a mulher estéril que permanece irrepreensível e desconhece união pecaminosa, porque ela receberá seu fruto no julgamento das almas. Feliz também o eunuco, que não cometeu injustiça, nem pensou coisas más contra o senhor. Ele por sua fidelidade, receberá uma graça especial e uma recompensa invejável no templo do Senhor. Pois o fruto das boas obras é glorioso e a raiz da sabedoria é imperecível. Os filhos dos adúlteros não chegarão a maturidade, e a descendência de uma união ilegítima desaparecerá. Mesmo que tenham vida longa, ninguém fará caso deles, e sua velhice no fim será sem honra. Se morrerem cedo, não terão esperança nenhuma, nem consolação no dia do julgamento.”
Emocionada Vitória abraçou Maria da Graça e falou:
- Eu não preciso ter medo da morte porque Deus se lembrará de mim por causa da minha fé e solidariedade.
- Nós devemos confiar em Deus para compreendermos a verdade. E se tratarmos os nossos semelhantes com amor e misericórdia teremos paz e receberemos graça diante do Nosso Pai, falou Maria da Graça.
- Minha cunhada acho melhor irmos a cozinha para fazermos um almoço especial aos nossos filhos, falou Vitória.
Essas duas senhoras dirigiram-se à cozinha para fazerem pratos deliciosos que seriam sérvios na hora do almoço. Inês e Gaspar cavalgaram por quase duas horas pela fazenda. Animado Gaspar viu de longe um pé de pinheiro e falou:
- Inês vamos ver quem chega primeiro a aquele pé de pinheiro?
- Eu aceito esta aposta se cavalgarmos pela estrada, respondeu Inês.
- Tudo bem, quando eu conto até três nós dois começaremos esta corrida, falou Gaspar.
Os dois começaram a falarem juntos:
- Um, dois, três.
Gaspar saiu na frente da Inês, depois que cavalgou cerca de um quilometro e seiscentos metros o cavalo que estava montado pisou em cima de uma poça de água espirando barro em uma menina que estava andando de bicicleta. Chateado ele parou o animal e falou:
- Desculpe-me por ter sujado a sua roupa.
- Você esta desculpado, às vezes acontece este incidente, falou a menina.
Espantado Gaspar perguntou:
- Como é que os seus pais permitem que uma criança ande sozinha neste lugar deserto?
Neste momento Inês aproximou-se deles e falou:
- Bom dia doutora Gláucia.
- Inês por que você esta chamando esta menina de doutora? Perguntou Gaspar.
- Eu chamei a doutora Gláucia Maciel de doutora porque ela é médica, respondeu Inês.
- O senhor enganou-se quando pensou que eu sou uma criança, os anões não crescem mais do que um metro e vinte centímetros, falou Gláucia.