A dona Vitória o abraçou e falou:
- Vicente não se apavore porque isto
foi apenas um pesadelo.
- Mulher este sonho me pareceu real,
além disto tripliquei as minhas propriedades porque explorei os pobres, falou
Vicente.
- A única pessoa que pode dar-lhe
bons conselhos é a Maria da Graça, falou Vitória.
- Então ligue agora para a nossa
cunhada, falou Vicente.
Ela pegou o seu telefone celular
telefonou para Maria da Graça, contou que o seu marido estava apavorado porque
teve um pesadelo. Maria da Graça quis saber como foi este sonho, depois que a
Vitória o contou ela refletiu um pouco e pediu para ler ao Vicente o evangelho
escrito por Lucas, o capitulo 18 e os versículos e 19 a 30. Rapidamente Vitória
pegou a bíblia e começou a ler esta mensagem ao seu marido: “Havia um homem
rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. E um
pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele
queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os
cachorros lamber-lhe as feridas. Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o
levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico, e foi enterrado. No
inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe
Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o rico gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de
mim! Mande Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque
este fogo me atormenta.’ Mas Abraão respondeu: ‘Lembra-se, filho, você recebeu
seus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele
encontra consolo aqui, e você é atormentado. Além disso, há um grande abismo
entre nós; por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto
de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós.’ O rico insistiu: ‘Pai, eu te
suplico, mande Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Mande
preveni-los, para que não acabem eles vindo para este lugar de tormento! Mas
Abraão respondeu: ‘Eles têm Moises e os profetas: que os escutem! O rico
insistiu: Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se
converter! Mas Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutam a Moises e aos profetas,
mesmo que um dos mortos ressuscite, eles ainda não ficarão convencidos.”
Desesperado Vicente falou:
- Vitória esta parábola acaba de
confirmar que eu estou condenado.
- Este sonho foi apenas um aviso
Vicente porque você ainda esta vivo e pode se converter pedindo perdão a Deus
pelos seus maus atos, falou Vitória.
As dores que este homem sentia
pioravam e ele começou a gritar. Uma enfermeira entrou no quarto e chamou o
médico para examinar este paciente. Vitória sentiu-se desorientada, ela
telefonou novamente a dona Maria da Graça. Preocupada pediu para esta senhora
assim que clarear o dia vir ao hospital visitá-los porque precisavam dos seus
conselhos.
Às onze horas a dona Maria da Graça
chegou no hospital, Vicente estava deitado na cama e dizia que não aguentava
mais ouvir aquele zumbido horrível no seu ouvido. A sua tontura e a ânsia
pioravam assim que mudava a posição da sua cabeça. A sua cunhada disse que ele
deveria ter paciência e pedir a Deus para recuperar a sua saúde. Angustiado ele
respondeu que já traçou o seu destino e estava condenado a padecer por toda a
eternidade. Maria da Graça falou:
- Deus nos ama e sempre nos da
muitas chances de recomeçarmos uma nova vida. Se a sua consciência esta pesada
por algum erro que você cometeu peça perdão a Deus, pois Ele é misericordioso e
o perdoará.
Então esta mulher falou a seguinte
mensagem:
“Neste mundo moderno e agitado se
pararmos por uns instantes ficaremos encantados se observarmos a simplicidade e
beleza da rosa e a pequenez e perfeição da formiga. Deus amou tanto o mundo que
nos deu de presente a vida. Muitas pessoas ficam preocupadas com os seus
fazeres e se esquecem que Deus existe.
Infelizmente alguns se lembram do
Criador deste mundo quando estão doentes ou sofrendo bastante. Outros costumam
dizer que esta pessoa esta doente porque Deus o esta castigando por ter pecado.
As doenças, morte, vida, e as festas são fatos desta vida e acontecem aos
justos e injustos.
Deus nos amou tanto e nos deu a
liberdade para trilharmos o nosso próprio caminho. E seremos felizes se
seguirmos os seus ensinamentos que estão escritos na bíblia. Mas como somos
humanos e pecadores cometemos os nossos erros e prejudicamos as outras pessoas.
A bondade de Deus é grandiosa, pois Ele perdoa os nossos pecados se nos
arrependemos. Jesus Cristo amou tanto os homens que perdoou aqueles que o
crucificaram.
No livro de Jó capitulo 38,
versículos 4 a 41 e capitulo 39, versículos 1 a 30 o próprio Deus nos fala como
ele cuida da natureza e dos animais. Neste livro podemos perceber a fé e
perseverança do Jó, este homem que perdeu os seus filhos, todos os seus bens
materiais e pegou uma terrível doença de pele. Os seus amigos lhe diziam que
estava sofrendo deste jeito porque Deus o estava castigando por ser injusto. Jó
declarava ser inocente e no capitulo 29, versículos 6 a 25 ele dá uma descrição
das suas boas ações. Este homem venceu esta provação porque a sua fé foi maior
que todo o seu sofrimento. Deus nos ama demais e deseja a nossa felicidade.
