sábado, 26 de novembro de 2016

Capitulo 2 - A Fazenda Coringa Silvestre

Dona Maria da Graça ficou surpresa com esta proposta e falou:
- A Fazenda Coringa Silvestre sempre foi um lugar especial para mim.
- Já faz tanto tempo que eu não volto para aquele lugar que nem me lembro que  existe, falou Gaspar.
- Já esta fazendo dezessete anos que vocês dois mudaram-se da fazenda, então seria interessante para todos se a senhora Maria da Graça e o Gaspar vendesse as suas partes desta propriedade para mim, falou Vicente.
- Como estou querendo ampliar a minha rede de lojas este dinheiro viria em boa hora, falou Gaspar.
- Antes de tomarmos esta decisão preciso ter uma conversa séria com o meu filho, falou dona Maria da Graça.
Esta refeição prosseguiu normalmente, como estavam cansados da viagem o Vicente e a Vitória dirigiram-se ao quarto de hospedes as 22:00 horas. Quando mãe e filho ficaram sozinhos na sala Gaspar perguntou:
- Mãe por que a senhora não deseja que vendemos as nossas partes da fazenda ao tio Vicente?
- Antes do seu pai falecer eu prometi a ele que cuidaria bem do nosso filho para quando se tornasse adulto ajudaria Vicente a administrar a fazenda, respondeu dona Maria da Graça.
- A senhora ficou abalada com a morte do meu pai, mas vocês dois não tinham o direito de decidir qual seria o meu futuro, falou Gaspar.
- Perdoe-me se o magoei, só peço um favor, antes de vender a sua parte da fazenda vamos passear alguns dias neste lugar para não se arrepender de sua decisão, falou dona Maria da Graça.
Gaspar pensou um pouco e falou:
- Daqui a onze dias eu vou pegar ferias do serviço, então nós dois vamos viajar a Fazenda Coringa Silvestre.
A dona Maria da Graça abraçou o seu filho e falou:
- Meu filho você é uma pessoa maravilhosa.
- Amanhã avisaremos o tio Vicente que daqui a alguns dias iremos passear na casa dele e daremos a resposta da sua proposta, falou Gaspar.
Mãe e filho conversaram por uns vinte minutos, passado este tempo esta mulher foi ao seu quarto dormir. Assim que deitou-se na cama percebeu que aquele menino sensível havia crescido e tornou-se um homem decidido. Se fosse para a felicidade dele assim que fosse passear na fazenda venderia a sua parte desta propriedade. E iria dar o dinheiro ao seu filho para ele investir na sua rede de lojas. No outro dia esta senhora avisou os seus cunhados que daqui a dez dias ela e o seu filho iriam passear na fazenda. Vitória a abraçou e falou que assim que chegasse na fazenda nunca mais iria querer ir embora deste lugar. Sorrindo ela respondeu que durante este passeio dariam a resposta da proposta do Vicente. Esses nove dias passaram rapidamente, no domingo às 8 horas e 30 minutos dona Maria da Graça e Gaspar entraram no avião que dirigia-se a Palmas capital do Estado Tocantins. Assim que este meio de transporte desceu no aeroporto de Palmas, Vicente e Vitória estavam esperando por eles. Quando se viram ficaram felizes e abraçaram-se, como a cidade Cantos e Contos ficava a 250 km da capital Vicente veio buscá-los na sua caminhonete. Já estava escuro quando chegaram à fazenda Coringa Silvestre. Vitória levou  dona Maria da Graça e Gaspar aos quartos de hospedes. Depois que eles tomaram banho dirigiram-se a sala de jantar onde foi servida a refeição.
Dona Maria da Graça com bastante carinho abraçou Bárbara a filha mais velha do Vicente e da Vitória. Esta mulher estava muito bonita, pois nem parecia que tinha 29 anos. Sorrido esta senhora perguntou onde estava Milton Marques marido da Bárbara. Sem graça ela falou que já fazia cinco anos que estava separada do marido. Enquanto conversavam apareceu na sala uma linda menina. Bárbara chamou esta criança e falou que era a sua filha Raquel. Passados alguns minutos apareceu neste lugar uma moça. Dona Maria da Graça emocionada a abraçou, falou que aquela menina que chamava-se Inês havia se transformado em uma linda mulher. Inês era a filha caçula dos seus cunhados e tinha vinte anos. Assim que terminaram a refeição essas pessoas conversaram por uns quarenta minutos. Então dona Maria da Graça e Gaspar dirigiram-se aos quartos para dormirem.
Na segunda-feira Maria da Graça dormiu até as 9 horas e 30 minutos. Então trocou de roupa, penteou os cabelos e dirigiu-se a cozinha. Vitória a convidou para tomar o café da manhã. Esta senhora reparou que a casa da fazenda estava muito bonita. Vitória contou que fazia cerca de dez meses que o seu marido mandou reformar esta residência. Enquanto fazia esta refeição dona Maria da Graça perguntou:
- O meu filho ainda esta no quarto dormindo?
