terça-feira, 29 de novembro de 2016

Capitulo 5 - A Doença do Coronel Vicente

Gaspar viu tudo o que estava acontecendo e apavorado gritou:
- O tio Vicente deve estar passando mal porque a caminhonete que ele dirigia caiu no rio.
O rapaz fez o seu cavalo cavalgar em direção ao rio. Passados cinquenta segundos ele chegou neste lugar. Aquele rio não era grande e tinha um metro e vinte centímetros de fundura, a caminhonete estava dentro do riacho, Vicente Duarte estava dentro desta condução. Gaspar aproximou-se deste veiculo, o seu tio estava desmaiado. Inês quando estava a duzentos metros deles desesperada perguntou:
- O meu pai ainda esta vivo?
- Esta sim, mas preciso que ajudem-me a tirá-lo desta condução, respondeu Gaspar.
Inês e o seu namorado montados nos cavalos aproximaram-se da caminhonete. Tomando cuidado os três tiraram este homem do veiculo e o levaram a beira do rio. Enquanto o deitavam no chão Donizete falou:
- Ainda bem que o coronel Vicente estava usando o cinto de segurança senão ele teria morrido quando a caminhonete caiu no rio.
Agoniada Inês falou:
- Gaspar vá até a casa da fazenda e traga uma condução para levarmos o meu pai ao hospital.
O rapaz montou no seu cavalo e dirigiu-se à casa da fazenda. Aos poucos  Vicente foi voltando a si, algumas lágrimas saíram dos olhos de Inês enquanto falava:
- Meu pai eu não posso perder o senhor porque o amo demais.
Vagarosamente Vicente voltou a si, Inês o abraçou e perguntou:
- Pai o que aconteceu para a sua caminhonete ter caído no rio?
- Eu estou com tontura, vertigem, ânsia de vomito e ouço um zumbido horrível no meu ouvido, respondeu Vicente.
Passados alguns minutos Gaspar chegou à casa da fazenda e contou a dona Vitória e a sua mãe sobre o acidente que aconteceu com o tio Vicente. As duas mulheres ficaram apavoradas, ele pegou outro automóvel e acompanhado delas duas dirigiram-se ao lugar onde estava Vicente. Assim que viu o seu marido Vitória preocupada perguntou se ele estava bem. Inês respondeu que nunca tinha visto o seu pai naquele estado, ele estava péssimo e precisava ser levado ao hospital. Com cuidado o colocaram no automóvel e o levaram ao hospital. Como não havia nenhum médico neste lugar Inês dirigiu-se a casa da doutora Gláucia. Por sorte ela estava em casa lendo um livro e acompanhou a moça ao hospital. Enquanto a doutora consultava este paciente, ele falou que sentia tontura de tipo rotatório, náuseas, vômitos e um zumbido intenso nos seus ouvidos. A médica falou que o Vicente estava com labirintite, precisava de uma consulta otoneurológica e deveria fazer vários exames. Como esta cidade era pequena a dona Vitória alugou um avião para leva o seu marido a cidade de Palmas para fazer o tratamento desta doença. Antes de partir esta senhora pediu as suas duas filhas tomarem conta da fazenda.
Quando estava anoitecendo Donizete foi visitar Inês, quando se viram o casal abraçou-se, ele perguntou:
- O seu pai esta muito doente?
- A doutora Gláucia disse que o meu pai esta com labirintite e deve ser consultado por um otorrinolaringologista para fazer o tratamento desta doença, respondeu Inês.
- Tomará que o seu pai se recupere logo porque não quero vê-lo sofrendo, falou Donizete.
- Todas as pessoas dizem que o meu pai é um homem mal, mas ele sempre foi bondoso e carinhoso com as suas filhas, falou Inês.
- O coronel Vicente sempre foi ambicioso e explorou os pobres, mas ele valorizou a sua família, falou Donizete.
- Ainda bem que eu não tenho essas qualidades do meu pai, falou Inês.
- É por isto que eu a amo demais, falou Donizete.
- Obrigado Donizete por ficar do meu lado na hora que mais preciso do seu apoio, falou Inês.  
Os dois ficaram emocionados e beijaram-se. No outro dia às dez horas Gaspar e  dona Maria da Graça foram a cidade junto com Inês e Bárbara comprarem alimentos que os animais comiam na fazenda. Enquanto estavam fazendo compras várias pessoas  aproximaram-se deles, um senhor falou:
- Finalmente Deus ouviu as nossas orações porque o coronel Vicente esta sendo castigado por explorar os pobres.
- Nós somos seres humanos, as doenças e a morte fazem parte da nossa vida, falou Gaspar.