Para construirmos um mundo mais
justo e fraterno devemos deixar que Deus conduza as nossas vidas. O egoísmo
nunca nos dominará e seremos solidários com as pessoas carentes. Então teremos
paz de espírito e quando abraçarmos os nossos semelhantes perceberemos a
presença de Deus nas pessoas e em toda a natureza!”
(Jó capitulo 29, versículos 6 a 25:
“Nesse tempo, eu banhava os pés no leite, e a rocha me dava rios de azeite.
Quando eu me dirigia à porta da cidade, e me sentava na praça, ao ver-me, os
jovens se escondiam, os anciões se levantavam e ficavam de pé, os chefes
paravam de falar e tapavam a boca com a mão, os políticos emudeciam, e a língua
deles ficava colada ao céu da boca.
Todos os que ouviam, me elogiavam, e
com os olhos me aprovavam, porque eu libertava o pobre que pedia socorro e o
órfão indefeso. Eu recebia a benção do moribundo, e alegrava o coração da
viúva. Eu vestia a justiça como túnica, e o direito era o meu manto e o meu
turbante. Eu era os olhos do cego e os pés do coxo. Eu era o pai dos pobres, e
me empenhava pela causa de um desconhecido. Eu quebrava o queixo do injusto e
arrancava a presa dos seus dentes. Eu imaginava então: ‘Morrerei dentro do meu
ninho, e como a fênix multiplicará os meus dias. As minhas raízes chegarão até
a água, e o orvalho pousará nos meus ramos. A minha honra sempre se renovará, e
o meu arco se reforçara em minha mão.’
Todos me ouviam com atenção e, em
silêncio, esperavam meus conselhos. Depois que eu falava, ninguém me replicava.
As minhas palavras gotejavam sobre eles, que esperavam por elas como chuvisco,
e as bebiam como chuva de primavera. Se eu brincava, não acreditavam, e não
perdiam nenhuma expressão do meu rosto. Sentado como chefe, eu lhes indicava o
caminho, como rei entronizado em meio à sua escolta. Eu os guiava, e eles se
deixavam conduzir.”)
(Jó capitulo 38, versículos 4 a 41,
capitulo 39, versículos 1 a 30: “Onde você estava quando eu colocava os
fundamentos da terra? Diga-me, se é que você tem tanta inteligência! Você sabe
quem fixou as dimensões da terra? Quem mediu com o trema? Onde se encaixavam
suas bases, ou quem foi que assentou sua pedra angular, enquanto os astros da
manhã aclamavam e todos os filhos de Deus aplaudiam?
Quem fechou o mar com uma porta,
quando ele irrompeu, jorrando do seio materno? Quando eu coloquei as nuvens
como roupas dele e névoas espessas como cueiros? Quando lhe coloquei limites
com portas e trancas, e lhe disse: ‘Você vai chegar até aqui, e não passará.
Aqui se quebrará a soberba de suas ondas?’
Alguma vez em sua vida você deu
ordens para o amanhecer, ou marcou um lugar para a aurora, a fim de que ela
agarre as bordas da terra, e dela sacuda os injustos? Por acaso você deu ordens
à terra para ela se transformar como argila debaixo do sinete e se tingir como
vestido, negando luz para os injustos e quebrando o braço daquele que ameaça
golpear?
Você já chegou até as fontes do mar
ou já passeou pelas profundezas do oceano? Já mostraram a você as portas da
morte, ou por acaso você já viu os portais das sombras? Você examinou a
extensão da terra? Se você sabe tudo isso, me diga.
Por onde se vai até a casa da luz, e
onde é que vivem as trevas, para que você as leve ao território delas e lhes
ensine o caminho para casa? Certamente você sabe disso tudo, pois já então
havia nascido e já viveu muitíssimos anos. Você entrou nos reservatórios da
neve e observou os celeiros do granizo, que eu reservo para o tempo da
calamidade, para os dias da guerra e batalha? Por onde se espalha o calor, e se
difunde sobre a terra o vento leste? Quem abriu um canal para o aguaceiro, e o
caminho para o relâmpago e o trovão, para chover em terras despovoadas e no
deserto, onde os homens não habitam, para que as regiões desoladas se saciem, e
façam germinar e brotar a erva? Por acaso a chuva tem pai? Quem gera as gotas
do orvalho? De que seio vem o gelo, e quem dá à luz a grade do céu? As águas
ficam como pedra, e a superfície do lago se congela.