- Gaspar acordou às sete horas da manhã e foi cavalgar com a Inês, respondeu Vitória.
- Este menino sempre gostou dos cavalos, falou Maria da Graça.
- Enquanto tomávamos o café da manhã Gaspar nos contou que a senhora esta com leucemia linfocítica crônica, falou Vitória.
- Graças a Deus a leucemia linfocítica crônica não esta me causando muitos problemas, o meu tratamento esta sendo feito de forma paliativa, falou dona Maria da Graça.
- Eu tenho vergonha de confessar, mas eu sinto muito medo da morte, falou Vitória.
- Vamos ao meu quarto, pois lerei um trecho da bíblia que tirará o seu medo da morte, falou dona Maria da Graça.
As duas dirigiram-se ao quarto que a Maria da Graça estava hospedada. Esta senhora pegou a bíblia a abriu no livro da Sabedoria e leu o capitulo 3 e os versículos de 1 ao 18: “A vida dos justos, ao contrario, está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá. Aos olhos dos insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como desgraça. Os insensatos pensavam que a partida que dos justos do nosso meio era aniquilamento, mas agora estão em paz. As pessoas pensavam que os justos estavam cumprindo uma pena, mas esperavam a imortalidade. Por uma breve pena receberão grandes benefícios, porque Deus os provou e os encontrou digno dele. Deus examinou-os como ouro no crisol, e os aceitou como holocausto perfeito. No dia do julgamento, eles resplandecerão, correndo como fagulhas no meio de palha. Eles governarão as nações, submeterão os povos, e o Senhor reinará para sempre sobre eles. Os que nele confiam compreenderão a verdade, e os que lhe são fiéis viverão junto dele no amor, pois a graça e a misericórdia estão reservados para os seus escolhidos. Os injustos, porém, serão castigados por sua maneira de pensar, porque desprezaram o justo e se afastaram do Senhor. É infeliz quem despreza a sabedoria e a disciplina. Sua esperança é vazia, suas fadigas não produzem frutos, e suas obras são inúteis. Suas mulheres são insensatas, seus filhos depravados, e sua descendência é maldita. Feliz a mulher estéril que permanece irrepreensível e desconhece união pecaminosa, porque ela receberá seu fruto no julgamento das almas. Feliz também o eunuco, que não cometeu injustiça, nem pensou coisas más contra o senhor. Ele por sua fidelidade, receberá uma graça especial e uma recompensa invejável no templo do Senhor. Pois o fruto das boas obras é glorioso e a raiz da sabedoria é imperecível. Os filhos dos adúlteros não chegarão a maturidade, e a descendência de uma união ilegítima desaparecerá. Mesmo que tenham vida longa, ninguém fará caso deles, e sua velhice no fim será sem honra. Se morrerem cedo, não terão esperança nenhuma, nem consolação no dia do julgamento.”
Emocionada Vitória abraçou Maria da Graça e falou:
- Eu não preciso ter medo da morte porque Deus se lembrará de mim por causa da minha fé e solidariedade.
- Nós devemos confiar em Deus para compreendermos a verdade. E se tratarmos os nossos semelhantes com amor e misericórdia teremos paz e receberemos graça diante do Nosso Pai, falou Maria da Graça.
- Minha cunhada acho melhor irmos a cozinha para fazermos um almoço especial aos nossos filhos, falou Vitória.
Essas duas senhoras dirigiram-se à cozinha para fazerem pratos deliciosos que seriam sérvios na hora do almoço. Inês e Gaspar cavalgaram por quase duas horas pela fazenda. Animado Gaspar viu de longe um pé de pinheiro e falou:
- Inês vamos ver quem chega primeiro a aquele pé de pinheiro?
- Eu aceito esta aposta se cavalgarmos pela estrada, respondeu Inês.
- Tudo bem, quando eu conto até três nós dois começaremos esta corrida, falou Gaspar.
Os dois começaram a falarem juntos:
- Um, dois, três.
Gaspar saiu na frente da Inês, depois que cavalgou cerca de um quilometro e seiscentos metros o cavalo que estava montado pisou em cima de uma poça de água espirando barro em uma menina que estava andando de bicicleta. Chateado ele parou o animal e falou:
- Desculpe-me por ter sujado a sua roupa.
- Você esta desculpado, às vezes acontece este incidente, falou a menina.
Espantado Gaspar perguntou:
- Como é que os seus pais permitem que uma criança ande sozinha neste lugar deserto?
Neste momento Inês aproximou-se deles e falou:
- Bom dia doutora Gláucia.
- Inês por que você esta chamando esta menina de doutora? Perguntou Gaspar.
- Eu chamei a doutora Gláucia Maciel de doutora porque ela é médica, respondeu Inês.
- O senhor enganou-se quando pensou que eu sou uma criança, os anões não crescem mais do que um metro e vinte centímetros, falou Gláucia.
  

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