- Se somos fieis aos ensinamentos de Deus por recompensa Ele nos dá vida longa, saúde e prosperidade. Mas se nos afastamos dele somos castigados com doenças e pobreza, falou uma senhora.
- O coronel Vicente pagará caro por ter explorado as pessoas fracas, este homem esta doente e perderá todo o seu dinheiro, falou outro senhor.   
- Deus é Amor e Vida, como vocês estão revoltados com Vicente Duarte desejam apenas coisas ruins a este homem, falou Maria da Graça.
- Minha senhora o coronel Vicente nos explorou durante toda as nossas vidas, então o que devemos desejar a este homem? Perguntou Dionísio.
Maria da Graça pensou um pouco e disse as seguintes palavras:
“Deus Pai nos amou tanto que criou o mundo e deu a vida aos seres humanos. Mas os homens se afastaram dele porque pecaram. Deus valorizou a sua criação e nos deu de presente o arco-íris e retribuímos com inúmeros pecados.
O amor que Deus Pai sentiu pelos seres humanos foi milhares de vezes maior que o pecado por nós cometido. Então ele enviou o Deus Filho ao mundo para transmitir aos homens os seus ensinamentos. Jesus Cristo obedeceu aos planos do seu Pai e morreu crucificado na cruz para trazer o perdão dos nossos pecados. E Deus Pai como é amor e vida o ressuscitou no terceiro dia.
Para construirmos um mundo mais justo e fraterno a Santíssima Trindade deseja que utilizemos duas armas valiosas vindas do nosso coração que se chama amor e perdão. Precisamos amar o Deus Pai, Deus Filho, o Espírito Santo, os nossos semelhantes e a natureza. Devemos perdoar os erros de nossos semelhantes e sermos solidários com os mais carentes.
Quando alguém nos caluniar ou ofender precisamos por em pratica os ensinamentos de Jesus Cristo e aprendermos a perdoar esta pessoa. Este mundo terá paz e prosperidade quando o nosso principal objetivo for as sabias palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo: “O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles.” (Lc 6,31)
Depois que ela terminou de falar esta mensagem as pessoas ficaram chateadas e retornaram as suas casa. Enquanto Dionísio estava indo embora Bárbara correu atrás dele e falou:
- As dois meses você falou que eu tinha me arrependido porque não fugimos juntos.
Ele sorriu e falou:
- A resposta esta escrita nos seus olhos.
- Mesmo que eu tivesse aceitado o seu convite o nosso relacionamento nunca daria certo porque você não aceita que sou a filha do coronel Vicente, falou Bárbara.
- Madame você é igual ao seu pai, falou Dionísio.
- Mentiroso! Você disfarça, mas ainda é apaixonado por mim, falou Bárbara.
Dionísio ficou nervoso e falou:
- Eu ainda a amo, mas você também não consegue ficar longe de mim.
- Querido então vamos fazer as pazes, falou Bárbara e abraçou e beijou a boca do Dionísio.
No começo ele tentou resistir, mas depois deixou envolver-se pelos sentimentos e a beijou. Assim que pararam de beijarem-se sem graça Dionísio falou:
- Mulher afaste-se de mim porque nunca permitirei que você zombe dos meus sentimentos.
Rindo Bárbara falou:
- Meu amor nós dois ainda faremos as pazes, pois nascemos um para o outro.
Dionísio montou no seu cavalo e voltou para o seu sitio. Bárbara decidiu que a partir deste momento tentaria se entender com este homem porque ainda o amava.
Apesar de todos os cuidados médicos Vicente Duarte estava muito doente. A labirintite deu depressão porque sentia um horrível zumbido no ouvido 24 horas por dia. A tontura o atacou sob forma de crise vertiginosa aguda, com tontura tipo rotatório, náuseas e vômitos. Depois que estava há dois dias no hospital na cidade de Palmas o seu caso piorou. Sob o efeito de calmante ele dormiu por algumas horas, durante a madrugada ele acordou desesperado e gritando. A dona Vitória que estava no quarto falou:
- Acalme-se querido, pois tentarei ajudá-lo no que puder.
Algumas lágrimas saíram dos olhos deste homem, apavorado ele abraçou a sua esposa e falou:
- Vitória eu sonhei que havia morrido e o meu espírito foi para o inferno. Rindo o demônio falou que durante toda a eternidade queimarei naquele fogo porque fui um homem ruim e explorador dos pobres.    

Um comentário:

  1. Eu não achei tããão minha praia assim
    Mas tirando isso ficou muito maneiro

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