Você pode amarrar o laço das
Plêiadas ou desatar as ligações de Órion? Você pode fazer que apareçam
constelações do Zodíaco na sua estação própria, ou guiar a Ursa com os seus
filhos? Você conhece as leis do céu, ou determina as funções delas sobre a
terra? Você é capaz de levantar a voz até as nuvens, para que um aguaceiro
cubra você? Por acaso você atira os raios e eles partem, dizendo a você: ‘Aqui
estamos?’ Quem deu sabedoria ao íbis e inteligência ao galo? Quem está em grau
de contar exatamente as nuvens, e quem entorna os cântaros do céu, quando o
próprio chão se transforma em barro e os terrões se amontoam?
É você, por acaso, que caça a presa
para a leoa ou sacia a fome dos leõezinhos, quando eles se recolhem nas tocas
ou ficam de emboscadas nas moitas? É você que dá alimento ao corvo, quando os
filhotes dele gritam a Deus e se agitam por falta de comida?
Você sabe quando é que as camurças
dão cria? Já assistiu o parto das corças? Você conta os meses de gravidez delas
ou conhece o momento do parto? Eles se agacham, dão cria e se livram das dores.
Os filhotes crescem e ficam fortes, saem para o campo aberto e não voltam mais.
Quem dá liberdade ao asno selvagem e
solta as rédeas do burro xucro, ao qual dei o deserto como habitação e a
planície salgada como moradia? Ele se ri do barulho da cidade e não dá atenção
aos xingos de quem o areia. Ele explora as montanhas em busca de pasto, à
procura de lugares verdes.
Será que o búfalo aceita servir a
você e passar a noite em seu estábulo? Você pode colocar nele uma canga, para
que ele are a terra atrás de você? Ele é forte. Mas será que você pode confiar
nele para fazer o seu trabalho? Você pode contar com ele, para que volte e
venha moer o grão no terreiro?
O avestruz bate asas alegremente,
como se tivesse penas e plumas de cegonha. Ele deixa seus ovos no chão, para
chocá-los na areia, sem pensar que algum pé pode quebrá-los ou serem pisados
por alguma fera. Ele é cruel com os filhotes, como se não fossem seus, e não se
importa com a inútil fadiga deles, porque Deus o privou de sabedoria e não lhe
concedeu os flancos, ele se ri de cavalos e cavaleiros.
Você pode dar força ao cavalo e
vestir de crina do pescoço dele? Você o ensina a saltar como um gafanhoto,
relinchando com majestade e terror? Cheio de força, ele pateia o chão e se
lança ao encontro das armas. Ele ri do medo, não se assusta e diante da espada
não volta para trás. Sobre ele ressoam o barulho do escudo, a lança faiscante e
o dardo. Com ímpeto e estrondo, ele devora e distancia e não para, mesmo que
soe o clarim. Ao toque da trombeta, ele relincha; fareja de longe batalha, as
ordens de comando e os gritos de guerra.
Será pela sabedoria que você tem,
que o falcão levanta vôo, estendendo as asas para o sul? Por acaso é com sua
ordem que a águia levanta vôo e constrói seu ninho nas alturas? Ela mora nos
rochedos, aí pernoite numa fortaleza de rocha inatingível. Do alto ela espia a
sua presa; seus olhos a enxergam de longe. Seus filhotes bebem o sangue, e onde
há cadáveres ela aí esta?”
Assim que a Maria da Graça acabou de
falar a mensagem Vicente agoniado falou:
-
Meu Deus perdoe-me porque fui um homem injusto e explorador. Por favor, dê-me
uma segunda chance porque assim que recuperar a minha saúde me converterei a
ajudarei as pessoas pobres.
- Vitória vamos rezar a Deus uma
oração para que Ele atenda o pedido do Vicente, falou Maria da Graça.
Essas três pessoas se deram às mãos
e juntas rezaram a Deus uma oração. A partir deste dia o Vicente começou a
melhorar da labirintite graças ao tratamento médico e a fé que tiveram em Deus.
Passaram-se dez dias, Vicente recebeu alta do hospital, este homem, Vitória e dona Maria da Graça retornaram a
fazenda. Durante este tempo Inês, Bárbara e Gaspar administraram esta
propriedade. Assim que o coronel chegou à sua casa felizes o abraçaram. Raquel
o abraçou, deu vários beijos no seu avô. Passadas algumas horas depois do
jantar enquanto Gaspar estava no jardim observando o luar a sua mãe aproximou-se
dele e perguntou:
- Meu filho você gostou de ter
ficado na fazenda durante esses vinte dias?
- Mãe essas férias que estamos
passando aqui estão ótimas, pude conhecer muitas pessoas e aprendi novos
valores desta vida, respondeu Gaspar.
- Gaspar você vai querer vender a
sua parte da fazenda ao tio Vicente? Perguntou Maria da Graça.
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